Meu Eterno Amante
CORRE MEU VELHO
Anda, poeta velho!
Escarcavelado!
Escaravelho!
Pingarelho desarmado
De olhos cerados,
Magoados,
Galga, meu velho!
Secaram-te as lágrimas,
Brotaram-te as águas
No leito do teu rio,
Tão vazio
E tão cheio de mágoas.
Não durmas mais a sesta.
Caminha,
Noutro caminho
E foge de mansinho
Da prisão desse lar
Em que te querem encerrar,
Sem te ouvir
Se queres ficar ou desistir
De pensares,
De sonhares...
Foge!
Foge!
Corre, meu velho!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 10-08-2023)
ASAS DE APARIÇÃO
Roçavam no meu rosto cansado e pálido,
Penugens de ricos sentados em cadeirais
De ceias opíparas imitando as dos cardeais;
Não sei se ainda vivos ou balofos imortais,
Só sei que as penas das asas eram ao cálido.
Talvez mais ao negro e profundo esquálido,
Não do magro, quiçá mesmo ao imundo sujo,
Deste mundo chanfrado de efeito obtuso.
Por tal e demais conformes eu me escuso
A viver por muito mais tempo de uso
Neste planeta perneta por demais confuso,
Em que me dão a comer pão em desuso
Por algum castigo ou má-fé eu acrescento
Na esperança do direito pleno do julgamento.
Nunca palavras inúteis eu por saber esbanjo…
Se as asas não eram de aparição, então
Seriam por remédio ou alguma suposição
As asas aladas de um hipotético anjo!?...
(Carlos De Castro, in Há um Livro Por Escrever, em 12-09-2023)
PRAGAS EM VINHA D'ALHOS
Tantas penas, tantas pragas
Me rogaram de mansinho,
Pra tolher o meu caminho
Em horas tão aziagas.
Esqueceram que até nas fragas
Rijas das penedias,
Nos rochedos escabrosos
Pedregulhos tenebrosos
Das montanhas tão bravias,
Por obra de algum autor
Tal Cristo mostrando as chagas,
Pode aí brotar uma flor.
E essa flor que nasceu
Fui eu,
Me confesso, pecador
E autor nas horas vagas,
Que por força do meu fervor,
Já não me pegam as pragas.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 18-10-2023)
TALVEZ UM POEMA MEU DOS MAIS CURTOS
Para mim, não há ano novo
Civil, religioso ou profano,
Quando a fome ataca o povo
No pântano em que me movo,
Neste mundo demais insano.
Quem elaborou o plano
Das horas e do calendário
Que rege o mundo, afinal?
Dizem que foi um mortal
Quiçá um gregoriano,
Papa, de certeza com papa
Garantida todo o ano.
Vieram os contadores dos tempos
Em épocas bem mais remotas,
Babilónias, Egípcias e Chinesas
E para maiores certezas
Perguntem lá ao Hiparco,
O grego que não Aristarco,
Nas matemáticas catedrático,
Se há justiça no relógio
Que marca sem sortilégio
Eu ter de me levantar,
Às três e meia da matina
Há trinta anos volvidos,
Matadores dos meus sentidos
Feita já minha doutrina.
Pobre o povo que continua
Sem ver o sol nem a lua,
Em dias e noites sem nevoeiro.
Não há cesto sem cesteiro,
Um dia, irá ser o primeiro
Da revolta
Presa ou solta,
Do teu ano, por inteiro.
Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 30-12-2023)
Curo as feridas e as dores do meu corpo, da alma e do espírito, com a água morna e salgada que brota copiosamente dos meus tristes olhos.
Estação solidão
O sol decidiu mudar
Encontrei-o em minha rua
No meu momento de sestear
Não era encontro com a lua.
Nas esquinas de asfalto quente
Os apressados vão e vêm
Emitem gestos inconscientes
Não têm tempo para ninguém.
A grande vontade de falar
Sei que quero, mas não devo
Ele insiste em ficar
Nesse clima que é longevo.
Esperava-se pela chuva
Esperava-se pelo frio
Pretendia usar as luvas
Sonhava com o sombrio.
Bom são as cortinas abertas
Sempre se busca o claro
O sol entrou pelas frestas
O sombrio tornou-se raro.
O que se espera é o fim
A mudança da estação
O que é que será de mim?
Se vêm o frio e a solidão.
Ontem
Lembro teu olhar;
Aquele do outro dia;
Tua boca me beijar;
Meu sorriso de alegria.
Ontem teve a hora;
A de ter a companhia;
Foi difícil ir embora;
É que a noite eu passaria.
A boca e o sabor;
A memória do beijo;
O sentimento é amor;
A mistura é de desejo.
A lembrança faz sofrer;
A distância me destrói;
Minha vontade é de ter;
O amor que nos constrói.
Venha ser só minha;
Deita-te na mesma cama;
Em meus braços se aninha;
E diga que me ama.
Diga com o teu olhar;
Diga com o teu abraço;
Use a boca pra beijar;
Deixa o resto que eu faço.
A poesia é a minha estrada.
Escrever é o meu carma,
a palavra é a minha arma,
a caneta é a minha espada.
MEU NORDESTE
Eu nasci lá no nordeste,
poesia é a minha paixão,
serei sempre nordestino
de corpo, alma e coração.
Trago em minha essência,
a dor da minha ausência
e a poeira daquele chão.
O coração diz por escrit
Sei que não me ouve!
O meu dizer é tão imediato,
Instantâneo,
Rápido,
Sem demora.
Vou agir na sua frente,
Como Ultimo beijo de despedida,
Por isso vou correndo antes que fico vermelho como cereja.
Não basta eu ficar no estado sossegado,
Mesmo eu sei que meu coração bate e nunca ficou em descanso.
Eu meu dizer é tão imediato,
Isso serve para te como uma mulher de canto suavíssimo,
Também serve para mim, como sirene! Tu me desperta no rodeio do imediatismo.
Escuta-me hoje! Pós de te vejo o mundo apreciável
Amanha não haverá espanto e nem respeito admirável.
Te separei como pétala de Margarida que sinto admiração, por tua causa o meu beijo é conduzido com lisonjas, nenhuma outra razão retirará o teu sorriso, este é o aviso de toques de cada ribombar dos meus sentimentos.
Hoje eu acordei precisando tanto de você, querendo buscar nos seus olhos explicação pra esse meu sofrer após uma noite repleta de sonhos que me fizeram lembrar o quanto dói a sua ausência o que alivia esse meu sofrer é a certeza de que logo você vira e com um doce beijo trará luz a esse meu dia sombrio .
E às vezes eu me pergunto: Será que o meu final será feliz? Será que haverá um sorriso no desenlace?
Quero passar a vida nessa doce rotina
A cada amanhecer ao meu lado
Teu cheiro no meu travesseiro
Teu beijo ao amanhecer e esse sorriso
Me convidando a mais um dia no paraíso ao teu lado
Seu corpo aguçando meu desejo
Quero todas as noites ninar seu sono
Ser o teu refúgio nas horas de angústia
Ser sempre o primeiro motivo do teu sorriso
Quero fazer moradia no seu coração
Simplesmente te amar até a última batida do meu coração .”
Meu mundo não tão cor de rosa.
Tenho duas direitas e duas esquerdas! E tudo muito complicado viver e entender um mundo falado, explicado e construido em prol de pessoas que não sofre com os TDHBBs, desléxicos, tocs e ainda tem mais habilidades com a mão esquerda. Não nos julgue inaptos e atrapalhados ou burros, é só nosso jeito de tentar nos adaptar a esse mundo.
Meu Brasil Varonil.
A largo passou da hora dessa realidade mudar.
A 'ORDEM E PROGRESSO', não passa de um trem, onde os maquinistas o mantém desgovernado e com rumo certo.
Povo calado é povo vencido, trazido na chincha de um poderio massivo de governantes sem escrúpulos ao enricamento próprio.
Praticar a gratidão?
Hoje um anjo esteve
no meu caminho,
estendeu tuas mãos
em meu auxílio,
vi em teus olhos
o brilho do bem fazer.
Num simples e pequeno gesto,
deixou-me inundada de
sentimentos e emoções,
paralisou meu ser por segundos,
e pude compreender que
a paz que pairou,
era apenas uma das vertentes
da gratidão.
Fibromialgia, a dor que nunca passa.
Meu corpo a muito padece de tantas dores generalizada, não há um ou outro ponto em especifico.
São diversas tarefas, até as mais corriqueiras como pentear o cabelo ou caminhar até o portão, me inunda de dores.
No decorrer do dia e da noite, tenho pelo corpo grande variações de dores, tanto faz se dormindo ou acordada é pesadelo.
O que mais dói são os comentarios de quem não tem empatia comigo devido minhas dores!
A escola tradicional, dos anos iniciais até a faculdade, matou meu eu criativo e dificultou totalmente tudo na minha vida!
Piorou quando percebi que por ter nascido mulher, preta, pobre e ambidestra, a jornada em um mundo feito para "branco" e por "branco", não iria me selecionar para uma vida melhor, de igual para igual, a todos os viventes.
Acredito que ainda há esperança para o ser humano e que adquirir conhecimento é o caminho mais viável!
