Mario Quintana- Brevidade da Vida

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Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...
Quando se vê, passaram 60 anos!

Mario Quintana
Antologia poética. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.

Nota: Trecho do poema Seiscentos e sessenta e seis.

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Morrer é simplesmente esquecer as palavras.

Viajar é mudar a roupa da alma.

As reticências são os três primeiros passos do pensamento que continua por conta própria o seu caminho.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

As mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo lentamente.

Mario Quintana
Anotação para um poema. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

CONFUSÃO

Essas duas tresloucadas, a Saudade e a Esperança, vivem ambas na casa do Presente, quando deviam estar, é lógico, uma na casa do Passado e a outra na do Futuro. Quanto ao Presente - ah! -, esse nunca está em casa.

Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

No fim você vai ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar…

Moça risonha, que ri e sonha.

Nada como o tempo.

Abraçar é dizer com as mãos o que a boca não consegue, porque nem sempre existe palavra para dizer tudo.

Quando perguntam de onde tenho ressurgido
respondo:
- Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios.

Para aqueles que atrapalham meu caminho: eu passarinho, eles passarão.

Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. só por não poderem ser chatos como os outros? Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese.

E as horas lá se vão, loucas ou tristes...
Mas é tão bom, em meio às horas todas,
Pensar em ti... saber que tu existes!

Se as coisas são inatingiveis... ora! Não é motivo para não querê-las.

Mario Quintana

Nota: Trecho adaptado do livro "Espelho Mágico", de Mario Quintana. Link

AQUELE AMOR

Ela pertence à espécie de mulheres que possuem um só amor em toda a sua vida. Ou amam de verdade apenas uma vez. Seria espécie de mulheres ou a maioria assim o é, mesmo sem o saber?
Também há homens de eterno amor, embora o machismo e as deformações de sua cultura e comportamento nem sempre os convença de tal. Ou não convença a maioria. Ou será que o fato de serem colocadores de semente por determinismo biológico os leva a não prestar a devida atenção à sua destinação para o amor?
No meio da conversa ela diz, de repente, que só gostou de verdade de um homem e eis que vai buscar lá entre papéis amassados, daqueles que esturricam o couro das carteiras, não um mas três retratos dele, que espalha, qual cartas de baralho, sobre a mesa do restaurante. E fala dele com a mistura de ternura e tristeza que assaltam as mulheres que não lograram viver com o seu amor, casar-se com ele, ter seus filhos, viver em função dele e dela, unidos, pois esta é a verdadeira vontade e destinação da mulher: viver ao lado do verdadeiro amor.
Sim, elas vivem de modo proibido se necessário, casam-se com outro, têm filhos, os amam fundamente, mas a verdade de seu ser é a do amor verdadeiro, até porque mulher vive para amar e por amor, o resto se ajeita. Podem até deixar seu amor dormitar por anos e parecer serenado. Volta, porém a qualquer apelo ou menção do nome dele, encontro fortuito na rua com um conhecido dos tempos do namoro ou da relação.
Como são comoventes e lindas na sua integralidade bíblica as mulheres quando expressam para os demais ou para si mesmas, o amor de suas vidas ou quando consultam, escondido, os retratos guardados, recortes, flores secas, a memória úmida das restantes lembranças em momentos de silêncio e solidão!
Abençoados sejam, porque são, os homens e as mulheres que na passagem por esta vida receberam um dia de alguém, ou deram, um amor único, original e definitivo. Abençoados sejam e para todo o sempre. Como o amor que existe apesar de todas as ternas e dolorosas circunstâncias que não impedem a sua verdade mas em muitos casos esmagam a sua plena realização.

Vou imprimir novos rumos
Ao barco agitado que foi minha vida
Fiz minhas velas ao mar
Disse adeus sem chorar
E estou de partida
Todos os anos vividos
São portos perdidos que eu deixo pra trás
Quero viver diferente
Que a sorte da gente
É a gente que faz

Quando a vida nos cansa
E se perde a esperança
O melhor é partir
Ir procurar outros mares
Onde outros olhares nos façam sorrir
Levo no meu coração
Esta triste lição que contigo aprendi
Tu me ensinaste em verdade
Que a felicidade está longe de ti

Que a vida ensine que tão
ou mais difícil do que ter razão, é saber tê-la.
Que o abraço abrace.
Que o perdão perdoe.
Que tudo vire verbo e verbe.
Verde. Como a esperança.
Pois, do jeito que o mundo vai,
dá vontade de apagar e começar tudo de novo...

O aborto não é, como dizem, um assassinato. É um roubo. Nem pode haver roubo maior. Porque, ao malogrado nascituro, rouba-se-lhe este mundo, o céu, as estrelas, o universo, tudo! O aborto é o roubo infinito.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

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