Mudar de Cidade
AQUI NA ROÇA
Tem moço da cidade cantarolando
As maravilhas de se viver na roça
Cavalgar pelos campos, nadar no rio
Fogueira, roda de viola e cachaça
Aqui tem tudo isso
Mas aqui também se acorda cedo para trabalhar
Cavalo, porco, cachorro, galinha, gado para alimentar
Lavoura pra plantar, cuidar, colher e vaca para ordenhar
Aqui fim de semana ou feriado não se pode parar
A vida na roça não é fazenda de novela
Peão de roupa limpa, mão sem calo e rosto sem suar
Aqui na roça o trabalho é pesado
Mas pra quem já está acostumado
Essa é a melhor vida, esse é o melhor lugar
João Pessoa.
Cidade verde e arborizada
onde o teu xaxado ecoa
dentre tantas tão amada
não conheço outra tão boa
de Parahyba à Filipéia
não tem um que faça ideia
o quanto eu amo João Pessoa.
A Cidade dos Gatos
Noite linda céu de estrela ascendente.
Memorias remotas ao longe vinha como
lembrança de um belo e singelo rosto.
“Então antes de pensar morra!” disse
alguém ao longe.
Trazido pelo ar o som daquela tenebrosa
voz, chegava até a mim pela janela.
Que nem sei aquém pertencia cujo um
pavor em mim eu sentia.
E se cabia a mim refletir sobre aquilo.
E as ruas escura e solitária, pôs a noite
tinha acabado de chegar a um certo
tempo.
Cada beco escuro era visto os olhos
brilhante de algum gato.
Parei para admirar tal gato preto que
por mim do meu lado passava, e ouvir
do outro lado: “A cidade a noite é deles”
disse um velho que por mim tinha
acabado de passar que eu nem mesmo
havia notado, só quando ele proferiu
a tal frase.
E a noite parecia ser dada de presente
para eles.
E num encontro de dois gatos numa
rua, parecia que um dizia para o outro:
“O que se passa?”
“Os gatos são os donos da noite”
disse a mim uma figura misteriosa
que por de trais de um capuz seu
rosto eu não podia ver.
“Que cidade mistérios e intrigante”
pensava eu.
Cidade na qual tinha acabado de
mim mudar naquela data de “01/11/1888.”
E numa andança pela cidade ao dia
notei que ao dia a eles também
pertencia.
Ao fazer companhia aos feirantes e
pescadores perto do mar.
Se fartando nos restos de peixes.
E nos seus focinhos dava para ver
quanta alegria neles era vista em cada
ronronar de felicidade.
Então de baixo daquele dia lindo me
dirigir ao encontro de minha amada
na cidade dos gatos.
Parabéns
Enfim viste eleito,
O prefeito
Da cidade do desproveito
Do estado do desrespeito
E no país do insatisfeito
A cidade era de papel, mas as lembranças não. Todas as coisas que eu tinha feito ali, todo o amor, a pena, a compaixão, a violência, e o desprezo estavam aflorando em mim.
No lugar da correria da cidade, o balanço da rede, o único som que se ouvia, era o canto dos pássaros!
Verdadeiro valor!
O cabra pode ser vaqueiro
ser prefeito da cidade
ser doutor ou ser pedreiro
ou viver de caridade
do Brasil ou do estrangeiro
mas nem sempre é o dinheiro
que nos traz felicidade.
Qual sua graça?
CPF! certidão de idade! de sanidade! de cidade!
dólares em reais.
certidão de morte!
Qual sua desgraça?
Por quem você ora?
Cinco vezes vire-se à Meca.
Com quem você faz ora?
O que te alimenta?
Quantas horas?
bússola orienta!
Em quem você vota?
esbórnia desorienta!
hóstia engorda.
se é que vota.
exilada maria madalena!
Nulo é covardia.
em paredes de banheiro
Anular é dedo.
pra rir: Horário Eleitoral.
Toda bossa é nova.
pra chorar: política.
Toda prosa é trova.
Deixa tudo e vambora!
apresse tua oração
que o Futuro já foi.
sem fazer ora
no lombo do Boi.
ESPINHOS DA VIDA
VAGANDO NA RUA DA GRANDE CIDADE
EM BUSCA DE ALGO QUE JAMAIS PERDEU
OS LABIOS SORRINDO O CORAÇÃO TRISTE
COLHENDO OS ESPINHOS QUE A VIDA LHE DEU
PROCURANDO MEIO PRA SOBREVIVER
ENTREGA SEU CORPO A HOMEM QUALQUER
LOUCO DE DESEJO MAIS POBRE DE AMOR
POR ALGUM MOMENTO SENTI SEU CALOR
DEPOIS LHE ABANDONA ONDE ESTIVER
NA PORTA DO HOTEL LUGAR QUE LHE DEIXA
DEPOIS QUE ELE MATA SUA SEDE DE AMOR
NO SEU CORAÇÃO É REVOLTA CONSTANTE
AO PERCEBER QUE SÓ POR INSTANTE
O SEU BELO CORPO TEM ALGUM VALOR
QUANDO É DE MADRUGADA VAI DORMIR SOZINHA
SENTINDO A PROPRIA VIDA QUE LEVA
SEM TER NINGUEM PRA OUVIR SEU LAMENTO
A DOR DA SAUDADE VAI FERINDO AOS POUCOS
AQUELA QUE FOI A MELHOR DAS FILHAS
VOLTAR PARA CASA ELA NÃO TEM DIREITO
SABE QUE SEUS PAIS MERECEM RESPEITO
E A SUA VOLTA ENVERGONHA A FAMILIA
NA PORTA DO HOTEL LUGAR QUE LHE DEIXA
DEPOIS QUE ELE MATA SUA SEDE DE AMOR
NO SEU CORAÇÃO É REVOLTA CONSTANTE
AO PERCEBER QUE SÓ POR INSTANTE
O SEU BELO CORPO TEM ALGUM VALOR
Suga me, a teu bel prazer,
Alimenta tua vontade,
Incorpora-me a você,
Aranha negra da cidade.
Devora-me, como queres,
Sinta o gosto da minha carne,
A vida do meu ser arranques,
Canibalizando-me, sua verdade.
Predadora de mim, amor mortal,
Intensidade de prazeres abissais,
Fêmea em transe no amor total,
Faminta, sacia gozos colossais.
Espojando-se, me aprisionando,
Me matando a cada momento,
Nas suas contrações fundindo,
Carne, espírito e sentimento.
Mata-me quando quiseres,
Tira de mim, a minha força,
Deita no meu leito e esperes,
Amar-me, louca, como queres.
Coimbra
Cidade de gente importante,
Um cidade que permanece radiante
De montante a jusante brilhante.
Uma cidade com vida,
Em que vemos um grande nação
Nos alicerces bem contruída.
Possuidora de uma das universidades
Mais velas do mundo, mas contudo.
Aqui feitos grandes doutores,
Escritores, e sabedores.
Ai não sei o que seria de mim!
Se esta cidade não existisse
Eu não estaria aqui neste mundo.
Não estaria a escrever ,hoje, neste dia.
E na sociedade a que pertenço sentir-se-ia
Em parte vazia sem conhecer este nobre português.
Que Deus fez, refez, no fundo modelou, e falou:
Tu és quem és por que mereces ser, seja o que quer
Que fores pensa nas consequências, nas sequências
Dos teus actos mas não te esqueças honra os teus Antepassados, para que estes não se sintam mal com tal
Degenerador, que em vez de aprimorar a sua família,
Preferiu estragá-la e acaba-la.
Não te esqueças Renato deves muito a este país,
Mas também a ti mesmo, não te esqueças,
Se continuares assim, se depender de mim serás que tu Quiseres ser, e assim irás permanecer no futuro feliz,
E irás, como sabes, ser sempre um aprendiz
Com catividade, originalidade nas letras e nos sons
Pois com sabes te oferecem dons.
Coimbra cidade de doutores, engenheiros e de gente
Sapientíssima quer de história, quer de ciências.
Cidade de humilde e de gente forte.
Faz este país forte a Norte, ao Centro e ao Sul,
Gente rodeada de cultura, de muito boa Literatura.
Meu Pai
Meu pai se foi
Agora tudo são escombros e restos na minha cidade saqueada e destruída
Uma cidade que foi uma vez tão bonita
Meu pai se foi
E com ele a alegria do mundo
A alegria que me sustentava com uma força pulsilânime, densa, estrutural
Meu pai se foi
E com ele uma fúria que me arrasta por mundos conhecidos e desconhecidos
Uma fúria que me me alimenta e me destrói
Meu pai se foi
E com ele um susto que parece que não vai embora
Como uma mensagem que se repete dia e noite na secretária eletrônica quebrada de meu telefone
Meu pai se foi
E com ele a luxúria de uma vida grata, alegre, doce
A luxúria da leveza e das coisas boas do dia-dia
Meu pai se foi
E com ele meu porto seguro
Minha direção no mundo, bússola do meu coração
Meu pai se foi
E com ele minha voz altiva e meu olhar confiante
Meus pés sólidos e firmes no chão, garatindo meus caminhos do porvir
Meu pai se foi
E com ele o palhaço que me fez rir a vida inteira
Hoje tem marmelada? Tem Sim senhor. Hoje tem goiabada? Tem sim senhor...
Como vai, como vai, como vai? Tudo bem, tudo bem, tudo bem, bem, bem.
Meu pai se foi
E com ele a paixão pelo futebol
E com ele a paixão pela arte
E com ele a paixão pela música
Meu pai se foi
E com ele um cidadão que reclamava de seus direitos
Um conservador de imensa lucidez
Meu pai se foi
E com ele as lembranças de brincar na casa da minha tia
Ele tocava violão ou violino,
Ela tocava harmônica
Ela fazia a melodia
Ele fazia a segunda voz
Meu pai se foi
E com ele as invenções de quem produzia mais que o tempo da vida lhe dava
A vida parecia correr para dar conta de toda sua força de criação
Meu pai se foi
E com ele as bordas do meu mundo
Ele era meu sul, meu norte, meu leste, meu oeste
Traços de uma cartografia que me definia e me desenhava sem eu saber
Meu pai se foi
E com ele um coração de tanta bondade
Um carinho por todo o mundo
Meu pai se foi
E com ele um sorriso presente
Sempre presente
Sempre presente
Sempre presente
Meu pai se foi
E com ele a saudação repetida no telefone
“O menino de ouro...”
Meu pai se foi
E o jeito desengonçado dele dançar
E seu amor pela chuva
Sua paixão pelo vinho, pelo bacalhau, pelo pastel
Meu pai se foi
E a boa vontade de fazer as coisas
Sua disposição para tudo
Meu pai se foi
E com ele o andar apressado dos dias da juventude
E o andar lento e difícil dos últimos anos
Meu pai se foi
E com ele uma parte de mim que ainda não sei qual é
Meu pai se foi
E com ele a luz do meu sol do meio dia
Meu pai se foi
E com ele uma ausência impreenchível
Meu pai se foi...
E a estrada agora parece tão longa
Mesmo que florida, mesmo que regada e cuidado por ele mesmo
“Alguem sentado a beira do caminho
Jamais entenderá o que eu sinto agora
Sou levado pelo movimento que sua falta faz...
Havia tanta paz no seu carinho
Na despedida fez um dia lindo”
É como se voce estivesse num paraiso.
numa cidade cheia de cristais.
e eu aqui bem longe lembrando do seu sorriso.
a mesma distancia que nos separa,
é a mesma que a cada dia mais aumenta essa paixao.
sentimento estranho, mas um estranho bom.
sentimento verdadeiro daqueles do coração.
vem matar essa sede de ter voce.
saudade ta me matando.
volta pra cá, vem viver ao meu lado
quero sentir o teu calor
te dar aquele abraço quente, e o beijo tao esperado.
vem, vem viver ao meu lado.
Princesa minha me tira dessa saudade.
me leva pro teu paraiso.
voce é minha fonte de luz, meu mar de felicidade
LIÇÃO PARA APRENDER A CONVIVER COM O PRÓXIMO
Havia certo homem em uma pequena cidade que ao passar dos anos conseguiu conhecer todas as pessoas que ali moravam. E chegou a seguinte conclusão: todos os moradores da cidade tinham muitos defeitos. Decepcionado, decidiu sair da cidade para viver sozinho em sua fazenda.
Chegando lá, começou a viver solitariamente. Mas, com o tempo, começou a perceber que ele também tinha muitos defeitos. Então ele chorou e disse: “Ah! Meu Deus! Gostaria de fugir de dentro de mim mesmo! Porque da mesma forma que os homens da minha cidade sou um homem cheio de defeitos”.
Ainda pensou: “Vou me matar! Só assim acabo fugindo dos meus defeitos”. Mas pensou outra vez e disse: “Mas se eu me matar eu vou para o inferno! E lá é que tem gente ruim mesmo!”.
Então ele decidiu fazer uma oração a Deus, pedindo perdão pelos seus defeitos, e se lembrou de um texto bíblico que dizia “o amor cobre multidão de pecados”.
Então ele disse consigo mesmo outra vez: “Eu me amo, e tenho que aprender a conviver com os meus erros”. Dias passaram e ele conseguiu viver.
Passando alguns dias em solidão, não agüentou, e decidiu fazer outra oração, dizendo a Deus que não suportava mais estar só. Dessa vez, ao término da oração, lembrou-se das palavras de Jesus “Amarás teu próximo como a ti mesmo”.
Então se lembrou da cidade onde morou, e disse: “Voltarei para a minha cidade, porque assim como aquele povo tem defeitos, eu também sou cheio de defeitos. E quando eu voltar para lá amarei meu próximo como a mim mesmo, ao ponto de reconhecer que passei tanto tempo naquela cidade, com tantos defeitos, sem percebê-los. Agora terei amor aos meus conterrâneos, para que juntos possamos viver”.
Ao voltar para a cidade reencontrou todo tipo de pessoas. E dessa vez sempre que via um de seus amigos cheio de defeitos, procurava entendê-los, e dizia consigo mesmo: “Eu tenho que amá-los como eu me amei e me perdoei. Por isso estou vivo aqui e encontrei a felicidade. Porque só o amor é que não tem defeito e conhece o que é a verdade”.
Já eram meados de março, o coelhinho da páscoa passeava pela cidade. Kaô estava em cima de um Ipê branco, quando acidentalmente deixou seu boné cair no chão. Ele desce e pega o cachorro no seu colo, pois sabe que àquela altura seu pai não ficaria feliz caso aparecesse em casa sem seu chinelo. Ventos alísios do sul sopravam para oeste, e Gunther corria afobado. Quais seriam seus verdadeiros sonhos?
Vivemos entremeados de recomeços. Mudamos de casa, de emprego, de cidade. Tem quem muda os amigos, o amor, os conceitos. Fazemos novas escolhas para juntar os pedaços, ou ajustar os ponteiros. Para respirar o ar menos poluído da hora do ‘rush’, e, também, mais leve de rancores. Há aqueles que mudam por necessidade, e, outros, por simples vontade.
Muitas vezes, mudamos do jeito que dá, e encaramos a nova morada ainda vazia. Faltam sofá, mesa e louça limpa. Faltam também certezas, mas levamos a coragem que carregamos no peito. Porque partimos em busca da felicidade.
No início, nos perdemos um pouco. É normal. Nem sempre a nova estrada é bem iluminada. Mas, mesmo ser saber direito como é o chão em que pisamos, sem pensar demais naquilo que nos impulsiona, seguimos em frente. É como retirar um pincel mágico de dentro do bolso e desenhar a luz que nos deslumbra pela vida.
Certa hora, um som de dar arrepios nos fez pensar em voltar atrás. É o barulho estridente da culpa, trazendo o peso carregado do medo de se arrepender. Pensamos nas pessoas que deixamos para trás, e na vida que um dia foi aquilo que sonhamos.
Lembramos que dizer adeus nos corta por dentro, e que as lágrimas nem sempre são suficientes para aliviar a dor. Tem dor que precisa doer até passar sozinha. Até compreendermos que para sermos felizes, infelizmente, algumas vezes decepcionamos alguém. E o contrário também ocorre, tem gente que nos magoa mesmo sem querer. Então, encontramos dentro de nós uma força invencível, e, com nossa gaita invisível, sopramos para longe a melancolia.
Damos risadas nas conversas à toa, ouvimos o barulho dos talheres novos ou velhos, mas diferentes. Sentimos o tique-taque mais calmo, mas atento. O mensageiro do vento nos traz boas novas: não há pressa para ser feliz, só não podemos perder nosso tempo.
Se percebermos que esse projeto não há como ser realizado, faremos novas escolhas. Se alguém que desejamos nos ignora, conheceremos novas pessoas. Nosso lema será não desitir de nós mesmos. Quem desiste, não aprende a sacodir o pó da canseira.
Conscientes de que, na vida, temos poucas certezas, aproveitamos a beleza da descoberta. Desembrulhamos nossas dúvidas e as deixamos livres para voar. Mesmo que a previsão do tempo seja imprevisível, se fará chuva ou sol, não importa. O que interessa é onde estamos, aqui e agora.
Só se acha quem se perde, e não adianta pegar atalhos. A felicidade é uma colcha de retalhos. Passado e futuro. Amor e dor. Alegria e tristeza. Todos se entrelaçam para dar forma e sentido às nossas pegadas. Caminhamos para onde quisermos, e levamos conosco a alma aquecida por essa colcha, dia após dia.
Olhamos para trás para seguirmos em frente. Saudade e esperança caminham juntas. É que já revolvemos nossos vulcões, encontramos algumas raposas e nos despedimos de nossas flores. Agora pegaremos carona com a nova migração de pássaros…
Voemos!
A terra flora! Felicidade!
Choveu na roça!Adeus cidade.
Eu vou-me embora. Eu já vou tarde!
Eu vou agora. Bateu saudade!
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