Ninguem Muda o que Ja esta Escrito
AMOR INVIÁVEL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sou levado a sentir
que te perder
neste momento,
já nem seria mais perda.
Passou a ser
um investimento.
AMOR INVIÁVEL
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sou levado a sentir
que te perder
neste momento,
já nem seria mais perda.
Passou a ser
um investimento.
NÓS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já entendo seus nós;
su´alma fechada
nos lábios seus...
Você quer minha voz
emprestada
pra me dar adeus...
PECADOS PARCELADOS
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não tendo nem trocados,
eis a minha sugestão:
pagarei os meus pecados
em mil vezes no cartão.
O CHATO DE BOINA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Chega o ponto em que o contestador insensato já nem olha para o contexto. Só contesta. Leva na testa o texto pronto, gasto, imutável, de contestação. Protesta sob o pretexto de que nada presta, se não fechar com seus conceitos... pré-conceitos. Ninguém presta, se não for do seu grupo. Seu partido. Sua vã filosofia de que tudo é feio aqui fora, porque nem tudo é lindo. Não presta, principalmente, se não for seu comandante ou seu comandado.
Vem o tempo em que tudo pesa. tudo enfeza, revolta e faz o contestador insensato esmurrar o vento. Espumar de raiva. No fundo, ele sempre torce para que nada melhore; que o poço não tenha fundo. Só assim o mundo pequeno que o rodeia seguirá babando por seus arroubos. Seus acessos de fúria. Suas máximas e palavras de ordem. Discursos alterados que ameaçam quem tenta contestar sua contestação de constatação duvidosa.
Mas também surge o dia em que até os outros contestadores, aqueles um pouco sensatos, ou menos chatos, se cansam do contestador insensato. Dos olhos fora das órbitas e da voz inflamada que jamais reconhecem algo de bom. Jamais demonstram qualquer satisfação, porque acham que a satisfação desmascara, o bom humor não corresponde à identidade forjada.
Em suma, o contestador insensato - falo do insensato, e não daquele que tem hora, contexto, critério e discernimento -, é um chato. Para os chatos, quem vê algo de bom é iludido. Quem ri é bobo. Quem ama é alienado. Quem tem calma e não morde o mundo é pelego. Eles sempre debocham do equilibrado, ironizam o bem resolvido e querem matar quem não quer matar os que não discordam de quase todos... evidentemente, não deles.
O contestador insensato... ou o chato, não vive sem oba-oba. Sem falação engajada. Sem ver inimigos em cada esquina. Não tem amigos; apenas camaradas, aliados, companheiros de luta e correligionários. Vive de agonia sem fim, mas acha que "o chato, unido, jamais será vencido".
Respeite autorias. Ao divulgar o que não é seu, sempre cite o autor.
TELE(A)PATIA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Porque não ligas mais pra mim,
já cheguei à conclusão
de que não ligas mais pra mim.
PROFUNDAMENTE RASO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
O que dói já não dói; ficou dormente;
começou a doer sem causar dor;
aprendi a ser são, mesmo doente,
comandar e reger qualquer tumor...
Ao amar dito as regras; meu amor
sai do peito e palpita em minha mente,
seus espinhos obedecem à flor
como as águas atendem à corrente...
Não sou frio; só sei brincar com fogo;
tenho às mãos a cartilha desse jogo
de lidar, de sentir e ser do mundo...
Mesmo sem deduzir qual é meu prazo,
vivo como se tudo fosse raso,
apesar de saber que o poço é fundo...
IMPUNIDADE
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Matemática e fuja,
que a própria história já trata
de acelerar sua data;
sua geografia...
E logo tudo é matéria,
é tratado, é uma tese
que sai na urina e nas fezes
da sociologia.
REPOEMA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não resta o que dizer
sobre seja lá o que for,
solidão, espinho, flor,
que alguém mais não tenha dito...
Todo mundo já cantou
este mundo em verso e prosa,
o amor, o bege, o rosa
dos quais se pintam palavras...
Mas podemos refazer
a magia do sentido
que redizer já não faz...
A saudade, guerra e paz
se renovam nos engenhos
de remastigar a vida.
JÁ GANHOU!
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Decisão de ganhar é perder o temor;
ter amor e vontade na medida exata;
ir ao céu é saber se conduzir no chão
e manter o motivo para prosseguir...
Já ganhou a partida quem entrou em campo,
quem venceu a preguiça e se atirou na vida,
viu que o tempo tem asas, o sonho decola,
como a bola do mundo é pra chutar pro gol...
Aprender a sorrir é vencer a tristeza;
é chorar com certeza da manhã seguinte
sobre a noite que a lua deixará pra trás...
Quem fez mais do que ver como tudo passou,
e bateu, apanhou, mas os fez com decência,
já ganhou de nascença; nem houve placar...
SUCESSO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já me basta o sucesso brando, silencioso e profundo. Aquele de foro íntimo e de ordem estritamente pessoal. Fazê-lo perante os olhos da sociedade, os espasmos e delírios do mundo, pode ser bem-vindo... mas não essencial.
VÍCIO DO TEU VÍCIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já me cansa te olhar e só ver sombras,
procurar o teu rosto e me perder
nos escombros de alguém que nunca está;
ou está, mas no fundo nunca é...
Piso em falso nas órbitas do amor
que não sabe trazer felicidade,
cuja flor não supera seus espinhos
nem se livra das grades do pesar...
Vencerei o teu vício de sofrer,
deixarei o meu vício desse vício,
passarei a viver, pois estou vivo...
Eu me canso da espécie de ninguém
sob alguém que me aluga mas não mora;
não me ocupa nem quer desabitar...
SONHO DE AMOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Essa lua já foi o nosso lustre;
seus luares banharam nossos olhos,
deram luz às promessas hoje turvas
entre as curvas incertas da saudade...
Muitas noites teceram fantasias
das mais belas verdades provisórias;
uma colcha de sonhos momentâneos
numa história com tons de para sempre...
Foram tantas as nossas madrugadas
de suave cansaço e rendição
à canção de ninar da natureza...
Fomos raios de sol; de renascença;
uma crença ilusória no amanhã
que já veio embalado pra ser ontem...
DNA LITERÁRIO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Nestes tempos em que parece que tudo já foi dito e feito, é bom tomarmos muito cuidado com as nossas ideias originalmente "geniais"... e até que se prove o contrário, originais. Como temos as facilidades da web, não custa nada pesquisarmos para saber se alguém já não teve as mesmas ideias.
Bem recentemente aconteceu comigo algo meio frustrante: compus um texto inicialmente "genial", na minha secreta opinião, pela suposta originalidade na construção vertiginosa do mesmo. Feliz da vida, mas responsável, decidi pesquisar. Não demorei a me surpreender com a constatação de que o texto, embora fosse original na escrita, ou na redação, tinha o mesmo engenho de um poema já famoso. Não houve plágio nem cópia, mas a construção de minha escrita fazia lembrar o poema famoso do qual estava esquecido havia tempo... mas habitava o meu inconsciente.
Ler ambos os textos era como ouvir as músicas Esqueça, de Roberto Carlos, e Pense em mim, gravada pela dupla sertaneja Leandro e Leonardo. Ou assistir ao clássico mundial O mágico de Oz e à minissérie brasileira Hoje é dia de Maria. À eterna escolinha do Chaves e a também eterna escolinha do Professor Raimundo. Cada qual com seu texto e construção; recursos universais. Sem cópias ou plágios; porém, todos bebendo em fontes parecidas. Pondo carnes diferentes em esqueletos semelhantes.
Pela consciência de não ter copiado nem cometido plágio, publiquei o texto. No entanto, me senti mal. Desconfortável. Não demorei a retirar. Devo desconstruí-lo, tirar da forma em comum, reconstruí-lo e criar um esqueleto próprio para suas carnes. Toda alma reclama um corpo seu. Somente seu.
PASSO A VELA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não corro ao encontro do que sonho,
pois deixei de correr, me planto em mim,
ponho toda esperança nos meus tachos,
feito ebó numa velha encruzilhada...
Minhas pressas pediram sombra e rede;
minha sêde se mata nos meus mucos,
tenho sucos guardados na gastrite
que por ora deixou de ser nervosa...
Decidi abraçar as incertezas,
dispensar as verdades congeladas,
dar ao nada o sabor de não saber...
Quando quero tomar meu passo a vela,
sou a tela em meu quarto já minguante;
paraíso distante na parede...
VIDA POR VIDA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não gasto meu lume com gente sombria;
que resvala, ressente, mais mia que fala;
tem os olhos de ocaso e semblante contrito
como quem nunca sai da masmorra que leva...
Não vou mais à procura de gente sem cor,
passageira da dor que por vezes nem há,
resguardada e que nunca se confessa bem,
porque teme que o riso a denuncie fútil...
Afinal me cansei dessa gente remosa,
pesarosa e com ares de pura mortalha;
tem um luto constante, uma nobreza fria...
Quero gente mais viva, menos recolhida,
dou a vida por vida e negocio sonhos
que não cedem ao peso dos que nunca dormem...
AMOR E RANCOR
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Já não tens o sorriso que achavas em mim
e depois refletias pra tudo em redor,
teu olhar é só dor dessa perda sem volta
e teu lábio a revolta que ficou do adeus...
Hoje tens um sabor de amargura sem fim
que semeias no cheiro das tuas palavras,
feito pedra no rim que te faz espremer
cada gesto entre buscas de momentos mortos...
E por isso me odeias com tamanho amor,
com um senso de humor que amaldiçoa o mundo,
pois não sabe acender uma luz no semblante...
Sempre voltas pra mim em delírios ocultos,
colhes vultos de outrora e mergulhas em ti,
mas te perdes no chão que se abre aos teus pés...
SONETO SOCRÁTICO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se morri toda morte que se morre,
já vivi cada vida que se tem,
ou de cada bebida o justo porre;
todo mal, se por mal ou se por bem...
Fui além do infinito, após além,
por amor fui mocinho em Love Story,
odiei, fiz a guerra, paz também,
mas ninguém me condene ou condecore...
Sou quem sou desde o dia em que cheguei,
sei de tudo, no entanto nada sei,
quanto mais me procuro e me aprofundo...
Ser poeta me abona pra voar
ou pra ir pelos ares lá no ar,
onde o céu justifica estar no mundo...
ACOMODAÇÃO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
Sigo a vida, já fui de andar na frente,
mas a frente só tem o mesmo nada,
vi que o mundo está dentro desta lente
onde os olhos rascunham minha estrada...
Amo a fera, cansei de amar a fada,
pois a fera é mais próxima de gente,
perco as asas e teço aquela escada
para o céu que se alcança pela mente...
Vou no tempo que a pressa não alcança,
pouso e durmo nos braços da esperança
e me assumo simplório; acomodado...
Quero sonhos banais à luz da lua,
brisa leve beijando a pele nua;
meu futuro nas águas do passado...
PELOS CORTES DA VIDA
Demétrio Sena, Magé – RJ.
É que a gente se foge de tanto fugir;
já não pode com nada, mas quer se poder;
nem quer mais se fundir ao que a vida forjou,
mas no fundo se toca; está toda fundida...
Nada pode salvar a quem o mundo pode,
pois explode no abismo de quem foi podido,
foi fugido e não foge do alvo da fuga
cuja rota lhe foge no fim da ilusão...
Quando a gente se arvora o mundo vem podar
pelos cortes da vida, pois a vida é poda;
uma roda cortante que o mundo não cega...
Ninguém pode poder o que pode sem fim,
apesar de fundida sei que a gente foge
pelo sim, pelo não, de ser o que não é...
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