Nao Obrigo que Ninguem Goste de Mim
Se ele tivesse voltado para mim em algum momento,
Embora ele não tivesse um centavo para dar,
Eu ia esquecer todo este inferno que ele me causou,
E amá-lo, enquanto eu viver.
O melhor de mim
Sofremos pelo que não temos, e muitas vezes,
pelo que acreditamos que era nosso,
e na verdade, nunca foi.
Sofremos, pela incerteza do amanhã
que não nos pertence,
mas que tentamos controlar.
Sofremos pelas amizades e afinidades
que tentamos dominar, possuir sem medidas,
e que se afastam de nós.
Sofremos pela doença que podemos ter,
pela gripe que pode virar bronquite,
e nos abatemos.
Sofremos pelo medo do imponderável,
pelo que não podemos medir,
pelo que não vemos, mas as vezes, podemos ouvir,
e nos trancamos.
Sofremos pelas nossas faltas,
e nos abatemos com as dificuldades que criamos,
e estagnamos.
Por isso,
as notas que não tiramos, as provas que não passamos,
os amores que não vivemos, o abraço que perdemos,
os cadernos amarelados, os cheiros da infância,
a velha chupeta guardada ou perdida,
são doces lembranças, mas até nelas, sofremos.
Sofremos, porque não queremos nada simples,
nem simplesmente viver,
em simplesmente amar.
Temos medo de nos entregarmos
definitivamente ao amor,
medo de sofrer uma dor maior,
por isso, sofremos,
até pelo que não sabemos.
E hoje,
sabendo que o sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos,
vou procurar conquistar aquilo que realmente me cabe,
e se a dor me visitar, vai me encontrar mais forte,
porque tenho a exata medida de tudo o que já passei,
e sou o fruto maduro dessa árvore chamada, vida.
Mas não é assim tão fácil para mim dizer adeus, tudo em mim quer você de volta em minha vida, não posso deixar você ir.
É que a saudade eu já deixei lá fora
Espera, eu não demoro a voltar
Pensa em mim que eu tô chegando agora
Não precisa mais chorar
É que a saudade eu já deixei lá fora
Espera, eu não demoro a voltar..
Você não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que deixei o cabelo crescer, que livro estou lendo, com quem estou me envolvendo. Não sabe que ainda penso em nós dois de vez em quando e ainda me assusto com a maneira como você participa da minha vida. Você não sabe que passei no vestibular e, vez ou outra, ainda procuro saber de você (indiretamente, eu juro!). Não sabe que sua felicidade me faz feliz, mas me machuca muito. Você não sabe mais nada sobre mim e eu ainda te amo.
Eu não cresci, não pareço mais velha nem mais inteligente. Continuo acreditando que o amor é a solução e a justificativa para tudo. Meu cabelo continua tendo vida própria, meu sorriso ainda é inocente e minhas mãos permanecem suadas o tempo todo. Não me envolvi com pessoas fantásticas desde que você foi embora, não tomei coragem para terminar meu curso de inglês nem para começar o de francês. Não viajei o quanto queria, muito menos fiz tudo que eu dizia que ia fazer quando conseguisse passar para a faculdade. Eu continuo usando irregularmente os óculos, tendo enxaquecas constantes e insônias destruidoras. Não perdi a mania de descascar todo o esmalte das minhas unhas, de usar a minha mochila colorida que te assustava toda vez que me via, não deixei de comer um monte de besteiras, enquanto você é preocupado com a boa forma. Ainda tenho aquele velho hábito de só ir pra academia quando minhas calças apertam ou acordo mal humorada. Não deletei o blog que começou com a sua despedida, ainda chego antes quando marco com alguém, não consegui deixar de associar você com o shopping que frequentávamos todo domingo (quando vejo "Era do Gelo" então...). Não tomei coragem pra entrar na autoescola, ainda sou viciada em tecnologia, não largo meu celular nem por um segundo.
Eu continuo sendo louca por bis branco e aqueles filmes românticos que nós sempre sabemos o final, mas fingimos ser novidade. Não perdi a esperança de encontrar o amor da minha vida e ainda escondo de muita gente, o meu lado romântico. Ainda não sei cozinhar e reconheço seu cheiro no meio de um shopping lotado de gente passando rapidamente por mim. Você não sabe nada sobre mim e levou todo o meu melhor quando foi embora. Mas assim como você não sabe nada sobre mim, eu também não faço ideia de como você esteja. Não sei se ainda tem o mesmo cheiro de tomei-banho-para-sempre, se o seu sorriso ainda continua lindo e se a sua pontualidade ainda é seu ponto forte. Não faço ideia se continua sendo virginiano demais, lotado de manias e responsabilidades, fingindo ser o homem mais forte do mundo, enquanto morre de vontade de correr pro colo da mãe quando ninguém está olhando. Não sei se ainda pensa em mim quando escuta a nossa música ou come no Spoleto. Espero que não pense em ter filhos ou levar o seu novo amor a Paris. Eu não sei nada e sei tudo.
Vai por mim, amiga, se doer, não é amor!
Amor não dói, o que dói é desprezo!
Então, desapega do que não presta e se automedica de amor-próprio, porque este, sim, te cura de qualquer praga que não te merece!
O mundo pode não estar a meu favor, e as cirncunstacias decididamente contra mim. Mas as minhas verdades não mudam, e pagar por coisas que eu não fiz não chega a ser uma possibilidade.
Eu não vivo para o que o mundo pensa de mim, mas para o que eu penso de mim mesmo.
Conexão além de Mim
Há algo que me chama,
não é o eco de meus próprios passos,
mas o suspiro de algo que está distante,
como um farol que pisca no horizonte,
sussurrando meu nome,
não em palavras, mas em silêncio.
Carrego, talvez, o peso de um abraço
que ainda não sei dar.
E no meu peito, um campo vasto,
um vazio que pulsa, não como falta,
mas como uma promessa que ainda não se cumpriu.
Eu me entrego ao que não vejo,
à dança que não sei se já começamos,
mas sinto os seus ritmos chegando
como uma maré que inevitavelmente alcança
a terra seca da minha alma.
E no infinito do que sou,
surgem novas camadas,
como ecos que se multiplicam,
onde cada um é um mundo,
onde cada um é um ponto de partida
para algo mais vasto.
Em cada respiração, encontro um fragmento,
um universo que se expande dentro de mim,
tão grande quanto o que está por vir,
tão pequeno quanto o que já me pertence.
Há infinitos em tudo que toco,
em tudo que olho, em tudo que sinto.
E talvez, seja isso:
o movimento incessante de encontrar e ser encontrada
no eco de todos os universos que criamos juntos.
Para mim, não há coincidência intranscendente, e repito: – qualquer coincidência tem o dedo de Deus ou do diabo.
Os dias ruins todo mundo tem...
Já jurei pra mim não desanimar e não ter mais pressa, pois sei que o mundo vai girar, e eu espero a minha vez...
Infinitos em Mim
Fecho os olhos e sinto,
dentro de mim, infinitos.
Há uma canção não cantada,
um soneto nunca escrito,
versos que se constroem no silêncio,
frases soltas que bailam no vento.
Uma coreografia à espera da melodia,
uma dança que aguarda nossos passos.
Nem tudo o que carrego em mim me pertence,
não posso guardar—preciso encontrar destinos.
Em mim, carrego também muitas faltas,
daquilo que precisa urgentemente me achar.
Não há possibilidade de ser feliz sem me permitir,
sem me deixar ser—em mim, me encontro.
Respiro fundo, tão fundo,
que me perco na imensidão.
Não compreendo—sou tão pequena, mortal.
Como não transbordar?
Quantos infinitos cabem em mim?
Lembro-me: não sou deste mundo,
apenas passo,
uma estação, um instante.
Mas tenho urgências—
meu tempo escorre entre os dedos,
e cada instante é um reflexo de mim.
E no vazio, cheia de infinitos, sou.
Buscando me permitir ser.
Mesmo que não entenda o que Deus está fazendo por mim, acredito que seja lá o que for que Ele esteja fazendo, sempre será algo maior e melhor.
