Mulher Separação
Vá, parte agora
Antes que fique mais ruim,
Prefiro ter lembranças de você distante,
Do que tentar te esquecer perto de mim.
Só fique se quiser ficar e só fique se sentir-se bem...
Só fique se tiver motivos pra querer que eu fique também.
Prometo que não vou chorar na sua frente nem na de ninguém.
Eu preciso te ver se encontrar, eu preciso te ver viver bem...
Bem de noite, na hora do insone você vai encontrar alguém pra te fazer feliz a noite inteira, como eu já quis pra vida inteira.
Bem de dia, você vai trabalhar pensando que tua vida tá fluindo como brincadeira, eu velar daqui de longe o teu nome...
Eu vou rezar daqui pra te ver feliz...
Eu vou pedir pra Deus te dar o braço que quis te trazer, pra tua força não se desfazer...
O que me deixa triste é a tonalidade do meu cabelo, a língua alheia não tem efeito em relação aos meus sentimentos. Já está mais que provado que este pedaço de carne sem osso é a maldição dos que não sabem usá-la!
Parte de mim sofre ao pensar que ela está tão perto e ao mesmo tempo tão intocável, mas a sua história e a minha são diferentes. Não foi fácil para mim aceitar essa simples verdade porque houve um tempo em que nossas histórias foram uma só, mas isso aconteceu há seis anos e duas vidas.
Orei por mim e por você, e veja a palavra do Senhor:
Atos 15:39-41
Leia com atenção:
Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas.
Os irmãos entregaram Paulo aos cuidados do Senhor e Paulo confirmou as igrejas, sempre as fortalecendo.
Ou seja, somos a igreja confirmada pelo Senhor e recebemos diretamente de Deus o fortalecimento de que tanto precisamos.
É Incrível como uma pessoa entra na sua vida, e muda totalmente ela.
e É incrível mais ainda como essa mesma pessoa saí e a Destrói facilmente.
Balada para a fugitiva.
Eu preferi ir ver a vida, ela não me abandonou e saiu por ai. Talvez eu a tenha abandonado, quando abri mão dos meus sonhos. Não me comprazerei com tua amargura, tão pouco com tua covardia em viver. Não mendigarei sua atenção para com minhas mazelas, pois delas tenho ciência ser de minha responsabilidade. Irei furtar-me ao direito de tua presença para não mais sofrer a tentação de vulnerabilizar-me diante de ti ou outrem.
Não verbalizarei de forma audível minha frustração, me aterei a efemeridade da escrita poética, onde poderei esconder minha raiva, contida em vernáculos pouco conhecidos e externar minha frustração de forma contida e dúbia, onde só os mais avisados poderão vislumbrar o sentimento oculto e ao mesmo tempo explicito.
Não chorarei. Não por insensibilidade, mas por convicção de inutilidade, deixarei que a vida flua, ainda que sem você. Esperarei pacientemente que as feridas se cicatrizem e partirei novamente para uma nova jornada de afeto, onde você será apenas uma cicatriz a ser lembrada e nada mais.
Lamento sim, pelo que sua covardia nos privou, poderíamos ter vivido e experimentado muito mais juntos, testado as limitações que nossas vidas nos impuseram, descoberto os prazeres que nossos corpos almejavam. Mas seu medo fala mais alto e preferistes a tua solidão.
Ouço lá fora o agouro da coruja, mas não me soa como agouro, apenas um lamento, tão lúgubre quanto o meu nesse momento. Mas a manhã vem se aproximando e vou encontra-la sem medo, renovado, ainda com certeza quebrantado, mas disposto a prosseguir, com ou sem você.
Teu choro me comoveria se fosse o choro da desilusão, por um erro cometido, um amor atrevido e não correspondido, fruto do desgaste depois de tudo tentado e ainda assim mal sucedido. Mas teu choro é o choro dos que se acovardam, portanto não é digno de complacência ou cumplicidade daqueles que te cercam, quase merecedor de pesar, mas ainda assim não o receberá de minha parte.
Siga em disparada. Para dentro de sua infelicidade, pois se te assombra o medo de ser feliz, ainda que por um ínfimo tempo, abraça já teu demônio da infelicidade que a muito te espreita e então tá, vá chorar. E seja infeliz o quanto desejares, até ao mais fundo ondes te aprazerás de tua própria auto piedade.
Teu olho despencou de mim
Não reconheço a tua voz
Não sei mais te chamar de amor
Não ouvirão falar de nós
A gente se esqueceu, amor
Certeza não existe não
E a pressa que você deixou
Não vem em minha direção
Ausência quer me sufocar
Saudade é privilégio teu
E eu canto pra aliviar
O pranto que ameaça
Difícil é ver que tu não há
Em canto algum eu posso ver
Nem telhado, nem sala de estar
Rodei tudo, não achei você
Encontro-me em momento de reflexão.
Estes momentos de reflexão, são de alegria.
Porém, com outros pensamentos amargos.
“Nada acontece por acaso”, alguém já escreveu esta frase.
Mas, ao mesmo tempo, é tão injusto.
Quando colocas a pessoa que amas, em primeiro lugar (o que para mim, é natural).
E se não dá certo, é óbvio que ligações amorosas não são para sempre “até que a morte nos separe”, ou não, (até que as influências alheias nos conseguirem destruir), faz mais sentido.
O que custa mais, não é estar mais junto dessa pessoa, mas sim, quando a tens no pensamento.
Num pensamento do quotidiano, algo que te lembra a felicidade.
Não se vá assim
Meu coração não pode mais chorar
E a solidão já não quer me deixar
Pago pra ver você voltar
Lembra
Dos sonhos tão calados
E os choros abafados no jardim
Se lembra
Lembra, amor
Que um dia te falei
Sorrisos vêm e vão
Mas nunca hão de ficar
Parece que o dia vai chegar
E você vai voar
Prum peito, um coração
Tão longe de mim
Enquanto o tempo não abrir
Eu vou e quero que você vá também
Ai amor
Nem tente me chamar que eu não vou
Ai amor
Nem tente me chamar que eu não vou mais voltar
Portas fechadas
Janelas trancadas
Nenhum ruído se ouve do lado de fora
Dentro da casa um eco do nada
Eco do vazio dos que ali ainda viviam
Somente o ruido de suas mentes inquietas
Inseguras e temerosas sobre o futuro incerto
Alimentando-se da esperança de ouvir alguém bater à porta trazendo boas novas para seus corações exaustos
Ninguém bateu...
ANDOU (soneto)
Meu sentimento evaporei na saudade
Da essência do amor, que me arrastava
Ah! como quis um dia, como sonhava
Agora, cada qual no tropel de liberdade
Insana, as paixões devoram à vontade
Que a mente sã... se faz de tão brava
Em uma existência, ali, cruel e escrava
Do desejo, tão em busca de felicidade
Agrados, querer meu e meus danos!
Essa paixão, que no haver não coube
Fez poetar aos versos os desenganos
Antes que a solidão o sossego roube
O tempo, pra não se perder nos anos
Andou! o que permanecer não soube.
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17/fevereiro/2020 - Cerrado goiano
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