Mario Quintana fim e Começo
Essas moças que dão despacho já não são frias, simplesmente deixaram de esquentar a favor dos compromissos candente que os bastidores da fibra óptica não pode saber, enquanto os satélites andam de orelhas em pé.
Há alguma lentidão na cabeça do director administrativo e do senhor assessor metafisico deste Mundo. Deus de certeza é um secretario Geral de Tarrafal, controla tudo na cara do maior duque do céu, nuvens falam de artérias e dinâmicas das fulanas e fulanos lá no corredor dos despachos, quem manda são as influencias e as chantagens dos mosquitos recém nascidos
Quando vai ser a segunda descoberta de Cabo Verde, sem garantias de mastros e ventos arrogantes, e marés traiçoeiras, é preciso descobrir este país. Mais uma vez.
Nfasi download di munti grasiosa dentu di mi, até oxi nka konsigui larga és txon di tarrafal a pedra i kal. Tinda nsta ketu, nta deta ku barudju di bentu, rekadu na ton baxu, na denunsias a paisana. Mas ami kada bes mas n' ata ntendi silênciu di grasiosa dentul mi i na boka di kes paisagem kaminhanti.
Hoje é dia da cidade da praia. Confesso que tenho saudades daqueles taxes velhos, piratas apaixonados, carteirista simpáticos que planeavam actos na próxima gamboa. Eu olhava com atenção para aquela senhora boa. De terceira idade. O pessoal da ilha do fogo a diversificar na língua, antiga estrada de buracos que sugava os nervos dos pedestres e sonhos de chofer. Hoje a actual rua pedonal com calor e diversidade de corres que tem feito a capital ser cidade. Ainda que menina de costa voltada para o atlântico. Parabéns praia e as suas gentes.
-Poesia?
poesia é mal de alma, corrupção de espirito, o caminho contrario do dedo indicador, uma contra prudencia. poesia é para os homens, homens mal intencionados.
ao contrario do que pensas, eu quero ser nada contigo, por isso, quero tudo de nós, saber tudo de si, se for numa manha sem aviso dos dias ti cantarei ao clarão do dia. tu me tens inspirado, única, somente única, você inteira a transpiração.
Olha temos tudo pela frente. A vida, os pés, as mãos, os lábios, e a própria tensão que também só terá sentido se for para frente.
Reagia a tudo o que era elucidado, pronunciado, feito e executado, de repente começaram a me acusar de usar o silêncio a favor de coisas que eram necessárias no meu ponto de vista. Tentei responder a algumas pessoas que me rotularam de ter desistido, de se situar a parte de tudo o que tinha dado a grande contribuição. Não, não é preconceito sobre os políticos e os fazedores das coisas boas e más. Eu passei a observar, olhar mais, sentir de boca fechada eu aprendi a duvidar do próprio do homem sobretudo aqueles que o mínimo de poder passa a corrompe-lo.
É muito pesaroso e aflitivo saber que se perdeu alguém, ainda que muito jovem, ainda que há muito não se sabia dela, no meu caso, porque a vida separa e amara as pessoas nas coisas fora de algumas explicações, depois, é a própria vida que nos trás de volta, de volta às antigas imagens.
Eu tenho essa imagem dela desde a escola primária no tempo de chuva e o fintar das pedras na rua em direcção a escola. Como os adolescentes, pescava o silêncio e falava com amigos, colegas e talvez até com ela mesma.
Pessoas que falam daquele jeito simples e depois recolhe no seu silêncio não deveriam morrer, nem nas nossas falas e nem nas nossas memórias e palavras. Agora! Valerá a pena essas minhas palavras? Por agora não, eles já não vem. Até sempre, ou até logo.
Preciso de acertos. Ultimamente tenho esquecido de ir aos shows, comprar cd's, comprar quadros (mesmo que a prestação), comprar livros, assistir palestras e lançamentos de outras coisas como a morte da idiotice. Eles que criam coisas com esforço e as vezes com linguagem por detrás da palavra. Pessoas que passam tempo a criar arte, a pensar. Sobretudo a inventar concertos do grande público. Eles não dão concerto. Dão acertos na alma.
Agosto já vai embora sem deixar o tal gosto. Gosto do choro dos céus. Já andamos à muito tempo nesta arte de desgosto e renovação das águas e da esperança viva e fogo. Que venha o Setembro sem guerra. Que encha cada barragem pressa nos olhos de quem já não chora, de quem perdeu o curso do rio da vida. Que venha com a única coisa nesses dias. A chuva. de resto manteremos a mão estendida. A Deus e aos homens de arado, aqueles de gravata e da terra que desgasta.
Lá esta de sentidos em pé. em silêncio, escuta a morte, a parede, a feiura do estado novo. o folgo da ferrugem que morre nela mesma. De resto mantém em farrapo, susto e arame farpado.
Tu é as ilhas e todo o atlântico
entendi a dispersão das ilhas de cabo verde,
em ti vive as ilhas e a morabeza selvagem em seu silencio,
é na alegria dos pássaros felizes que se tem traduzido os teus silêncios,
varredura das ondas das rochas que chamo teu nome,
no choro de um outono morto no horizonte. uma só melodia que sai do teu corpo.
assume isso, disso me tem feito feitiço.
o enguiço desejado e solitário,
usufruo da certeza da única fonte.
o teu riso, menina.
quando sorrias,
as ilhas dispersam, as ondas desrespeitam essas negras rochas,
e eu só faço isso.
Balançando o atlântico nos olhos,
Descrevendo-te dentro de mim mesmo,
ser mãe é estar num tribunal com leis amaras ao coração
mãe é das poucas que sabe contar como é que se costura a magoa da vida
sentindo que polir os filhos é estar em constante pânico e amor sempre a descarregar da
alma.
Todas as luzes entram em combinação na tua presença, miram-te a máquina e lentes que calculam a tua imagem para além de um click. O resto da cidade tem dado chilique na presença da tua imagem. Esses iPhone jamais passarão fome. Tu o alimentas. Basta o teu riso menina, que os prédios mudos, jamais passarão a te chamar em silêncio enquanto dorme a cidade na tua foto.
São só dês cêntimos no bolso, e dedos resgatando o preço do crepúsculo menina. Fundo do bolso é escuro e profundo igual a um rio e a próprio alma humana. Antigamente se transformavam um fascista num fadista por dês cêntimos. Aí se transformavam em mitos, canela de falsas folhagens. Quem venderá a alma de um homem por dês cêntimos e com um único compromisso. descobrir um nada nele mesmo. Dês cêntimos terá sempre préstimos e o homem. Não. Quando tudo acabar quem vem em prova e lamento são os rios nos olhos.
Tudo vai passar. A menina da rua estreita que entregava pedaços de fartura. O choro da criança dos anos trinta e a fome que finta aquelas datas marcadas de desnutrição. Tudo vai passar. A fome cantada na década de quarenta, homens de "enta" que foram na vinda sem antigos abrigos na barriga. Tudo vai passar, aqueles arames farpados, o primo português, o preso sem peso, feiuras do estado novo. Tudo passará, até eu que nem sei escrever um poema que cabe numa grande mulher. Tudo passará. Essas peles da antiga juventude, num tempo que se ilude. Ou morre-se, ou vive-se morrendo. Tu já não morre. Tudo passa, até morte passa de uma só vez. O mundo tem girado no canto da boca, num mundo à parte, ao norte que sopra vitupérios. E tudo passará. Quem saberá escrever um poema para um livro vivo. É necessário antes que tudo passa e a memória perca glória.
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