Luz Conhecimento
Cego Blues
Num chapéu cor de farinha
Com uma cachaça e uma garrafa quase vazia
Uma cegueira cega que nem ela
Um tempo certo na hora errada
Um blues de um forró bem triste
Uma criança que não chora nem vai embora
E três mesas vazias.
Uma lembrança de um perfume
Um chale branco, saudade e ciúme
Uma parede de uma alusão púrpura bondade
Um amor insano, regado e negado
Invejado pelos anjos, flechado caboclo
Uma antiga mentira virou verdade
E as tais mesas vazias
E depressa vai cada vez mais lenta
A noite e o dia feito o amor que se inventa
Arde, queima e contenta
Falso feitiço feito a destilada água que torpe
Os modos e as giras
que envolta de nós se sustenta
Nenhuma mesa, onde não a via
O local deixou a razão com sorte
A música acabou e o bumbo coração tenta
Bem mais poema do que cena
Eu sorrio vida que brilha, não me faço de dentes.
Vida não esfazia no feitio de mesas fazias.
Mata a dor
Mato e faço borboletas das cinzas
Viro pó na fornalha do seu pensamento
Mato e espalho átomos pelos espaços
Criando novos agravos em um novo descompasso
Mato mesmo é a morte da palavra maldita
Essa navalha que raspa sua ternura
E aos poucos mata em mim o quase tudo que é desejo Sobrando dúbios poemas imperfeitos
Cadê?
Quando perdemos sentimos o que temos
Através da ausência presente como uma sombra sem luz
Um tipo de desejo invertido
Catapulta o pensamento num tipo de dor
Mostra o quão distante é o finito...
Sétimo
Revanche dos dias
Repouso da carne
Estado da graça
Domingo Sala escura filme de terror
Tarde no fim um barato
Quem sabe na segunda eu escapo
Circo encantado
A fila de ingresso as suas graças
Criança ansiosa não disfarça
O palhaço Lelé
Roubando Mulher
O Garboso apresentador e sua voz de locutor
La vem o truque da risada, palhaçada!!!
Pipoca no algodão doce
Sombra e luz, embaixo da lona o circo vem a tona!
Globo da morte e quase bateu
Trapezistas com sorte, a corda é forte?
Quase caiu num suspiro cheio de silêncios
O mundo pendurado por um fio
Malabares e Trapézio
Destreza e firmeza
Suspense e mistério
A cigana vem a Lona e põe fogo na roda
Borboletas psicodélicas
Voam pelos cabelos
Sensualidade em forma de brinquedo
O susto e a cortina se abriu
Os pequenos sorrindo
O mundo é lindo
A verdade é a grande imitação
Na próxima semana o mágico não me engana
Já acabou?
Sexta feira dia 13
Gatos pretos vasculham seu medo
Ansiosos ao receios das surpresas
Na noite cheia do azar e da sorte
Onde muitos nascem
Outros morte.
Vontade que dá, esse seu cheiro de sumiço
Passa sem vontade na memoria que não há
Esse amor suplico em direção contrária
Eu ando pela rua e você calçada.
Enquanto eu te defendo de outros elementos
Olho pro seu vento e não encontro sua soprada
E penso: será mesmo nossa a mesma estrada?
Se eu preto e branquear o horizonte
Desnudaria todo verdejar
Faria muitos tons de cinza
E tiraria o azul do céu
Não teria nuvens cheias
Nem flocos brancos formariam estas imaginações
Se descolorir...
E agora que morri?
Me jurou de morte
Trazendo me no sangue da sua palavra
Afiou em minha língua o teu punhal que me guarda
Disse que me beberia
Que eu não era de verdade, que arei sua dor
E sente muita saudade, saudade de flor!
Me acusou de roubo
Furtando meu passado pro seu julgo
Quis que o mundo me expurgue
Agora que morri pra ti
Não acenda vela ou apele prece, pois virei vento
Olhe para o seu céu de centelhas
E se agradece!
Guarda-Roupa
Paz se veste de paz
Assim é que se acalmas
Revestir de guerra
A Paz se erra
Em resposta a nunca ter respondido
Eu digo, não brinque mais com meu abrigo
Se não: não serás nem terá sido, paz.
não há vagas Um gosto amargo, no doce que me cabe...
Uma garganta seca por palavras que te traga.
Riscos imersos de solidão...
Fenêtre
Não tenho palavras,
Pela primeira vez me vejo sem elas
Todas sumiram e se somaram numa unica: espera!
Feito você que tanto olho e não vejo
No desejo da minha janela.
A parede do meu piso
Ela é meu tempo forte
Minha véspera de feriado
Aquele copo de sede, muito gelado...
Minha previsão de alegria
Minha mão amiga
Ela cuida da minha magia
Sabe lá onde é que minha nega vai parar...
Nega de Obaluaê...
Desalinho do meu simples caminho
Derrota sem dessiso
Delegado sombrio do meu brilho
Pretenso desafio rítmico, descontínuo
Maldito Senhor do Destino
Esmola meu querer
Leva feito vento sem tempo
Desaba uma sina sem graça ensina a farsa o cume da faca Suplico Senhor do Destino
Me deixe assim desde menino
Sou tanto amor que eu te ensino
Não faz pouco desse destemido
Apenas dai me o tempo desses sentidos
Capim de saudades
Comprei frutas frescas
Correndo rindo, me levei de criança
E espalhei tudo pelo seu jardim
Penduradas uma a uma em mim
E as suas flores todas que eu vi lá
Abriram se como se eu as deixasse
Num cair de cada pétala, feito plumas
Roçado fino na solidão de espinhos
Dançando no vento em num “polir” do chão
Feito pensamento que desmancha...
De maços vagos me catapulto em anseios lúdicos
Enrolados como fumo de raízes de amor puro
E aquelas cores todas de no seu pomar e as folhas soltas...
Foi-se no tempo tornando-as ocres, terra nova que pousava
E aquelas frutas-eu que eras pra te aguçar
E morder me suculenta em matar sua fome
E foi-se temporada...
E agora da varanda daqueles seus sorrisos
Alegrava se uma saudade feita de um casal na rede
Dessas paixões de boa tarde
Delicado tempo venta porta de trás
Até me invade porta a frente
Capim de saudades
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