Meu Eterno Amante
Ela era;
A primavera em meu dia.
A primavera em minha semana.
A primavera em meu mês.
A primavera em meu ano.
Hoje, falta ela na minha vida.
Ei moço - disse ela,
não é o meus poemas que te fez melhor,
é muito mais, é meu amor por ti escrito neles.
Era um inicio de primavera,
éramos flor semente.
Vem cá passarinho;
não cai no chao
cai aqui na minha mão.
Vem cá menina; coração
Vem cá ser meu poema,
porque não?
Vem cá seu meu tudo,
ser o fim do meu às vezes
Vem cá pra vida inteira.
Vem cá do seu jeito.
Vem cá a sua maneira.
Menina
mandingueira
você enfeitiçou
meu coração
com amor colhido
no pomar canção
nele tem de tudo
tem laranjeira
bananeira, goiabeira
tem flutas de verão
Até uma roseira
junto com a fluta pão
Só não tem amor do bão.
O sussurrar
dos seus poemas
bafejaram a pele
que cobre meu coração
Acordando
vulcões que estavam
dormindo há tanto tempo
já tinha esquecido que estavam lá
Agora em lavras
prestes a explodir
quer buscar seu toque
pra escorrer de mim
"Não sou escravo de ninguém, Ninguém senhor do meu domínio
Sei o que devo defender, E por valor eu tenho, E temo o que agora se desfaz"
Meu grito era cego;
Surdo e mudo.
Um grito sufocado de receio.
Um socorro disfarçado de sorrisos.
Medo do medo
Você entende?
Até o grito, se moldar em nós.
Um grito com grito.
Um grito com voz.
Será que, num universo paralelo, a vida é assim:
Se for para ser meu, ninguém pode tirar de mim, se não for, ninguém pode me dar.
