Musica Velha
Você é minha música... minha rima e meu tom...
Você é minha inspiração... que fez renascer meu coração... Te amo!
Adoro sob todas as formas de linguagem a música, porque ignoro ainda a ignomínia da gramática e da filosofia.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música e quem não acha graça de si mesmo.
Nota: Trecho da crônica "A Morte Devagar", publicada por Martha Medeiros no dia 1 de novembro de 2000. Muitos vezes é equivocadamente atribuída a Pablo Neruda.
...MaisBob Marley acreditava que podia curar o racismo e o ódio literalmente, injetando apenas música e amor na vida das pessoas. Um dia ele estava programando uma apresentação de comício pela paz. Atiradores foram à casa dele e atiraram nele. Dois dias depois, ele foi até o palco e cantou. Aí alguém perguntou: "Por quê?"
E ele disse: “As pessoas que tentam tornar esse mundo pior não tiram dia de folga. Como eu vou tirar?"
Se algum dia alguém te magoar faça dessa pessoa uma musica que você dançou,ouviu, curtiu e hoje já não faz mais sucesso
Um sorriso, um abraço apertado, uma música, estar com quem eu gosto, rir até a barriga doer. São coisas simples, mas me fazem muito feliz.
Era uma noite, quase 10 horas. quando o surdo escutou o mudo dizer que o cego viu o aleijado correr atrás de um carro parado, e ali perto a 200 km, em um dia frio de 45 graus em que o sol iluminava a pálida noite, uma velha de 15 anos deitada num banco de pedra feito de madeira dizia calada que preferia morrer do que perder a vida...
Sorte nunca é de um só, é de dois, é de todos... Sorte nasce cada manhã, e já está velha ao meio-dia...
Uma prova da mentalidade medíocre desses filhos da velha política é que seus mandatos (ou de quem eles defendem) são medidos pela incompetência reacionária. Ou seja, quem for menos incompetente ganha a eleição...
Esta palavra, “velha”, bem, deveriam inventar outra porque ela já vem contaminada de coisas como a decadência, a finitude. Os velhos são produtivos, apesar de terem uma sociedade que só cultua o novo.
Quando fiquei velha ainda era moça... por isso tenho o andar vagaroso e o olhar demorado. Por isso compreendo a urgência da vida dentro da paciência tão necessária. Porque se nada é pra já, nada também se repete, e um atraso, meu amigo, um atraso pode significar mais que um depois; pode significar nunca mais!
Arcaica Alma
Ai de minh'alma velha destituída de par
Que faz minha carne sentir o que está
Onde os idiomas não vão
Solta meus olhos do trânsito
E os arremessa ao horizonte
Sem nada querer ou precisar.
Sra. Solidão
Oh posso sentir no tutano de meus ossos!
Como estalos de chamas lambendo capim seco
Do cerrado que me pariu
Como chuvas que sobre fazendas vão mais violentas
Ou pior, a geada velha, caquética, incomum
De flácidos braços que me constringindo, me constrangem.
Me chamam de Preto velho ou preta velha.
Não me importo, guardo dentro de mim um sabedoria muito grande. Trago na lembrança todos as dores porque passei nesta terra.
Tragona mais forte ainda a certeza que hoje quero ajudar meus irmãos que estão na terra independente da cor da pele.
Preto velho pela cor da pele, pela idade que acham que tenho.
Na verdade não importa, o que importa é vocês saberem que tenho muito conhecimento dos mistérios desse mundo e do de cá.
A quem me busca minha bênção, sempre ajudo os que de coração me buscam.
Lembro sempre somos todos irmãos. Preto velho hoje mas seu irmão sempre.
Não aguento mais ouvir dizer que sabedoria é uma questão de idade. No meu ponto de vista é uma questão de reflexão.
Uma pessoa apenas por ser velha e por ter mais vivências, não significa que é mais sábia; Se for um cabeça dura e achar que só a sua opinião é a correta, torna-se apenas um ignorante. Até porque de nada adianta vivermos muitos anos e continuarmos presos aos conceitos antigos. Os anos que vivemos, só se transformam em Sabedoria quando aprendemos com as experiências acumuladas e refletidas. Se continuarmos infectados por modelos antigos, que não evoluem com o passar dos anos, deixamos que a nossa vida se torne num enorme museu.
Custa ouvir o que os outros tem a dizer? Até uma criança tem algo a nos ensinar.
Basta filtrar as coisas e parar de achar que é o dono da razão só porque tem mais idade.
SABEDORIA é uma questão de pensar.
Apenas reflita um pouco!
Velha história
Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava, a trote que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelos cafés. Como era tocante vê-los no “17”! – o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial… Ora,um dia o homem e o peixinho passeavam na margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado e eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho: “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!…”. Dito isso, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n’água. E a água fez um redemoinho, que foi serenando, serenando… até que o peixinho morreu afogado…
VELHA OPINIÃO (soneto)
Só o tempo é que faz poetar a vida
Harmoniza a esperança e dá ação
Põe o antídoto do amor na questão
E no fado faz estória de vinda e ida
O ser depende do grau da emoção
Em nada se pode ter dor resumida
Ou tão pouco ter ânsia embevecida
E ou descrença sem fé no coração
O eterno desejar uma sorte ungida
Faz da trilha um trilhar na contramão
Pois sempre se tem algo de partida
E no perde e ganha, a voz é da razão
Não se tem a felicidade assim parida
Vem com dose de ventura e aptidão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
16/06/2016
Cerrado goiano