Mensagens de Borboleta
Aula de piano
Depois do almoço na sala vazia
A mãe subia pra se recostar
E no passado que a sala escondia
A menininha ficava a esperar
O professor de piano chegava
E começava uma nova lição
E a menininha, tão bonitinha
Enchia a casa feito um clarim
Abria o peito, mandava brasa
E solfejava assim:
Ai, ai, ai
Lá, sol, fá, mi, ré
Tira a não daí
Dó, dó, ré, dó, si
Aqui não dá pé
Mi, mi, fá, mi, ré
E agora o sol, fá
Pra lição acabar
Diz o refrão quem não chora não mama
Veio o sucesso e a consagração
Que finalmente deitaram na fama
Tendo atingido a total perfeição
Nunca se viu tanta variedade
A quatro mãos em concertos de amor
Mas na verdade tinham saudade
De quando ele era seu professor
E quando ela, menina e bela
Abria o berrador
Ai, ai, ai,
Lá, sol, fá, mi, ré
E sou já do que fui tão diferente
Que, quando por meu nome alguém me chama,
Pasmo, quando conheço
Que ainda comigo mesmo me pareço.
O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto. O que não atende por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou tempo, ficar longe, ou no morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem como pagar a receita, ou diz a quem chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante de negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros os gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda, para outro, o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida.
Em poucas mensagens... é incrível como a gente descobre bastante de alguém. Parece termos desenvolvido uma espécie de radar que se conecta rapidamente com a verdade do outro, Uma foto, um texto próprio, um texto de uma grande referência e de repente, a gente descobre alguém apaixonante. Não é loucura, não é carência, pelo contrário, é muita maturidade. Maturidade em perceber logo quem é de verdade e assimilar rapidamente a sua intensidade. Estou calejado!
Precipitado eu? Não creio? Pior é conversar com um mascarado por horas e horas, se iludir com coisas fúteis, se entregar e se perder por aí. Perder tempo e dignidade.
Ontem eu chorei ao ler nossas mensagens. Você é para mim tudo aquilo que eu não consigo explicar.
O seu jeito, seu cheiro, o seu beijo... Eles são nuances introspectivos do meu ser. Parece que eu te procuro e te enxergo em tudo, e ao mesmo tempo não te vejo em nada.
Você é um sentimento vazio que somente o meu eu é capaz de sentir, e nada em mim é capaz de decifrar.
Você é tudo aquilo que sonhei, e ao mesmo tempo o meu mais temido querer.
Se eu pudesse aconselhar alguém, diria o seguinte: o amor é enganação, confunde tudo aquilo que dizemos sentir e faz projetar no outro o maior desgaste que podemos imaginar. Portanto, não ame, amar é somente para aqueles que não amam. É confuso? muito, bem-vindo a essa sinuca de bico.
No meio de todo esse texto faltou energia, e foi uma queda total de luz. A luz que ainda brilhava em mim, não brilha mais. Você é luz, chama acessa em constante propagação, mas eu sou apenas um pequeno vaga-lume que procura um pouso seguro em pistas escuras.
Há mensagens de amor e carinho que não são ditas, mas a lembrança e a saudade é grande. E se as circunstâncias impedem de a mensagem ser dita, então o que não se diz e se tem vontade é a verdade que o coração guarda e o desejo da alma é que um dia possa acontecer a felicidade de estar junto e falar o que se está no coração.
Diariamente, surgem mensagens simultâneas de amor e terror compartilhadas via Whatsapps.
O "bem e o mal" de braços e abraços com o mal num romance astral, como dizia o velho Raul.
Dedicatória:
Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas.
"A borboleta".
Gosto tanto de pensar em seus processos; De pensar que a lagartinha tem um trabalho descomunal para primeiro fazer seu casulo, ficar ali dentro por um tempo, apertadinha, sozinha, aceitando sem relutar que tudo o que está acontecendo com ela, é o mais lindo e gratificante processo, a sua metamorfose. Gosto tanto de pensar que quando tudo se resolver lá dentro, ela irá sair, linda e exuberante com suas asas, não importa a cor, asas que irão leva la para onde ela desejar, sem limites, apenas voar, dona de sí e curiosa para desbravar.
Na adolescência isso se torna ainda mais cruel, pois introjetamos as doentias mensagens sobre amor verdadeiro naquelas comédias românticas meia boca que assistimos, aqueles livros idiotas que lemos, que nos inspiram e nos fazem acreditar que amor é isso, é suportar abuso.
A lagarta se transformou em borboleta
e, numa ensolarada manhã, deixou atrás de si
o casulo que lhe dera abrigo.
Assim também a moça alçou voo,
não sem antes olhar para trás
e lançar um último olhar de gratidão.
Cika Parolin
Vivi muito tempo como uma borboleta atravessada por um alfinete... inexoravelmente impedida de ver o sol, sentir a brisa e saborear o néctar das flores....enfim liberta, treino as asas para voos mais ousados....
Com suas diáfanas asas,
num instante de magia e encantamento,
a borboleta pousou em minha mão.
Tal qual a vida, tão efêmera...
mal tive tempo para apreciá-la
e voou para pousar nalguma flor
e aquecer-se ao sol
antes de se findar o seu tempo.
Cika Parolin
A Lagarta e a Borboleta
Em um pessegueiro em flor havia um casulo.
Dentro dele uma lagarta muito pessimista.
De sua janela via as borboletas felizes, de flor em flor
e invejava a sua liberdade.
Chorava se sentindo esquecida pela sorte, até que num dia de sol, uma borboletinha pousou à sua janela. Vendo-a chorar lhe pergunta: Por que choras?
Porque eu também queria voar e estou presa aqui dentro...
Ao que a Borboleta responde: Então não sabes de onde, nós borboletas, viemos? Nós viemos de casulos, iguais ao seu.
A Lagarta surpresa e vibrando de alegria sorri feliz...
Compreendeu, finalmente, que para tudo há um tempo. Tempo de ser Lagarta e tempo de ser Borboleta e tratou de esperar que tudo acontecesse no seu tempo.
Cika Parolin
da coleção de pequenos Contos Infantis
As vezes a felicidade pouza em nossos ombros como uma borboleta, mas as vezes estamos tão obsecados pela outra que não está dando certo, que perdemos a oportunidade da nossa vida, como uma borboleta que voa por ai a procura de um abrigo.
Hoje sou aquela Borboleta, abra seu coração, quero pousar na sua mão, trazendo paz, amor e alegria.
Agora... vá até a janela, liberte com ela, todos os medos, mágoas e melancolias.
Assim como borboleta, após debater-se cruelmente em paredes.
Um raio de luz brilhou, a saída!
Sim,és momento de tentar outra vez;
De acreditar que ainda sou capaz;
De recomeçar, de reaprender a voar,
Por que a canção não está perdida (jamais).
Por instantes a ausência de inspiração para este
Mas aquele “simples” raio de luz,
Trouxe-me, encontrei razão para ser.
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