Minha Alma tem o Peso
Me Deixem Chorar...
Quero uma fatia do tempo
Tirar a alma do relento
Assim o desacontecimento
Ter sentido, ter alento
E então descansar
Vendo o minuto passar
Com razão e oportunidade
Ter nova felicidade
Neste peso no coração
Sem que nada me peçam
Ou que seja em vão
Quero prantear livremente
O gemido triste ou contente
E se a dor me invadir totalmente
Que venha sem culpa ou penitência
Tirar a moral da aparência
Pois é minha e é única
E vestir o desejo com a túnica
Da superação, e ser compreendido
E não ter que ser corrompido
Mesmo que não saiba lidar com ela
Pois o novo dói sim, quero abrir a janela
E gritar ao mundo: - Sou livre! - Posso!
A vida não é um negócio...
Vou secar a lágrima e ir à luta outra vez
Quero ressurgir mais forte, ter mais lucidez
E no ato de tentar e tentar
Na fragilidade humana
Peço que me deixem chorar.
Luciano Spagnol
A alma do vinho
Na garrafa a alma do vinho arrolhada
Transpassa o desejo de degustação
Quer mais que goles na madrugada
Quer ser lacre no fado da emoção
Bem se sabe o deleite que seduz
São néctar as papilas de puro prazer
Dando coragem que nos conduz
Nos vestindo de abrasante ser
Fogueada face em plena amiga rodada
Escorre no cristal num balé aromatizado
Estirpe que nos lábios tem elegância atracada
Que faz do espírito um eterno apaixonado
Oh! Prisioneiro do cárcere de vidro
Tu libertas o meu poetar a chilrear
Em leveduras dos amores contidos
Velho e bom amigo que vem consolar.
Luciano Spagnol
O silêncio da alma
Escondido nos segredos do coração
A doce melodia de silenciosa canção
Se escuta na arte da contemplação
Apagando os sons do tempo, da vida
Nos transportando além da tranquilidade
Adormecendo a dor de uma partida
E o sossego da felicidade...
Quando se alcança esta harmonia
Tudo se completa, tudo é alegria
É beleza na diversidade do amor
E sabedoria no perfume de uma flor
Num maná oferecido ao espírito
De bênçãos quem vem a ti
Pelas mãos do Criador, que não exclui
Dando mais energia a emoção
E mais paixão a respiração
Pois somos tudo num só e nada num todo
O bem e mau que inquieta e acalma
Nodoados no silêncio da alma...
(Questão de escolha... Opção!)
Luciano Spagnol
Analogia
Quando o olhar fala
A alma por todo cala
O corpo se veste de alegria
O abraço em laço irradia
Nos fazendo melhores
Imperfeitos e maiores
É o amor em sintonia
Como em uma poesia
Luciano Spagnol
Tristura
Eu estava a chorar
E na tristura e lágrimas
Pus a alma a pensar
Das angústias e lástimas
E nesta sumarenta dor
Escorrendo em desestimas
O que me alentou foi o amor
Luciano Spagnol
A Morte
Oh! a saudade é fato! E tudo passa
A alma em procissão faz despedida
E na lápide fria, repousa ali recaída
Por onde o dia dos mortos devassa
Do céu os entes queridos nos espia
No chão a emoção assim despedaça
E vê ir embora, tal sopro em fumaça
Na dor da lembrança tão cruel e vazia
Tristura! por que sofrer, assim, tanto
Se no entanto tudo é apenas questão
De tempo, a vida e a morte é encanto
Paixão! deixe em paz a paz do coração
Chore! e não temas o escarpado pranto
A morte é início da prometida ascensão
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
novembro de 2018
finados, cerrado mineiro.
Araguari.
Súplica
Queria poder enxergar
Só com os olhos da alma
Sem o habitual criticar
E agradecer a oferta alheia
Poder ter a sabedoria
De só espalhar alegria
Sem presunção
E o orgulho de boa ação
Suplico um coração sem tristeza
Que a vida só me dê clareza
Aos sonhos ilusões de amor
Aos atos semear valor
Aos amigos mais amigos
Entes queridos os inimigos
Sem ser rastejante diante dos fortes
Nem gigante diante dos fracos
Quero aprender o dom de perdoar
Longe o desejo de vingança ficar
Alongando os dias de realizações
Encurtando as noites de angústias
Trazer justiça aos momentos de astúcia
Alicerçando o desejo na divina fé
Tão necessária para poder evoluir
Na grandeza de homem existir
No coração o amor então construir.
© Luciano Spagnol
20/11/2007 - 05’ 30”.
Dia da consciência negra.
AMOR QUASE SIDO (soneto)
Amores vem, vividos, amores vão
Na poesia voam e, na alma fundido
No tempo, o que é, e foi permitido
Nas palavras, dissertando o coração
Ama eu, ama tu, ele, ela, repartido
Lágrima, sorrido, a dura decepção
E num sempre porque, indagação
Nuns ficamos, outros nos é partido
Mas sempre desejado, imaginação
Onde? Quando? E é sempre sabido
Que dele quer, dele se tem emoção
E nesta tal torcida o amor é provido
O amor é sentido, sentido é a paixão
Sem porque nem como, os quase sido!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
AMO-TE (soneto)
Amo-te no meu maior, largo e profundo
sentimento da alma, é amor, mais nada
Te uivo no peito em graça entressonhada
onde paz, calma, faz-se em cada segundo
Amo-te no ringir da noite por ti poetada
que verseja a paixão de que me inundo
deste afeto que é o maior do meu mundo
num regozijo duma felicidade estacada
E é tão puro e é tão feliz e é tão fecundo
que as lágrimas são preces transfigurada
de fé ingênua e fausta, neste amor rotundo
Amo-te na pequenez de minha morada
tão simples, mas cheia de zelo jucundo
Pois tu és rogo da vontade tão desejada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
hoje
hoje uma quinta feira
no cerrado hora primeira
o vento soprando
a alma se calando
hoje, tem entardecer
o dia pra viver
um segundo de cada vez
e outro talvez
hoje!
num balé de paradigma
só pra hoje!
Amanhã outro enigma!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
termo
meus poemas são meus olhos
falam com o juízo do coração
na alma destrancam ferrolhos
enferrujados pela corrosão
dos desprezos e embrulhos
dos enganos da emoção
e mesmo assim,
entre rimas de dor
que escrevo sem fim
teimo nas estórias de amor
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ
Poeminha no viver
Meu viver, que és um canto
Que n’alma sempre a nascer
E eu, neste morar vivo tanto
Portanto, tenho a agradecer.
Os anos que vão passando
São de desfolho sem dó
Se turbulentos ou brando
Dão-me ventura, não sou só!
A minha fé, minha confiança
São meus olhos, olhos meus
Tal um flechar de esperança
Como uma benção de Deus!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11 de março de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CONDIÇÃO
Dissolveu o amor e a dor saliva
No vazio. Pondo a alma no cais
Este afeto que já foi muito mais
Está sensação que andais cativa
Solitária a emoção, e pensativa
Sente e chora este mal, e jamais
Pensou ter e que doesse demais
E eu sem ti e cá com a falta viva
Mas amei de todo o bem, amei
Sei que após continuei amando
Assim, lhe vi pelo cerrado indo
Sofrer, porque sei que sofrerei
Pois o ter insiste estar sonhando
Haver-te, o adeus vai possuindo!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/06/2021, 12’17” - Araguari, MG
Versos de um amoroso
O Amor, que é, poeta a amável hora
Sonoro olhar que, n’alma, reverbera
A própria Glória que, no sonho mora
Significado encantado da primavera
O Amor, que é, ao coração incorpora
Os versos cheios de singular quimera
Entristece, alegra, também, ri e chora
Que na emoção tem verdade sincera
O Amor, que é, tem eterna inspiração
A canção que canta o canto da paixão
Que espera, esmera e tem tom maior
O toque que seduz, e que tem nome
E sobrenome, tem o beijo com fome
E todo dia, abrigo, Amor que é Amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
25 setembro, 2023, 14’10” – Araguari, MG
*paráfrase Vasco de Castro Lima
Gaúchos
No impulso espontâneo e irresistível da alma,
Onde a raça fez valer toda a sua identidade.
Os gaúchos são orgulhosos e orgulho da nação,
Por lutarem pelo povo e pelo bem de sua cidade.
Chamam cabras machos o pessoal do nordeste,
Mas cabra mesmo é essa gente de olho azul,
Desdenham de Pelotas os frustrados nos reveses,
Não sabem que os nossos heróis estão no sul.
Quem não se lembra da revolta de farroupilha,
E dos tenentistas que cruzaram o nosso país.
Personagens de tantas lutas pelas glórias,
Firmes foram até quando presidente do Brasil.
Entre as mulheres, suas belezas se sobressaem...
Até nisto Deus foi generoso com o esse povo.
Acredito ser presente divino pelas árduas lutas,
Mesmo sendo carioca, aplaudo a raça dos gaúchos.
Nas carícias sinto a sua entrega, mas no silêncio a voz da sua alma. Contudo, saiba que o amor fingido mata como as drogas.
Status, o preço a ser pago
Você perdeu sua alma, sua honra, negociou seus valores, vendeu a dignidade, ficou sem moral, sem respeito
Está nu perante si mesmo e vestido de finos trajes para agradar os outros, mas não sabe que por dentro és pobre e infeliz
Quando a voz do poeta se cala, ele fica em silêncio para ouvir sua alma.
Há tanto sentir em um só ser que é necessário respirar e processar o que vai escrever.
Frase de Islene Souza
Eu não vou te levar no coração, eu vou te levar na alma.
Vou te levar no olhar, vou te levar naquela roupa bonita que você tanto gostava de olhar.
Mas eu vou te levar, porque o coração é um órgão simples sem você lá.
Então eu vou te levar e te lembrar em cada poesia de rosas que eu recitar e escutar.
Eu vou te levar, te esperando ansiosamente lá, lá onde eu me apaixonei por você pela primeira vez.
Lá, quando retornarmos para casa, eu vou poder me expressar,
e assim você me verá sem a maldade e as limitações do mundo.
E assim, assim eu estarei lá, no nosso primeiro altar, te esperando entrar,
para então poder me derramar
e compensar uma vida inteira de ansiedade
só para te amar de verdade de onde viemos, lá
na eternidade.
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