Mini Textos de Ana Maria Braga

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Trevas, Noite e Lume -

Passa o tempo devagar
por silêncios indiscretos
passa a dor que por te amar
vem do sangue de dois pregos.

Passa ao lado a ilusão
dessas trevas que deixaste
e no calvário do coração
um coração que tu pregaste.

Passam medos sem destino
passam gritos magoados
tantas pedras no caminho
que deixaste nos meus fados.

E até passa o meu ciume
e as mentiras que o fizeram
passam trevas, noite e lume
por tantas coisas que não eram.

Tudo passa, bem o sei,
por esta ausência sem razão
oh meu Deus porque deixei
que alguém pregasse meu coração?!

Inserida por Eliot

Carta aberta ao Senhor -

Vem Espirito de Deus, antiquíssimo e idêntico,
Igual por dentro ao silêncio ...
Vem, Senhor das coisas impossíveis que, desces no olhar, na voz de quem vive o teu Mistério!
Vem ... vaga e levemente com as Mãos estendidas para cada um de nós e beija-nos a fronte, enche-nos de infinito!
Funde o teu corpo aos nossos sonhos nos impasses calados que nos prendem a vida!
Vem embalar os nossos pensamentos, afagar-nos a tristeza, aumentar a nossa Fé!
Vem lá do fundo, de dentro de nós e para nós, das raizes da vida que nos correm nas veias do coração. Dá alento às coisas que dizemos, às que dizemos e não somos, às que somos e não damos. Talvez porque a vida seja curta demais para a Alma que trazemos, talvez, porque não possamos tocar mais além do que o nosso olhar pode tocar, ou, porque não pensemos mais do que o nosso pensamento pode alcançar! Perdoa a nossa frágil condição. Essa que conheces desde sempre ...
Aceita, porém, a nossa imensa gratidão por tantas vidas que nos envias indicando a direcção ...
Essas vidas que se dão aos Teus desígnios Grandiosos, à Glória do Teu Nome, à plenitude do Teu Espírito.
Obrigado, Senhor, pelo Dom do Sacerdócio! Esse Ministério tão cheio de Mistérios, esses Mistérios tão cheios de Grandeza ...
Obrigado, Senhor, por aqueles que nos envias a penetrar os Teus Segredos, p'los que curam as feridas, por aqueles que participam em cada sofrimento, p'los que vivem neste mundo de prazeres sem procurar o seu prazer, p'los que vão dos homens até Ti, Senhor, e vão de Ti até aos homens, levando-lhes a Esperança, a Fé e a Caridade num amanhã que há-de vir! ...
Por terem um coração de fogo e uma Alma de marfím onde se passeiam , de mãos dadas, a caridade e o amor, levando a cruz como bandeira.
Obrigado, Senhor, por lhes dares um pensamento de oiro num corpo de prata!
Derrama sobre nós a Tua bênção, mas, abençoa sempre, e em primeiro, quem nos guia, porque nos guia! Pois se não formos dignos de te falar, ao menos, podemos ouvir-te por intermédio desses que escolheste para nos ajudarem p'los caminhos pedregosos que a vida tem ...

Despeço-me, Senhor, de Ti, por Ti e em Ti.
Ricardo Maria Louro (Caminhando)

Inserida por Eliot

Tanta gente desonesta -

Tanta gente desonesta
Com olhar de quem não é
Tanta gente que não presta
Qu'inda assim diz que tem fé!

O mundo corre, o mundo gira,
Tudo passa em seguida
Quem levanta uma mentira
Pagará com a própria vida!

Vem trevas, agonias
P'ra quem fere um semelhante
Nada o salva desses dias
Condenado eternamente!

E a vida sempre segue
Ao lado dessa gente
Mas a morte que os persegue
Há-de calá-los para sempre!

Inserida por Eliot

Um Poema para Ti -

Foi de mim que nasceu
este poema para ti,
não tem principio nem fim
nem palavras que o sustentem
no passar da madrugada ...
E o silêncio é tão frio
mas o amor 'inda é maior!
E foi por ti, só por ti
que o embalei no meu seio
desde o ventre de minha mãe,
sim, tu já lá estavas também!
Não te via mas sentia que estavas
entre o ali e o agora,
estavas no meio ...
E o tempo passou
e todos passaram,
tu chegaste, o teu olhar veio.
E aqui estou
dividido mas inteiro
só por ti, só por ti
à espera que venhas
que me abraces
sem princípio nem fim
como o poema que escrevi
nestas linhas para ti ...

Inserida por Eliot

Ladainha dos Martyrios -

Bendita e louvada seja
A paixão do redentor
Que p'ra nos livrar das culpas
Padeceu por nosso amor!

Senhor tende piedade de nós!
Jesus Cristo tende piedade de nós!
Espirito Santo que sois Deus
tende piedade de nós !

P'las sete dores de Maria, rogai por nós!
P'las três quedas do Senhor, rogai por nós!
P'los Martyrios de Jesus, rogai por nós!
P'las moedas que o venderam, rogai por nós!
P'la corda que o maneetou, rogai por nós!
P'la corrente que o prendeu, rogai por nós!
P'los espinhos que o coroaram, rogai por nós!
P'la cana que lhe deram, rogai por nós!
P'lo caminho do Calvário, rogai por nós!
P'la toalha que o limpou, rogai por nós!
P'la cruz que o suspendeu, rogai por nós!
P'los cravos que o pregaram, rogai por nós!
P'lo martelo que o cravou, rogai por nós!
P'la torquês que o despregou, rogai por nós!
P'los dados que lançaram, rogai por nós!
P'la tunica que rasgaram, rogai por nós!
P'la esponja envinagrada, rogai por nós!
P'la lança que o trespassou, rogai por nós!
P'lo suspiro que lançou, rogai por nós!
P'la escada que o desceu, rogai por nós!
P'la Santa Mãe que o recebeu, rogai por nós!
P'lo Santo Sepulcro que o acolheu, rogai por nós!

E porque Jesus Ressuscitou,
Aleluia, renasceu!
E porque o Senhor vive p'ra sempre,
Aleluia, renasceu!
E porque o tumulo está vazio,
Aleluia, renasceu!
E porque a vida triunfou,
Aleluia, renasceu!
E porque o véu que nos separava para sempre se rasgou,
Aleluia, aleluia, aleluia, Renasceu!

Bendita e louvada seja
A paixão do redentor
Que p'ra nos livrar das culpas
Padeceu por nosso amor!

Inserida por Eliot

Vacilo -

Hoje que o corpo parece vacilar,
num acto de profunda contradição,
levanto os meus olhos para Deus,
para que jamais permita
que me penetre a solidão ...

A nossa arma é a oração!
É de Deus que nasce a cura
pois é da Fé que nasce a paz
que paira leve e docemente sobre
o coração ...

Oh Senhora da Saúde
venho falar dos meus medos
são teus os meus segredos
que partilho em confissão.
Pois não vejo o caminho
Nesta imensa escuridão.

Mãe do destino
dos pobres, sem nada,
estou cheio d'incertezas
que deixo em vosso altar
nestas velas acesas.

Inserida por Eliot

Nossa Senhora da Saúde de Évora -

Senhora das faces serenas
Alivia-me as penas
Neste passar pela vida;
Mãe dos tristes e dos crentes
Do nascer aos meus poentes
Sê meu porto de guarida!

Senhora dos mantos bordados
Dos olhos doces, brocados,
Das vestes d'oiro e de luz,
Alivia-me os pecados
E põe meus olhos caiados
Nas mãos doces de Jesus!

Oh Senhora do destino
Traz luz ao meu caminho
Quando me invade a solidão,
E como velas acesas
Leva as minhas tristezas
Salva o meu coração!

Oh Mãe dos desolados
Dos que choram cansados
Num penar que não tem fim,
Vovei, Senhora da Saúde
Vossos olhos p'ra quem lute
E não esqueçais também de mim!

Inserida por Eliot

Na Solidão das Marés -

Na Solidão das Marés de um dia pardo,
vislumbra-se um amor que vai embora!
Instante de solidão toldado
pelas águas da distância
em que um coração amargurado
se afunda lentamente.
E as horas vão passando ...
E aquele amor vai partindo ...
E eis que nada nos rodeia nessa hora!
Sozinhos como sempre,
nos braços do destino,
embalados pela vida.
Ao longe, seus olhos de cristal,
deixam saudades no horizonte!

Inserida por Eliot

Pura Ausência -

Paira sobre a vida um vazio
Uma sombra magoada sem destino ...
Porque ficas em silencio frente ao rio
E nos deixas à deriva no caminho?!

O teu jeito! O teu toque! O teu olhar!
A tua voz cristalina, eloquente,
Capaz de nos fazer sentir o que é amar,
Agora tão distante, tão ausente.

Porque tinha eu que aqui ficar
Se tu tinhas que partir?!
Aconteceu! Aquele medo de separar
O que o destino um dia quis unir ...

Arrancaram de mim toda a alegria
Só há ecos de saudade no meu peito
Transformou-se em noite cada dia
E cada hora fria no meu leito.

Adeus musa cristalina dos meus versos!
Teu olhar é como um passaro que voou,
Como um dia que acabou, sem gestos,
Adeus meu Vendaval de Sonhos que passou.

(Poema dedicado à Fadista Celeste Rodrigues, à sua partida e à intensa amizade que unia o Poeta e a Fadista)

Inserida por Eliot

80 Anos de uma Vida bem vivida -

Oitenta anos de uma vida bem-vivida,
Com instantes de tristeza outros de alegria
Muitas vezes planeada nem sempre apetecida
Mas vivida intensamente, dia a dia!

Oitenta anos de uma vida bem vivida
De um destino construído, inventado,
Tantas vezes suportado em despedida
Ora rindo ora choranso sobre o passado!

Oitenta anos de uma vida bem vivida
Onde as feridas já não tem um lugar
Onde a verdade é esperança conseguida
Com uma imensa vontade de sonhar!

E passa a vida! Tudo passa sem passar ...
Para a Alma não há tempo nem corrida
O que importa é não deixar nunca de amar
É o segredo de uma vida bem vivida!

(Poema dedicado aos 80 anos da Avó Materna do Poeta ( Avó Clarisse)

Inserida por Eliot

Às Dores de minha mãe -

Eu que não era
vim de onde não sei
e foi em breve Primavera
que em teu ventre me gerei.
Mãe! Eu nasci das dores de minha mãe!
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe ...

Poderei algum dia esquece-lo?!
Deverei juntar minhas mãos
e algum dia agradece-lo?!
Serão apenas momentos vãos,
palavra alguma poderá agradecer
ao ventre de minha mãe.
Oh minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de minha mãe...

Mãe minha, minha mãe ...
Em ti me fiz poeta
em águas-de-solidão
e masceu minh'Alma insurrecta
do teu sanguíneo coração.
Mãe, minha mãe! Foi em teu ventre,
foi no ventre de mimha mãe.

Inserida por Eliot

Naquela Campa -

Há um poema cansado
Nas rimas do meu sofrer
Mais um momento marcado
Pela vontade de morrer.

Há um silêncio que agito
No fundo dos meus sentidos
E o meu poema é um grito
São meus sonhos perdidos.

E o que ficou do que fomos
Está preso ao fado, à poesia
P'ra mim seremos e somos
Aquele amor que eu sentia.

Aquelas horas tão nossas
Só eu as guardo no peito
Talvez também 'inda possas,
Lembra-las tu ao teu jeito.

Naquela campa tão fria
Deixo uma rosa e um beijo
Que a Musa desta poesia
Fica virada p'ro Tejo.

(Poema escrito pelo Poeta junto ao túmulo da sua sua Inspiração, Celeste Rodrigues, no Cemitério dos Prazeres em Lisboa, no talhão dos artistas, virado para o Tejo)

Inserida por Eliot

Linda Leonardo -

Minha vida fez-se grito
Cheia de curvas de saudade
E num pranto entristecido
Atravessou a minha idade.

Veio de longe a solidão
deixando a vida por viver
E num momento sem razão
me dei ao fado sem saber.

E vai chorando o coração
Num anseio sem ter calma
E eu cantando desde então
Tantas penas da minh'alma.

Tanta vida por viver
Tanto fado por cantar
Tantos versos por escrever
E eu sofrendo por te amar.

(Versos que o poeta dedica à amiga e fadista Linda Leonardo)

Inserida por Eliot

Esse amor que trouxe o vento -

Esse amor que trouxe o vento
Mais veloz que o pensamento
Trouxe rosas ao meu leito
E num mar de água salgada
Fez nascer a madrugada
Como um sopro no meu peito!

Esse amor que trouxe o vento
Fez nascer no firmamento
Uma estrela ilumimada
E aqueles sonhos que sonhei
Aquele amor que desejei
Fez-me andar por outra estrada!

Esse amor que trouxe o vento
É mais forte que o lamento
Que a saudade ou a tristeza
E ái daqueles que o não sentem
Na verdade é porque mentem
E só vivem na incerteza!

Esse amor que trouxe o vento
Fez nascer um sentimento
Que nos veste o coração;
Disse adeus à amargura
E não sei se foi loucura
Disse adeus à solidão!

Inserida por Eliot

Como estou triste -

Como estou triste na indiferença deste amor,
Na alegria desta dor que me fez por ti sofrer,
Na lonjura das Marés, num turpor
Tão imenso que me faz anoitecer ...

Como estou triste por não ver o teu olhar
A passear-se no silêncio das manhãs,
Por não saber se algum dia irás voltar
Ou por sentir que a minha esperança é coisa vã.

Como estou triste, ó Deus, como estou triste,
Por tudo o que vivi, por tudo a que me dei ...
E porque teimas coração, porque insistes
Que continue a passar por aquilo que passei?!

Como estou triste p'la aurora que não chega,
P'la noite que não finda, por este mar
Que nos separa , p'lo amor que não sobeja ...
Como estou triste por não saber se irás chegar!

Inserida por Eliot

Sou o que sou -

Sou o que sou
por não poder ser mais!
Desprendo-me da vida,
desprendo-me do Mundo,
não sei aonde vou ...

Talvez soubera e não fosse!
E não sabendo irei?! ...
Parado não estou.
O que faço não sei.
Tristezas que a vida trouxe ...

E o destino passou ...
A vida é tão estranha ...
Há um fosso à nossa volta ...
E como uma teia de aranha
eu sou o que sou!

Inserida por Eliot

Passaste por aqui -

Passaste por aqui! Sei que passaste ...
Pelo aroma que ficou espalhado pela rua ...
As casas, os caminhos, as pedras que pisaste,
tudo mais intenso, transparente, à luz da lua.

Eras tu! Por certo que eras tu!
O amor das madrugadas por viver,
com aquele olhar que, por instantes, me deixava nú,
sem respirar, sem que eu consseguisse perceber.

Até as Primaveras acabadas de chegar reclinavam
ante o paladar da tua boca
e as flores, ao vento, até bailavam ...

Bailavam os olivais das pradarias,
as brisas eram feitas da voz roca
de um só vento, e tu, meu amor, a cada gesto renascias!

Inserida por Eliot

Entre a noite e a madrugada -

Entre a noite e a madrugada
Foste embora como um louco
Eu segui por outra estrada
E despedi-me do teu corpo.

Disse adeus à nossa história
Toda feita de jasmim
Hei-de tê-la na memória
Num compasso que há em mim.

Há em mim tanta saudade
Do que fomos um p'ro outro
Na madrugada da cidade
Despedi-me do teu corpo.

Vesti dias de saudade
Vesti noites sem passado
No silêncio e na verdade
Minha vida é cor do fado.

Guardo em mim aquele olhar
A nossa vida já passada
E p'ra sempre hei-de cantar
Entre a noite e a madrugada.

Inserida por Eliot

Foi assim que nasceu -

Tão estranho sentir o que sinto desde quando te vi
Mas o amor sempre chega quando a gente não espera
Talvez seja a vontade de amar que um dia perdi
Quem sabe se és tu o luar da minha quimera
Foi assim que nasceu este amor que eu sinto por ti!

E Vi nos teus olhos o destino que tanto pedi
E tu nos meus olhos o amor que tanto esperaste
Nem mar, nem silêncio, nem vendavais que vivi
Não voltarei a chorar porque tu já chegaste
Foi assim que nasceu este amor que eu sinto por ti!

Inserida por Eliot

O Porquê -

O Porquê daquela angústia
Tão pesada, tão sofrida
Tão lenta, tão calada?!

O Porquê daquela dúvida
Hora amarga de nós dois
Sem futuro nem abraço?!

O Porquê desse silêncio
Cheio de noite, de saudade
Sem dias nem esperança?!

O Porquê da tua ausência
Minha rosa, meu jardim
Meu poema inacabado?!

E o porquê de eu estar assim?!
Alguém sabe?! Alguém me diz
Porque dói tanto este porquê?!

Inserida por Eliot

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