Nos Bracos do Pai
Dialética
Não contesto a alegria de viver
É emoção que contagia
Quando a simplicidade se vê
E no simples põe magia
É logico que a vida é boa
Olha ao lado toda a energia
Quando se elege a salutar pessoa
Os amigos de amizade e parceria
Amo e tenho tudo para ser feliz
Sei. Eu é que preciso de melhoria
Sou este alguém, um triste aprendiz
07’44”, 03/10/2015
Cerrado goiano
Parafraseando Vinício de Moraes.
"Amo e tenho de tudo para ser feliz
Sei. Eu é que preciso de melhorias
Sou este poeta, um triste aprendiz"
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
maio, 2016
Precisamos de mãos abertas para liberdade
De mãos postas contemplando em oração
De mãos que não se esquecem da dignidade
De mãos que erram, e pedem o perdão
De mãos dadas com o amor, a fraternidade
Mãos por mãos, ao irmão...
(Luciano Spagnol)
Ato de Contrição
Perdão! Se fiz sem fazer
Omiti e testemunhei ver
Adormeci sem acudir
Atendi e sucumbi
As esperanças esvaídas
Os abraços nas partidas
Olhares almejados ao leu
Receptivos cingir réu
Janelas fechadas ao sol
Negativas ao crisol
Falar mais que ouvir
Olhar mais que sentir
Sorrisos que malogrei
Brados que valorizei
Remissão! Reto do coração!
Neste meu ato de contrição.
Luciano Spagnol
00’01”, 08/04/2013
Pausa
A saudade em mim fez pausa
Ficou em silêncio, está muda
Não sofro mais por sua causa
Não vou mais buscar tua ajuda
Hoje fiz um intervalo no poetar
Solitário. Pois tenho companhia
Das estrelas que me fazem viajar
Da poesia meu remo na travessia
Larguei tudo. Tento só harmonia
Simetria em cada verso, cada rima
No sorrir busco a sorte em parceria
Caneta e papel riscado com estima
Hoje fiz interrupção nas lágrimas
Gota d’água somente as do céu
Não mais ficarei chorando lástimas
Pois o amor da solidão não é réu
Luciano Spagnol
23/10/2015, 08’31”
Cerrado goiano
Ensaios
Nos ensaios de ausentar-me de ti
O meu poetar só falou desta dor
Chorou nas rimas e assim escrevi
Poemas que só falam deste amor
É amor que se compara com flor
Não se esquece do teu perfume
Uma vez cheirado vira o teu odor
Aromatizando a paixão em lume
Às vezes no silêncio eu te ouço
Então aí vejo como é difícil lutar
Pra que eu saia deste calabouço
Olho o retrato, lembro o teu sabor
E a saudade de te me põe louco
Adoçados nestes versos de amor
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Saudades de mim
Levantei hoje com saudades de mim
Pelo tempo veloz eu fui ultrapassado
Já nem sei mais se é começo ou fim
Nesta rota de caminho cascalhado
Sigo em direção ao plano horizonte
Pois o por do sol me leva ao cerrado
O mais interessante é que virou fonte
Nela tento do menino ordenhar o fado
Assim aí eu possa ultrapassar a ponte
Do labirinto acidentado que hoje sinto
Nesta de buscar mais cor onde eu for
O cinza empoeirado me tornou absinto
Me pôs nu nos desejos de ser sonhador
E nas recordações arranquei o estopim
Pra atar na minh'alma os cacos do amor
E tirar da memória às saudades de mim
Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano
Chão cerrado
Seco ou molhado
Jatobás, Ipês, pequis
Plano ou enrugado
Quaresmeiras, buritis
Chão cascalhado
Mangabas, sucuris
Me vi besuntado...
Multíplice cerrado
Diversidade...
Vida diversa, virilidade
Luciano Spagnol
21/05/2016
Cerrado goiano
Estradeiro
Parido no cerrado mineiro
Levado pra beira mar
Assim fui estradeiro
No Goiás vim parar
Aqui estrangeiro,
incerto lar...
Sou de nenhum lugar.
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Quando eu for no meu fim
Sentiram saudade de mim:
o cerrado, o Joca, o jardim
Bagatelas
Nem dou trelas
Velarei sem velas
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Maio, 2016
Estou com medo de ter sonhado demais
e de menos ter me perdido nos "ais"
dos sulcados guias do meu árido fado
assim, ter destendido a sorte no cerrado...
Chorar
Lágrima é uma palavra vertida
Que nada contém sua saída
Na despedida é sofrida
Na impacto é ouvida
Na ausência é presença
Na saudade é sentença
Por isto, a lágrima é salgada
Amarga a alma em enxurrada
Numa cruel tempestade de dor
Coadjuvante na falta do amor
É plangor dos olhos a berrar
É nuvem que nos faz chorar...
Luciano Spagnol
Maio, 2016, Cerrado goiano
Nenhum som é mais bonito que o do abraço. Ele ressoa a proteção do laço, e pronuncia "paz e bem" nos braços.
Haverá ainda, no tempo, tempo para haver um abraço, um olhar, um sim. Quando no
tempo existir coisas simples como dizer:
- tudo bem, vem cá pros meus braços, você é importante para mim!
(Luciano Spagnol
poeta do cerrado)
Epílogo
Eu desperto no cerrado em cada alvorada
Sem acaso no destino, alma esbaforida
A fé de uma confiança vaga, indefinida
O poetar de encontro numa encruzilhada
O tempo se fazendo em horas, estirada!
Dum vulto da estória na história recolhida
Em sobras de ir e vir, querendo despedida
E o fado se deslocando em outra jornada
Não vejo um ideal estampado na vida
Do avanço veloz e distante da passada
O fim do horizonte aumenta a corrida
Neste vazio do hoje, o epílogo é morada
Criando e recriando as perdas já vencidas
Numa entusiasta esperança de virada...
Luciano Spagnol
Maio, 2016
Cerrado goiano
Aniversário se comemora
A idade que foi embora
Nos parabéns do:
- e agora?
Cantarola ou chora?
(Luciano Spagnol
Poeta mineiro do cerrado)
O céu do cerrado é tão estrelado.
Acho que é porque, assim, no breu,
ninguém trupica no chão cascalhado.
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