Me Chame
Por que este sonho estúpido que chamam de realidade. Eis a minha raiva misturem-na com rosas e chamem-lhe de vida.
"Eu morri e continuei em pé.
Chame isso de teimosia, de fé ou loucura — tanto faz.
Só eu sei quantas vezes precisei me reconstruir sem manual, sem aplauso, sem ninguém.
Só quem sangra em silêncio entende o peso de sobreviver ao invisível.
A queda não me matou, me instruiu.
E hoje carrego cicatrizes que não envergonham — ensinam."
— Purificação
Há quem chame de vício.
Eu chamo de fuga.
Fuga de si, dos abismos internos que não tiveram coragem de atravessar.
Vícios não são só substâncias — são pactos silenciosos com a autossabotagem, com personagens frágeis que fingem força, com sombras que cresceram demais porque receberam atenção demais.
Eu sei o que é isso.
Eu já estive ali: no precipício da compulsão, no limite entre o alívio momentâneo e a destruição silenciosa.
Mas um dia — e esse dia sempre chega para quem decide — eu olhei no espelho e entendi: ninguém virá me salvar.
Ou eu me levanto, ou viro pó.
Troquei minha compulsão pela escrita.
Pelas palavras que curam, pelas ideias que constroem, pelo trabalho que transforma.
Troquei o vazio pelo propósito.
E entendi, com a brutalidade da vida vivida, que ninguém me deve nada.
Quem me ama, fica.
Quem escolhe partir, que vá em paz.
Eu não imploro, não suplico, não me diminuo.
Aprendi que o outro só pode me ferir uma vez.
Depois disso, se continuo sangrando, o punhal já é meu.
Quem se agarra ao passado arrasta correntes.
Quem se liberta, voa.
E eu escolhi voar.
Deixo as pessoas livres para serem quem quiserem ser — mesmo que isso signifique escolherem não ser comigo.
Porque o amor verdadeiro não suplica: oferece.
E se não for recebido, segue inteiro.
No fim, quem mais precisa do meu amor sou eu mesma.
E esse amor, hoje, é inegociável.
Não carrego mais monstros — só cicatrizes que me lembram do quanto fui forte.
A vida não é sobre vencer todos os medos, mas sobre não deixar que eles decidam quem você vai ser.
E eu decidi:
Vou ser farol.
Não âncora.
Ilumino.
Mas não prendo.
Diane Leite
"Os que vos chame Thelemitas não cometerá injustiça contanto que compreenda a palavra com perfeição, por que ela contém exatamente três graus:
O homem que mora em silêncio, o homem que ama e o homem vulgar da terra; o que queirais, que seja vossa vontade, esse significado terá toda palavra; de vós depende."
Não me chame de amor, se não for capaz de me amar. Não me chame de vida, se pretender me tirar da sua vida.
Minha autossuficiência vacila diante do medo de não haver quem me chame pelo nome. Ainda assim, ao me lançar na solitude, descobri forças que o silêncio guardava em segredo.
Não me chame para ser coadjuvante das fanfarras narcisistas; a minha honestidade é uma marca indelével e barreira intransponível dessas idiotices.
Não me chame de poeta.
Não sou uma dedicatória da história, sou a cria dos próprios pensamentos, os papéis lambem e degustam dos meus pensamentos!
Todos nós somos poetas, em afirmação sim senhor!
Poetas, e quando digo isso tenho certeza absoluta, na alegria ou na tristeza se põe as mãos em uma caneta sai dali a poesia. Dane-se que não tenha rimas, se você entende o que quis dizer no seu momento, interpreta e se liberta, é sim poesia.
Fim.
Me chame de ilusão, sou uma tela sem rosto, um momento sem expectativa, uma cor desbotada que o sol queimou e a lua, fica alheia porque o poeta sem inspiração, já não faz mais sentido para ela.
by/erotildes vittoria
Por que será que a maioria das pessoas gosta tanto de rótulos? Não me chame de uma coisa quando posso ser muitas. Não me diga o que eu gosto quando sequer me conhece. Não me diga o que sou se ainda nem se descobriu.
Eu não quero que você me ame.
Eu não quero que você venha aqui e me aceite ou me chame pelo nome.
Eu não quero que a gente fique juntos e seja mais um casalzinho feliz, de mãos dadas, por aí.
Eu não quero.
Pelo menos, agora, não.
Eu quero poder continuar acordando no meio da madrugada, às 03h, chorando, desesperada, com pressa de você, ligando o som com o Chico, para lembrar ainda mais de você, e escrevendo minhas poesias melosas que você nunca vai ler. E que eu nunca vou mostrar pra ninguém.
Eu quero.
E se você me amar eu não vou mais poder. Nem conseguir. Nem querer.
Então, não ame.
Pelo menos, agora, não.
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