Machado de Assis- a Causa Secreta
A tarefa do teólogo: Estudar Deus e sua revelação e,
em seguida, todas as demais coisas "à luz de Deus"
(sub ratione Dei), pois Ele é o princípio
e fim de tudo.
Eu sei que sempre foi meu Deus
Mas sei também
Que é o meu melhor amigo.
Eu sei que me perdi no tempo,
Mas sei que sou muito melhor contigo.
Por que os doutores, tão ricos em remédios para o corpo ofendido, não arranjam algum remédio para um ferido coração?
Me explica por que que um olhar de piedade
Cravado na condição humana
Não brilha mais que anúncio luminoso?
Com o coração alegre o dia fica mais bonito! Meus dias ficaram bonitos depois que você alegrou meu coração!
Fala a verdade, diga que eu sou chata
fale que sou louca
que não quer falar comigo
diga que sou impaciente
que não sabe como alguém me aguenta
fala a verdade
diz que não gosta de mim
diga que não me quer mais
que sou um idiota
fala para mim
pena que você não irá ver
pena que você não irá saber
pois eu estou desabafando
para TODOS VOCÊS
Falsa gentileza vã,
A quem segue o teu verdor!
Adverte, que se hoje és flor,
Serás caveira amanhã.
Essa beleza louça
Te está mesmo condenando...
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Se corres, com pano largo,
Trás dos deleites de uma hora,
Vê bem que o que é doce agora
Te há de ser depois amargo.
Desperta desse letargo
Que que os vícios te detêm,
E vive como convém;
Pois se sabes que és mortal,
Olha bem: não morras mal,
Olha bem que vivas bem.
Se a esperar tempo te atreves,
Mal na vida te confias;
Pois são tão curtos os dias,
Quanto as horas são mais breves.
Deixa os gostos vão e leves,
Que tanto estás anelando:
Trata de ir-te aparelhando
Para a morte, e sem demora;
Porque não sabes a hora,
Porque não sabes o quando.
Deixa o mundo os enganos,
Não queiras em tanta lida,
Por breve gostos da vida
Penar por eternos anos.
Relógio
"As coisas são
As coisas vêm
As coisas vão
As coisas vão e vêm
As horas
Vão e vêm
Não em vão"
O mal só aparece no mundo quando há a deformidade no exercício do livre-arbítrio dado ao homem por Deus.
Espantalho: - Eu não tenho um cérebro... só tenho palha.
Dorothy: -Como você pode falar se você não tem um cérebro?
Espantalho: -Eu não sei... Mas algumas pessoas sem cérebro falam de monte, não é?
Dorothy: -É, eu acho que você está certo.
Jamais desejando para o seu próximo o que não gostaria de experimentar, assumem-se compromissos de prosperidade, sem prejuízo de natureza alguma para si ou para os outros.
Considerando-se a impermanência de tudo, em um mundo em constantes alterações, o apego representa a ilusão para deter a marcha dos acontecimentos e reter tudo mais, impossibilitando o surgimento da realidade.
O AMOR é substancia criadora e mantenedora do Universo, constituído por essênia divina.
É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não entibia nem se enfraquece, desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existênia orgânica, o AMOR é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente - de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato - se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustação.
Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, é sempre novo, ideal, hamrônio, sem altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reune as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimentando o corpo e dulcificando o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do AMOR pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fulgaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e dever ser vencidos.
Somente o AMOR real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresenem esporádicos.
A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança - ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções - a necessidade de ser amado, caracterizam o estagio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranquila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não posse, a não dependência, não exigênia, são benesses do AMOR pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, se alterem as manifestações da afetitividade do ser amado, o AMOR permanece libertador, confiante, indestrutivel.
Nunca se impõe porque é espontaneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de jubilos e paz.
Expande-se como um perfume que impregna, agradavel, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...
O AMOR não se apega, não sofre a falta, mas frui sempre porque vive no intimo do ser e não das gratificações que o amado oferece.
O AMOR DEVE SER SEMPRE O PONTO DE PARTIDA DE TODAS AS ASPIRAÇÕES E A ETAPA FINAL DE TODOS OS ANELOS HUMANOS
Nada irrita mais um desesperado do que forçá-lo a uma longa espera na ante-sala de uma pura incerteza.