Meu Amor Viajou
Soneto da distância
Quando dois corpos querendo se tocar
E a distancia o fazem separados
Esperam o ansiosos o tempo passar
E acalmar os corações atribulados
A esperança o fazem acreditar
Que ao fechar os olhos serão confortados
Isso os farão relembrar
Que quando ama não esta isolado
Assim, quando a noite chegar
E a solidão não te fazer bem
E no céu só restar o luar
Sei q vai olhar pro céu
E estarei olhando pra lá também
E estaremos unidos por um mesmo véu
SONETO SEM VOLTA
Vai-se mais um talvez pra outra parada
Vai-se um, outro, enfim decaídas cenas
Que dói no peito, na solidão, e apenas
A teimosia para essa pesada derrocada
Cá na quimera, quando a dura nortada
Bafeja, os devaneios em alças plenas
Ruflam a alma em emoções pequenas
No ocaso do horizonte atiçando cilada
Também dos silêncios onde abotoam
Os suspiros, um a um, não perdoam
E choram, lágrimas pelos olhos vais
Na perfídia imatura, ilusões escoltam
Os sonhos, que sempre ao amor voltam
Mas que ao poético não voltam mais...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Outubro de 2020, 20’20’ – Triângulo Mineiro
Quem gosta de buquês não ama as flores. Ama somente a sua beleza.
Me pergunto: como não sentir tristeza em saber que um buquê não passa de um conjunto de flores condenadas a morte?
Hormônios
Aquele olhar seduzente
Acompanhado de um beijo molhado
Aquele corpo reluzente
E eu todo atrapalhado
Ela, com aquele jeito inconsequente
Foi me deixar apaixonado
Me senti um deliquente
Mas o que poderia dar de errado?
Na verdade, a culpa são dos hormônios!
Que passam pela minha corrente sanguínea
Liberando feromônios
Vendo ela, toda curvilínea
Enlouquecendo todos os meus neurônios
Mas a culpa não é minha!
Se foi ela que me chamou
Por se sentir sozinha
Se eu fui o único que ela amou
Para ela, fui fazer companhia
Mas com aquele olhar, ela me desarmou
De novo, com aquela ladainha!
Aquela, que já me conquistou
Que quando eu vi, ela me seduzia
Até a minha pupila dilatou!
Mas a culpa são dos hormônios
Que agem com tanta pressa
Que sugam meu oxigênio
E deixam meu corpo em festa!
Aquela sensação
Lábio com lábio
Aumentando a minha pulsação
Que fui me tornando mais hábil
E só foi melhorar a nossa relação
Enquanto a beijava
Eu liberava dopamina
Enquanto a tateava
Eu liberava serotonina
Enquanto eu a sentia
Eu liberava ocitocina
Enquanto ela me dominava
Eu liberava endorfina
Malditos hormônios!
Que me enlouquecem
Vão me deixando tonto
Aos poucos me aquecem
Se ela me deixou a este ponto,
Poderia eu, me tornar um refém?
Só sei que é muito bom!
Ficar com ela
Ouvindo aquele som
Nossa, como ela é bela
Ainda tenho as marcas de seu batom
Dignas de uma novela
Mas sei que ficar dela, é o meu dom
RÚSTICA HORA
A paixão sentida no revés sentimento
arremessa na alma desditosa e solitária
a infelicidade, sensação desnecessária
além, do amar, este, a mim sem alento
O pranto, a correr, e a sorte ao relento
vem do acaso, da solidão, do itinerário
que parece trazer consigo um rosário
sem rumo, que na ventura vai ao vento
Tenta, e tenta, lamenta. Olha em torno
sedento. E o silêncio suspirando lá fora
à meia penumbra, num choro morno...
Do reclamo, o luar alvacento da aurora
com seu reflexo pálido de um adorno
sofrente, murmura essa rústica hora!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06 outubro de 2020 – Triângulo Mineiro
Como são doces as palavras certas na vida de alguém, ditas com sabedoria, sem interesse, sem proseletismo,sem julgamentos, só com o intuito de edificar.
Às vezes, quando ele está me segurando e eu sinto que sou um líquido em seus braços, me pergunto se alguma coisa na minha vida vai parecer real depois disso. É como se eu viajasse além da terra e estendesse a mão e tocasse uma estrela ardente...
"Você encontrou Deus?" - Saiu da minha boca como se fosse a rotina mais profunda. Ele me olhou de cima a baixo, com um sorriso lateral. "Eu encontrei você".
O passarinho se despede do ninho,
Em busca do seu caminho,
Abre as asas para voar.
Se encontra com um mundo repleto de vaidade,
Meio a tanta maldade,
Nao pode ficar em um só lugar,
Migra no desconhecido,
Entre caçadas e perigo,
Ate a alimentação encontrar.
Fugindo de armadilhas, quase se entregou a isca,
Livre do aprisionar,
Mesmo sabendo da história da gaiolas, sem predador e comida na hora,
só para assobiar.
Já cansado de tanto perigo,
Quem sabe essa gaiola faz sentido, e lá vou poder descansar,
Armadilha acionada, comida na caixa.
E só um buraco para respirar.
Novidades para a vida, aprendeu uma língua e começar falar.
Hoje sem liberdade vendo o horizonte da grade.
Nao posso escolher a música a assobiar.
Ainda não é o problema, tem o dilema depois de anos fecham as janelas, abrem a gaiola e com as asas cortadas querem me forçar a dentro de casa voar.
Robson Gomes
@Gomes. rbs
Dos gostos da vida
os mais repentinos
são os que suscitam
a predisposição a amar.
Apreciar a brevidade,
sem deixar de fitar o evo
é inferir que o ego cego
nada pode contra a physis.
E quando o medo circunda,
atravancando a vastidão
(e o apelo é para o não)
transpasso meu coração
ao desejo mais límpido,
que deveras traduz
a arte do meu íntimo.
Pressupondo que é vário
enxergo sem embargos
que a vida é imprevisível.
Teimo intentar
Temo não lograr
Tento deslembrar
Tantos desejos quiméricos
Teclo o fascínio
Telefonei e você atendeu
Telúrico querer
Ter ou não ter?
Trafeguei em alto mar
Toquei seu corpo
Tatuei vosmecê
Tardei em dizer
— Tabuleiro do amor
Todo o teu gosto
Tende a ser
Tempestivamente meu .
Tenciono sobre os lábios
Turvos motivos
Tensões apaixonadas
Tentando convencer
— Telemetria à flor da pele
Ter ou não ter?
Tua boca na minha
Telenovela das seis .
Teatro feito de iguarias
Taças de feitiços
Travadas em você
Taquicardia jovem
Tendência a fazer
Templos de segredos
Tempos de mistérios
Ter ou ter você?
Ainda lembro de você
Às vezes com querer,
Às vezes sem conceber
Por que findamos no espaço-tempo.
Será que expiramos pela
fatalidade do acaso
Ou estamos vivas numa outra realidade?
Da tua boca saem mistérios
Do outro lado suspiro
Enquanto te almejo.
Em câmera lenta recordo do nosso beijo
e percebo que aviou.
Pois, me sobejaram apenas memórias.
A verdade é crua, baby!
— O amor às vezes,
tanto bate até que fura
E acaba.
