Nascemos Chorando Mundo de Dementes William
Essa é a maravilhosa tolice do mundo: quando as coisas não nos correm bem — muitas vezes por culpa de nossos próprios excessos — pomos a culpa de nossos desastres no sol, na lua e nas estrelas, como se fôssemos celerados por necessidade, tolos por compulsão celeste, velhacos, ladrões e traidores pelo predomínio das esferas; bêbedos, mentirosos e adúlteros, pela obediência forçosa a influências planetárias, sendo toda nossa ruindade atribuída à influência divina... Ótima escapatória para o homem, esse mestre da devassidão, responsabilizar as estrelas por sua natureza de bode. Meu pai se juntou à minha mãe sob a cauda do Dragão e minha natividade se deu sob a Grande Ursa: de onde se segue que eu tenho de ser violento e lascivo. Pelo pé de Deus! Eu teria sido o que sou, ainda que a mais virginal estrela do firmamento houvesse piscado por ocasião de minha bastardização.
É como se todos nós, no fundo sentíssemos que nascemos apenas para obedecer a um chamado, e obedecer docilmente, a obedecer a qualquer um que nos convoque para vitória, mesmo que na verdade, nos convide para morte.
A conclusão humilhante é que, todos, homens e carneiros, sentimos que nascemos para fazer parte de um rebanho.
Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.
Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.
Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.
Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?
Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.
Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.
E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.
O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.
Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.
Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…
Fiéis herdeiros do medo,
eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.
Quantos pedaços seus existem por ai? Quebrados, espalhados, entregados.. Nascemos 'um', partimos 'vários'. Durante a vida alguns encontros nos despedaçam, enquanto outros nos fazem querer se entregar quase por inteiro. Muitos querem um pedaço mas são poucos que, quando tem, carregam pra sempre consigo.
Levamos conosco várias partes de outros alguns. Sou pedaço de mim, dos meus pais, de quem amei, de amigos.. somos MOSAICO! Sou hoje tantos! Tento me entender, mas sou mistura. Sou muitos outros que também não se entendem e que são mistura de outro alguém. Deixei muito de mim na pessoa que amei. Ela se foi e me levou com ela. Não sei se de longe cuidou da parte que levou, mas o que ficou pra mim foi pouco. Vazio. Me sentia desmontado. Fraco. Algumas partes que ficaram em mim se desgrudavam de encontro ao chão. Pessoas próximas juntavam e tentavam reorganizar mesmo sem saber como. Nem eu sabia. Não lembrava mais como eu era. Como era a "organização" de cada parte minha. Mas não importava. Aquilo era um eu que já não existia, que abria a porta pra outro chegar. Uma nova configuração. Viajei, conheci, chorei, esqueci.. alguns pedaços até joguei fora, mesmo muito me faltando. Queria estar completo de novos pedaços. Belos. Hoje to colorido, esperando pra ver como será que vou estar amanhã. Se vou me quebrar, me doar, achar o que falta ou se talvez eu recomece tudo de novo. Acredito que a beleza esteja ai: no recomeço. Ao contrário da Fenix, que volta a vida, nós apenas esvaziamos e preenchemos nosso mosaico de maneiras diferentes e essa 'diferença' é que faz tudo ser mais lindo. Mesmo assim, tem quem prefira não mexer em nada. Ter todos os ladrilhos simétricos, da mesma cor. Mas isso não dura muito, a vida não deixa. Tem gente que se monta pra desmontar. Ha também quem prefira sempre se reciclar e que troca as vezes vários pedaços por um único daquela pessoa que quase não tem. Mas esse único é tão lindo e singular que preenche muito mais. Bom, hoje não tento mais entender. Aprendi a me admirar, mesmo estando as vezes vazio, as vezes colorido, as vezes quebrado e outras polido.. É ai que mora a paz. Somos pedaços, somos arte, mesmo despedaçados, por que somos MOSAICO!
Mateus Ribeiro de Aquino
@mateusribeir0
Estou cansada de ficar chorando de saudades, mergulhando nas lembranças de quem um dia esteve comigo, mais so em pensamento
"" Quem nunca me viu chorando pode não saber que meu sorriso é apenas disfarce para não brindar a solidão...""
Ando chorando a noite, ate sessar a dor que sinto pela a sua ausencia, choro tanto que nao percebo quando o sono me abraça, me embalando pro mundo dos sonhos dando assim um sossego para o meu coração aflito, e fazendo sumir mesmo que momentaniamente o aperto da dor da saudade e no fim de um amor que nunca esteve ao meu alcance
O Cão Sem Plumas
A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.
O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.
Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.
Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.
Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos povos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.
Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.
10 Motivos para você ser a pessoa que mais amo no mundo
1. Porque você me entende
2. Porque quando estou mal, você está lá.
3. Porque quando eu quis sumir, você foi e me encontrou de novo.
4. Porque quando não queria sorrir, você me fazia rir o mais alto possível.
5. Porque você sempre dizia eu te amo para mim como se fosse o último.
6. Porque você sempre dizia que tudo ia bem, mesmo que a situação ficava complicada.
7. Porque quando eu estava presta a tirar minha vida, você veio é disse que tudo vai ficar bem.
8. por você disse que sou importante.
9. Porque mesmo que estivéssemos longe um do outro, você sempre arrumava um jeito de me ver e matar a saudades.
E
10. Eu te amo, você foi a pessoa mais importante na minha vida.
Agora estou dando um fim na nossa relação.
Motivo?
O motivo é fácil, você sempre esteve lá comigo, mas quando tentei tirar minha vida pela segunda vez... Você nem foi ao meu funeral. Sempre será lembrado, nossos momentos juntos, nossas risadas, nada será esquecido. Você lembrará de mim?
Eu não quero que justamente você passe a pertencer ao clube dos apáticos e indiferentes. Quero que você viva uma vida instigante.
Os cínicos diziam que a verdadeira felicidade não depende de fatores externos como o luxo, o poder político e a boa saúde. Para eles, a verdadeira felicidade consistia em se libertar dessas coisas casuais e efêmeras. E justamente porque a felicidade não estava nessas coisas ela podia ser alcançada por todos. E, uma vez alcançada, não podia mais ser perdida.
