Nao sou uma Pessoa que Espera a Elogiar

A poesia é uma doença cerebral.

Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.

A experiência é como uma mulher a quem todos rendem homenagem sem tratar de averiguar se o seu passado é irrepreensível.

Só um gênio conseguiria inventar um vidro de aspirinas impossível de ser aberto por uma criança que consegue fazer funcionar um gravador de vídeo.

Só posso fazer uma coisa de cada vez, mas posso evitar fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

A moda é uma variante oblíqua de se lutar contra a morte. Ora na velhice tal luta é mais problemática. E é por isso que no velho a moda é mais ridícula.

A vida humilde, cheia de trabalhos fáceis e aborrecidos, é uma obra de eleição que exige muito amor.

Epitáfio é uma inscrição num túmulo que mostra que as virtudes adquiridas pela morte têm efeito retroativo.

Ser brotinho é atravessar de ponta a ponta o salão de festa com uma indiferença glacial pelas mulheres que deixaram de ser brotinhos.

A vida de uma nação, como a de um indivíduo, é uma ruína perpétua, uma sequência de desabamentos, uma interminável expansão de misérias e crimes.

Uma pátria compõe-se dos mortos que a fundaram assim como dos vivos que a continuam.

A dúvida é uma homenagem prestada à esperança.

Por saúde, quero dizer a possibilidade de levar uma vida completa, adulta, viva, em que eu esteja em estado de respirar em comunhão com aquilo de que gosto.

O trabalho é uma coisa elevada, digna, excelente e moral, mas bastante fastidiosa com o tempo.

A razão de ser de qualquer fé é trazer-nos uma certeza.

A ira é uma das forças da alma.

A dúvida é o sal do espírito, sem uma pitada de dúvida, todos os conhecimentos em breve apodreceriam.

A uma guerra justa preferimos uma paz injusta.

Sem dinheiro, a honra é uma doença.

A morte é uma vitória, e quando se viveu bem o caixão é um arco de triunfo.