Nao Ha Tempo para Errar
Sem tempo pra ler, pra escrever, pra olhar pro céu, um olho nos jornais, outro no coração das pessoas. E tudo tão rebentado - ou arrebentando.
"Existem pessoas que acostumam-se com seus próprios erros, e em pouco tempo confundem seus defeitos com virtudes."
Dar um tempo. Férias. Tomar fôlego. Reorganizar as ideias. Era tudo o que eu precisava para continuar. Sabe o que é isso? Eu, minhas amigas, biquínis e um caderninho. No apartamento em que nós estávamos, sempre alguma delas gritava da porta: Pegou o boné? Alguém achou meu óculos? Vai fazer frio? Fê, pegou seu caderninho? E assim eu saía. Com cangas, blusas de frio, protetor solar e o tal caderninho. (Tenho sempre um caderninho na bolsa, aonde quer que eu vá). Hoje - já em casa e de volta ao trabalho - meu caderninho está assim: cheio de areia e palavras. Meu coração está leve, mesmo sabendo que a realidade está na ponta do meu nariz e - amigas! - é chegada a hora de ira à luta! De novo. O lado não tão bom disso tudo é o desassossego de descobrir coisas sobre nós mesmas que a gente insiste em não enxergar. A parte boa é que - sei lá - existe parte boa? Brincadeira! Sempre existe. E eu não posso me dar por vencida com um bronzeado desses. Não agora. Não hoje. Mesmo tendo lido aquela frase do livro da Maitê Proença que me fez chorar. Não de tristeza. Chorei porque sou burra mesmo. Se tivesse lido esta frase antes (Aonde você estava, Maitê??), talvez eu tivesse sofrido menos. Por ele. Aquele que foi o amor da minha vida. Que talvez ainda seja. Que sempre será. Mas a tal frase que me puxou o tapete foi simples como tudo o que eu gosto: "não quero o amor da minha vida ocupando o lugar de amor da minha vida". Entendeu? Decorou? Lindo isso. Lindo e triste. Maitê sabia. Soube antes de mim. Bem antes. Esperta essa garota. Tão linda, atriz e sublime com seu olhar verde-esmeralda - Maitê Proença - nossa Dona Beja, também teve seu coração machucado. Dilacerado, imagino. Normal. Desse mal, meu bem, ninguém escapa. Mas o bom disso tudo é que consigo agora abrir meu coração sem rodeios. Sim, amei sem limites. Dei meu coração de bandeja. Sim, sonhei com casinhas, jardins e filhos lindos correndo atrás de mim. Mas tudo está bem agora. Eu digo: agora. Houve uma mudança de planos. E eu me sinto incrivelmente leve e feliz. Descobri tantas coisas. Tantas. Tantas. Existe tanta coisa mais importante nessa vida que sofrer por amor. Que viver um amor. Tantos amigos. Tantos lugares. Tantas frases e livros e sentidos. Tantas pessoas novas. Indo. Vindo. Tenho só um mundo pela frente. E olhe pra ele. Olhe o mundo! É tão pequeno diante de tudo o que sinto. Vejo minha lista - anotada com um coração bic no meu caderninho-de-bolsa: coisas que preciso fazer antes dos 35 anos. Sinto uma alegria infantil. Está tudo ali. Meus desejos. Meus maiores sonhos. Minha obsessão por um laptop. Minha vontade de escrever um livro. Ter um filho. Fazer mil cursos. Aprender coisas novas. Conhecer lugares. Pessoas. Me conhecer mais. Me descobri um pouquinho e parece que foi tanto! Porque agora muitas coisas fazem sentido. Minhas palavras. Tudo o que quero ser e criar. Sofrer dói. Dói e não é pouco. Mas faz um bem danado depois que passa. Descobri. Ou melhor, aceitei: eu nunca vou esquecer o amor da minha vida. Nunca. Mas agora, com sua licença. Não dá mais para ocupar o mesmo espaço. Meu tempo não se mede em relógios. E a vida lá fora, me chama!
Crescer é utilizar melhor o tempo que resta. Cansei de amores de meia página. Amizades com meia dúzia de letras não me satisfazem mais. Com o passar do tempo, a gente quer sossego e tranquilidade que rodopia. Alguém que nos acolha, que nos traga um sorriso gratuito, que dê um abraço que deixa sem ar, que o abraço sem ar seja mudo e que tenha a seguinte legenda “olha, eu estou aqui bem aqui pertinho de você, não fica com medo não”.
Continuamos a desperdiçar tanto tempo e energia como os que eram necessários antes da invenção das máquinas; nisto fomos idiotas, mas não há motivo para que continuemos a ser.
LISBON REVISITED (1926)
Nada me prende a nada.
Quero cinqüenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me naufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!
(Heterônimo de Fernando Pessoa)
Suspensas Fugas
Para pensar em ti todas as horas fogem:
o tempo humano expira em lágrima e cegueira.
Tudo são praias onde o mar afoga o amor.
Quero a insônia, a vigília, uma clarividência
deste instante que habito – ai, meu domínio triste!,
ilha onde eu mesma nada sei fazer por mim.
Vejo a flor; vejo no ar a mensagem das nuvens
- e na minha memória és imortalidade -
vejo as datas, escuto o próprio coração.
E depois o silêncio. E teus olhos abertos
nos meus fechados. E esta ausência em minha boca:
pois bem sei que falar é o mesmo que morrer:
Da vida à Vida, suspensas fugas.
Durante todo o tempo sem ti eu vaguei pelo mundo, e hoje, ao nos unirmos eu posso sentir que comecei a viver agora!
Passo metade do tempo pensando no que vou fazer, para não errar. Depois passo a outra metade pensando por que fiz, e infelizmente sempre erro.
Não perca tempo de sua vida fazendo um rascunho, ouse, decida e se errar rasbique, você pode perder muito tempo planejando e corre o risco de não passar tudo a limpo.
O fato é ...
cada um de nós é a soma dos momentos que já tivemos.
e de todas as pessoas que já conhecemos.
E são esses momentos que se tornam nossa história.
A sua alegria e o seu otimismo, mesmo quando estava doente, foram as coisas mais espantosas que já presenciei.
Outro dia eu estava lendo uma matéria sobre amizade numa revista aqui de São Paulo e vi que muita gente já não acredita tanto em amizade verdadeira. E a verdade é que essas pessoas tem seus motivos. Eu próprio vez ou outra penso em pender pra esse lado. Mas tenho um punhado de amigos dos quais eu não conseguiria abrir mão. Pessoas que entraram na minha vida e que eu faço um esforço danado para mantê-los perto de mim, mesmo que nos encontremos separados por alguns quilômetros. Amigos especiais que, mesmo que eu não queira investir em outras amizades daqui pra frente, não conseguiria esquecer nunca. São meus amigos ANJOS, que se aborrecem comigo e com os quais eu também me aborreço de vez em quando. No final, o que sobra desses nossos aborrecimentos é o que, no nosso caso, pode ser chamado de AMIZADE. E amizade é isso! Mas voltemos ao artigo.
Na minha opinião, o que vem desconstruindo o conceito de amizade é a banalização da mesma. As pessoas começaram a delirar que o segurança que elas conheceram na casa de show e pediu para ser adicionado no Facebook é um amigo. Me desculpem se estou jogando água fria na fervura, mas não é amigo não!!!
Nem o segurança da casa de show; nem o cobrador de ônibus; nem o caixa do supermercado; nem o garçom ou garçonete do barzinho; nem o cabeleireiro; nem o açougueiro; nem o colega de trabalho; nem a moça na fila do banco. Não, não são amigos o policial, o gari, o cantor com o qual tiramos uma foto no restaurante, o caminhoneiro que acabamos de conhecer e nos fez dar umas boas risada contando uma piada engraçada lá do sul. Não, essas pessoas não são amigas, são só pessoas que conhecemos no nosso dia-a-dia. A amizade, a verdadeira, não se faz assim, como um cachorro quente numa barraquinha na frente de um estádio de futebol.
Amigo de verdade é aquele que pensa em você, que se preocupa com você. É aquele para o qual você pode correr nos momentos complicados da vida com a certeza de que ele vai te acolher, seja com um abraço acalorado, um conselho, uma palavra de incentivo, de apoio, e até mesmo, acredite, com um puxão de orelha. É isso mesmo, um puxão de orelha! Porque amigo é pra isso: para nos pôr nos trilhos quando nos sentimos descarrilhados.
Amigo não é só aquele que nos fala coisas bonitas, mas também aquele que nos abre os olhos dizendo a verdade, mesmo que ela nos cause um pouquinho de dor. É esse o tipo de amigo que eu valorizo na minha vida, que eu preciso pra minha vida, porque é esse o tipo de amigo que eu tento ser para as pessoas que eu escolho como amigas.
As pessoas que se preocupam com nós, que nos são amigas de verdade, não devem ser colocadas no mesmo pacote onde foi colocada uma pessoa que acabamos de conhecer num baile funk, numa borracharia, ou sei lá onde. Quando fazemos isso, das duas uma: ou não somos amigos daqueles que sabemos ser nossos amigos de verdade ou simplesmente não valorizamos as nossas amizades.
QUE DEUS ILUMINE CADA UM DOS AMIGOS QUE TENHO (E SÃO POUQUÍSSIMOS). E QUE ELES NUNCA ESQUEÇAM QUE PODEM SEMPRE CONTAR COMIGO.
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