Mario Quintana- Brevidade da Vida

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Neste mundo de tantos espantos,
Cheios das mágicas de Deus,
O que existe de mais sobrenatural,
São os ateus.

A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas.

Um poeta satisfeito não satisfaz. Dizem que sou tímido. Nada disso! Sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros?

Voa um par de andorinhas, fazendo verão. E vem uma vontade de rasgar velhas cartas, velhos poemas, velhas cartas recebidas. Vontade de mudar de camisa, por fora e por dentro... Vontade... para que esse pudor de certas palavras?... Vontade de amar, simplesmente.

Eu não tenho paredes. Só tenho horizontes...

Mario Quintana
Ora bolas: o humor de Mario Quintana. Porto Alegre: L&PM, 2006.

Sê bom
Mas ao coração
Prudência e cautela ajunta.
Quem todo de mel se unta,
Os ursos o lamberão.

Triste de quem não conserva nenhum vestígio da infância.

Das Utopias

Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.

Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!


Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...

O despertador é um acidente de tráfego do sono.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

DOS PONTOS DE VISTA

A mosca, a debater-se: "Não! Deus não existe!
Somente o Acaso rege a terrena existência."
A Aranha: "Glória a Ti, Divina Providência,
Que à minha humilde teia essa mosca atraíste!"

O silêncio é um espião.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

A recordação é uma cadeira de balanço embalando sozinha.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

Só tu soubeste achar-me... e te foste!

Ela era branca, branca. Dessa brancura que não se usa mais. Mas sua alma era furta-cor.

A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.

No retrato que me faço
- traço a traço -
Às vezes me pinto nuvem
Às vezes me pinto árvore...

Nunca me dê o Céu...Quero é sonhar com ele na inquietação feliz do Purgatório.

O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente… E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver.

O melhor do susto é esperar por ele.

Diário de Viagem

O poeta foi visto por um rio,
por uma árvore,
por uma estrada...

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