Mario Quintana fim e Começo
Virei um Quadro...
Virei um quadro
de onde os olhos
o futuro pode alcançar,
de onde o presente
posso ver,
de onde o passado,
apenas lembrar.
Virei um quadro
pra quem quiser analisar
e talvez apreciar,
quem sabe até sentir
e perceber toda a essência
que verdadeiramente
há em mim.
Virei um quadro
que de certo,
o tempo diminuirá minhas cores,
limitará minhas dores,
roubará o brilho dos meus olhos,
desgastará minhas vestes
mas não apagará o meu sorriso.
Virei um quadro
onde a reminiscência,
repleta de sentimentos,
transcorrem às cronologias
marcantes na tela colorida
apreciada pelos
sonhos de uma criança.
Virei um quadro
antes uma figura
em velhas folhas amareladas
de um caderno infantil,
Onde as histórias de ninar
agora contemplam o olhar
pra quem antes nunca viu.
LOOUCO AMOR
Ontem o AMOR era pra sempre
ainda que os obstáculos fossem grandes.
Hoje, chama o AMOR de louco,
quem um dia dele saboreou.
Mas quem não quer amar um pouco,
nunca enlouquecerá de AMOR .
Por que todo AMOR é louco,
por ser Louco o AMOR.
NO BARCO DO TEMPO...
No meu barco em alto mar
vou curtir a luz do sol,
sentir a harmonia dos ventos,
admirar o arrebol.
Da proa...
esperar a dama Lua chegar,
ver estrela brilhar
e com ela sorrir.
Fazer um brinde à vida,
esquecer qualquer ferida
reescrever os sonhos,
conduzir o futuro.
Navegar a todo momento
controlar a ansiedade,
que é maior que a vontade,
de um porto encontrar.
O tempo é infinito
marcando cada segundo,
do meu, do seu mundo
enquanto a ampulheta virar.
Seu eu mentisse pra você...
Quantas histórias fantásticas
quantos sonhos vividos
e tudo seria perdido,
Se eu mentisse pra você.
Não haveria desejo
Não haveria confiança
Não haveria esperança,
Se eu mentisse pra você.
As pedras no caminho
da estrada que construía
seriam dolorosas em noite fria,
Se eu mentisse pra você.
Viver uma grande história
seria a favor do tempo
mas ficaria no lamento
Se eu mentisse pra você.
Agora que tua vida está eterna
e teus dias são mais livres
não te preucupas com o ourives,
este, nunca mentiu pra você.
Queria Eu
Queria eu,
falar o que eu estou sentindo por você.
Queria eu,
poder falar contigo sempre ao Amanhecer.
Queria eu,
ficar feliz todos os dias por ver teu rosto lindo.
Queria eu,
que você ao me ver dar aquele lindo Sorriso .
Queria eu,
que ao longo do dia poder te abraçar.
Queria eu,
ter esses momentos felizes para poder te Beijar.
Queria eu,
que ao anoitecer pudesse estar ao seu lado.
Queria eu,
que possa te fazer rir sempre, por eu ser Engraçado.
Queria eu,
que de noite sempre ao ir embora, eu volto e te chamo.
Queria eu,
que te desse um abraço forte, um beijo e falar que Te Amo.
Queria eu,
saber se tudo isso poderia virar realidade.
Queria eu,
mostrar de um jeito que meus sentimentos são de Verdade!!!
[Mário A. S. Netto]
Sou guerreiro do amor, e não é só por que não desisto de você, mas por que abro mão de tudo pra te fazer feliz
A Pedra
Ofereço esta pedra a todas as pessoas que escrevem suas histórias n'areia, para que escrevendo nela, nem o vento, nem a chuva, nem a mais turbulenta onda do mar possam apagá-las. Ofereço também aos que têm sede de julgamento para que atirem-na contra a própria testa tendo consciência que nem mesmo o mais sensato juiz é isento de erros. Ofereço-a ao fraco, para que a exemplo dela, tenha força, firmeza e solidificação. Ofereço-a também ao forte, para que lembre que fora com esta, quem um dia, Davi matara Golias. Ofereço-a, ao caminho, para que não haja a facilidade de se chegar sem antes vencerem os obstáculos. Ofereço esta pedra ao pobre, para que veja que tem a primeira peça para construiu um castelo. Ofereço-a ao apressado, para que nela tropece e saiba entender que devagar se vai mais longe. Ofereço-a aos que têm coração rochoso, para que veja que dali não sai, não entra, não cresce, não muda e não floresce nada, nem ninguém. Por fim, ofereço esta pedra a todos os homens e mulheres, para que entendam que somos tal qual, podendo edificar um castelo ou desmoronar um homem. Ofereço-a, assim, pra que compreendam que como ela, viemos do pó, e ainda como ela, a ele retornaremos.
"Eu me chamo Antônio."
Eu me chamo Antônio e vivo pelas beiras das calçadas. Tenho olhares tristes de alguém que perdeu um futuro e mal sabe se acorda amanhã. Eu me chamo Antônio e mendigo centavos quaisquer, roubo restos de comida que distraiam minha fome e à tardinha procuro um papelão que me cubra ao frio nesta cidade escura e silenciada pelas noites longas. Me chamo Antônio e maquio minhas dores, maquinando roubar sorrisos de pessoas que são felizes e não sabem disso. Me chamo Antônio e sou um velho palhaço triste em busca do sonho bobo de viver, porque até hoje apenas existi. Me chamo Antônio e sou apenas mais um neste mundo de hipócritas, sou só mais uma realidade desprezada pela sociedade e contada nos índices tristes das enquetes dos jornais deste país de Antônios. De antônimos. Me chamo Antônio e sou fome, pobreza e solidão... sou só mais um pidão de esquina. Peço moedas, peço sorrisos ou alguém que me estenda as mãos. Peço abraços, olhares ou atenção. Moço, eu me chamo Antônio e já levei muitos nãos! Já supliquei subempregos e já pulei os muros da escola só pra saber como era estar lá dentro e o que era “ter educação”. Eu já chorei por dentro rindo pra fora e já me dei conta do que viver é. Me chamo Antônio e vivo assim, vestido em trapos e maquiado de palhaço, causando risadas largas nem que pra isso tenha de rir da minha própria desgraça. Pois é, pois bem... Muito prazer, eu me chamo Antônio e sou mais um avesso que a vida fez. Eu me chamo Antônio e sou o antônimo dos sonhos que o mundo tem.
