Nao Preciso de Amigos Falsos
A vida muda.
Não sei o que aconteceu, mas eu não choro mais. Ou melhor, não choro mais como eu já chorei. Posso falar algo, lembrar-me de algo, de alguma das tantas decepções que tive e chorar, mas as lágrimas caem e logo páram, a tristeza não dói mais como já doeu.
Não sei se eu fiquei mais forte ou se, simplesmente, não sinto mais como eu já senti, não lamento mais o que já lamentei e nem minha tristeza é tão triste como já foi.
Aos poucos vamos tendo a certeza de que não vale a pena derrubar uma lágrima por nada que tenhamos deixado para trás. A maturidade nos revoluciona a mente e nos deixa realmente lucidos, com o passar dos dias a vida nos mostra quem é quem, quem merece nossa consideração e quem não merece nada, absolutamente nada que venha de nós.
Aos poucos temos a certeza de que aqueles que realmente nos importam jamais serão por nós abandonados e, principalmente, jamais vão nos fazer chorar ou nos decepcionar a ponto de nos entristescer.
As decepções nos ensinam, a vida nos ensina, os acontecimentos tristes ou não nos ensinam e nos revelam um mundo novo, um mundo real onde o que já passou deixa de ser importante, onde o que esta por vir passa a ser, realmente, interessante.
Podemos ter algumas lágrimas ainda para chorar, mas temos muitas metas e muitas novidades para desvelarmos. Algumas coisas na verdade, deixam de ter importância a ponto de em segundos recompormos nossa face e seguirmos adiante sem pensar no que outrora nos causava grande tristeza e do que já nos magoou demais. A vida muda e isso é o que realmente faz sentido no mundo.
Temos aprendido, a duras penas, que o bom da vida não está em chegar às respostas, mas sim em aprender a conviver com as perguntas.
Na maioria das vitórias de Ayrton Senna, ele não começou na frente. E sim com sua convicção e força de vontade.
Talvez ele não saiba que aquela dor que ele causou, calou os olhos dela violentamente por uns tempos. Isso não é crime, é carma: magoar alguém assim, dentro do melhor vestido, remover com lágrimas o rímel cuidadosamente passado, deixar tão descrente alguém que achava a vida mágica…
[…] Talvez ele nem imagine que ela parou de sair com os amigos[…] e escreveu vinte e nove cartas sobre a raiva e nunca enviou porque era moça espiritualista e tinha que manter o discurso saudável do “isto também passará”.
Talvez ele nunca saiba que ela […] pensou em mudar de curso, de profissão, de cidade. Quis mudar de si, já que seu corpo era a casa de um só sentimento. Fez uma viagem, não quis conhecer ninguém, posou de antipática porque estava apática.[…] Trancou todas as portas pra não entrar qualquer ilusão. Por tanto tempo era ela e sua tristeza intransitiva.
O que ele também não sabe porque nem ela sabia, é que um dia ela acordaria assim, vazia daquele amor. A dor exaustiva de cabeceira havia cessado, deixada no fundo do poço. Parou de se alimentar daquela porção individual de desilusão e enterrou o passado num túmulo desconhecido, para que não houvesse a menor possibilidade de revisitá-lo.
Havia criado um mantra: No momento em que me dei inteira, ele me deu as costas. Isso não pode continuar supervalorizando uma saudade. Ser uma mulher curada de um amor, dependendo das circunstâncias, pode ser melhor que ser uma mulher amada… por ele.
E o seu melhor vestido pedia uma nova chance e um rímel à prova d’água
O comprometimento é a essência para o desenvolvimento de um bom serviço, quando não há, a probabilidade de desemprego é notória. por H.A.A
1 - Poema para Chico Mendes
Fala baixo Chico.
Não grites.
As seringueiras irão chorar lágrimas brancas.
Lágrimas grossas de saudade de Francisco.
O Mendes.
Aquele que as rasgavam com tanta mansidão
E poesia para retirar-lhes a seiva
Que mais parecia um rasgo de elogio.
Um rasgo de amor.
Uma carícia de irmão agradecido pelo sustento
Que viria dali.
Fica Chico.
Senão o seringal não vai chorar apenas,
Irá uivar o uivo doloroso do adeus ao amigo
E companheiro.
Irá gritar para o céu da Amazônia que a esperança morreu.
Que o apelo do ativista parou.
Tua boca calou para sempre.
E seus olhos dormiram o sono do nunca mais.
Ah, Francisco,
Fala baixo para os gananciosos não o ouvirem.
Eles não perdoam.
Depois como vais peregrinar pela selva
Com o coração de guerreiro?
Nunca mais Chico,
Andarás com essa alma de gigante
Por entre os altos arbustos amazônicos
E a floresta vai morrer um pouco.
Elas sentirão falta do seu abraço protegido.
Daqueles que distribuías para defendê-las
Com teu corpo nos empates.
Fica em silêncio Chico que teu hino
De amor está ferindo interesses de alguns.
Eles não têm piedade e vão determinar tua partida.
Eterna.
Sem retorno do Mendes.
Nunca mais ouvirás o canto melodioso da cotovia.
E o inhambu vai piar sem teus ouvidos para escutá-lo.
Ouve Francisco,
Deixa de bobagem e dorme mais um pouco.
Não te levantes cedo demais para ires ao sindicato
Bradar ao mundo que eles matam a mata.
Eles irão te perseguir e a pontaria deles é tão certeira!
Não erram.
Vão disparar até que caias sem chance de levantar-te
Para mais uma vez
Penetrares nos caminhos recheados de folhas verdes
E musgos.
Melhor, não entres jamais no sindicato.
Ele não precisa de Francisco.
Volta a colher a borracha,
Simplesmente,
Assim como um seringueiro despretensioso e feliz.
O mundo é assim mesmo companheiro.
Queres mudá-lo para quê?
Nem conseguirás ser eleito para o preito que pretendes.
Tivesses sido talvez fosse outra a tua história.
Seria?
O cargo político te daria amparo?
Se desse Chico seria interessante o povo eleger-te.
Bem que mereceste!
Levantaste a voz bem alta ao ponto de ferir ouvidos.
Inquietar consciências.
Incomodar pessoas.
E quantas!...
Espera Francisco, mais um pouco na cama,
Hoje ainda são vinte e dois,
Falta pouco para o Natal.
Não queres ver mais uma vez o menino
Que nasce da tua fala de valente?
Depois os sapatinhos das crianças ficarão vazios,
E sem os teus abraços, também os corações.
Janeiro chegará com Lótus
Se abrindo em adoração Divina.
Estamos Francisco em 1988,
Vem por aí a virada do milênio,
O céu ficará cheio de rastros dourados
E com tantas promessas de vitória que até acreditaremos.
Então esquece um pouco esse seu caso de amor
Com a natureza e sossega menino.
Teu menino ficará sem o colo amigo do paizão querido.
E a menina entrará sozinha pela igreja
Ao som da Ave Maria.
Cadê teu braço para apoiá-la companheiro?
A mulher vai lamentar derramando água dos olhos tristes,
O amor que lhe foi tudo,
E a solidão será do tamanho da Amazônia.
Não.
Não abras a porta agora.
Volta para a cama.
Descobre que tens dor, qualquer uma.
Permaneça quieto.
Lá fora está tão sombrio e perigoso!
Teu banho pode esperar.
Tua vida pode prosseguir valente guerreiro.
Só não saias agora pela porta.
Talvez ele desista, vá embora e deixa para depois.
Aí podes pegar a mulher e as crianças e fugires.
Para onde?
Depois que o mundo é tão pequeno!
Que pena Chico!
Então adeus meu camarada.
Vai com Deus.
Para cada escolha, muitas renúncias. Infelizmente nessa vida não podemos ter tudo que queremos, por isso somos obrigados a ter prioridades
Todavia, se você não quiser enlouquecer ou ser mais uma pessoa que vive de forma antinômica, é preciso se posicionar na vida e a minha posição é a de crer apenas em atos.
Palavras podem ser bonitas e encantadoras, podem despertar, em minha alma, uma imensa vontade de dar-lhes credibilidade, mas as marcas que eu trago nela me dizem: pare, pense, espere e avalie as atitudes. É a vida! Somos o resultado do que vivemos, às vezes menos sãos, às vezes menos crentes, às vezes, inclusive, menos felizes, mas, quase sempre, mais fortes.
DESABAFO DE UM ALUNO
Lamento não ter aprendido mais do que sei...
Quando era criancinha, pensava em ser doutor, mas não consegui romper as barreiras sociais que sempre são mais generosas com quem já tem o bastante e tiram o pouco dos que ainda não têm nada.
Lamento ter sido mal alfabetizado...
E agora não interpretar direito o que os textos querem me dizer. Quanto a escrevê-los? Bem... Este desabafo foi o único que arrisquei.
Lamento não ter tido bons professores o tempo todo...
Alguns, sempre mal humorados, não estavam dispostos a me ajudar. Outros sabiam demais, sabiam tanto que fiquei com vergonha das minhas dúvidas perguntar.
Lamento não ter aprendido vários idiomas...
Não por incapacidade minha, mas por não ter tido matéria nas poucas aulas que tive de Língua Estrangeira. Lembro-me das raras vezes que vi o professor de inglês. Ele só me ensinou o verbo TO BE. Ainda me recordo um pouquinho, porém isso não me dá uma base sólida no assunto.
Lamento não saber direito minhas origens...
E não conseguir me situar entre os continentes. Além disso, carregar comigo um ar preconceituoso de quem não entende os “porquês” da vida, pois nunca apreendi direito o que os professores de Filosofia, História e Geografia queriam me ensinar com aquelas palavras estranhas.
Lamento ter que contar com a ajuda da calculadora até para os cálculos mais simples...
Eu acho que os professores de Matemática fizeram o que podiam, passando comigo alguns minutos por semana - quando não estavam em greve. Mas, isso não foi o bastante... Tentava estudar em casa, porém nesse momento da minha vida já tinha que trabalhar fora para me sustentar.
Lamento acima de tudo:
Não conseguir, com minha pouca bagagem, uma boa colocação no mercado de trabalho;
Não passar nas entrevistas;
Depender de programas governamentais para o básico;
Não conseguir colocação nos concursos públicos;
Não ter realizado meus maiores sonhos;
Não poder oferecer aos meus filhos uma educação diferenciada da que recebi;
E, principalmente, não conseguir sustentar minha família.
Lamento ter participado de um sistema educacional fraco, com ideias que não funcionam e profissionais que insistem em só acreditar nelas.
Olhem pra mim! Eu sou o resultado dele!
Lamento tudo isso que me levou a outro sistema: o prisional.
Este sim funciona.
Ao ver meu filho de apenas alguns meses chorando de fome no colo da mãe, entrei no primeiro supermercado, segui em direção ao leite que ele precisava e sai sem pagar...
Resultado: Art. 155 do Código Penal - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel.
Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Foi a primeira vez que entendi um pouquinho da lei do meu país, porque esta é a pena que estou cumprindo agora.
Peguei a pena máxima porque bati em um segurança que veio me tirar o leite da mão.
Não queria machucá-lo, mas precisava levar o alimento para meu filho que estava com fome.
Além disso, não tive advogado pago. O advogado que me defendeu chegou em cima da hora à audiência com o Juiz e não teve tempo para formular minha defesa.
Agora... Só não sei como vou fazer para pagar a tal multa.
Como lamento não ter me formado para doutor...
Como lamento!
Vamos parar de falar que tudo é tendência? Se não sai de moda não é tendência. Vestido preto, por exemplo, é um clássico e não uma tendência.
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