Lutarei Ate o Ultimo Minuto
Me sociabilizo até bem, mas sempre que posso evito, porque eu sei que o menor atrito pode um mecanismo acionar.
Não espere até que as luzes de atar cintos estejam apagadas. Não existe nenhum sinal. É a gente que tem que decidir a hora de levantar e deixar a cadeira vazia. Liberar o coração do outro para as próximas viagens. Deixar-se ir. Preservar o respeito que resta para que ambos consigam sair de pé. Para que não sejam só dois sobreviventes de um amor que não deu certo, para que não se tornem menos humanos depois de tolerar por tanto tempo o racionamento de esperança. Para que não saiam amargos por implorar por paciência como quem mendiga um amendoim.
Não é preciso chegar a tanto. Aperta o coração levantar, mas as vezes eu acho que devemos partir assim mesmo. Com o coração apertado, pesado, moído, mas com a perspectiva de um futuro mais leve. Sinto que o medo de fazer uma má-escolha nos mantém atados. Como se a calmaria do pé no chão de todos os anos sozinha se tornasse insuportável. Como se qualquer coisa fosse melhor do que encontrar o portão fechado, como tantas vezes aconteceu. A porta está sempre aberta, mas ficamos presos à ideia de céu azul do primeiro encontro está logo ali na frente.
É como se a certeza da turbulência fosse melhor do que a dúvida. Do que simplesmente não saber. A gente embarcou por amor, mas permanece por apego, por carinho, pela necessidade de dar as respostas certas a perguntas que, muitas vezes, sequer foram feitas. Toda vez que o amor balança, escuto um sinal de alerta dentro da minha cabeça. Ignoro por costume, mas não é que silencie. Não sei se é uma nuvem escura ou a entrada da tempestade.
Devia existir um limite mais claro para quando as bagagens dessa história se tornam pesadas demais. Algum critério mais preciso para quem alterna entre o "eu amo" e o “isso não é pra mim” em questão de segundos. Um comentário infeliz e o dia desanda irreversivelmente. A gente pergunta para os amigos, compara histórias, repensa o passado, mas não encontra, nem vai encontrar, nada definitivo. Restam poucas ilusões e a única certeza que se tem é que a rotina da guerra cansa. Deveríamos estar flutuando. Mas, quando a gente para para ver, estamos tensos, com as mãos suadas, morrendo de medo.
Por mais que seja burrice, ou até mesmo chamem de egoísmo, ás vezes eu me sinto melhor sozinha. Me sinto melhor comigo mesma. Porque as pessoas não medem esforço pra me machucar, elas nem se importam.
A vida é escrota, aleatória e arbitrária, até que se encontre alguém que faça tudo isso fazer sentido, mesmo que apenas temporariamente.
Os homens são todos iguais, até na maneira de gostarem das mulheres. É a nossa única superioridade. Um homem, quando ama uma mulher adora-a. Uma mulher, quando ama um homem, aceita-o. Um homem vê todas as mulheres na mulher que ama. A mulher esquece os outros homens. Um homem ama e respeita uma só mulher. Uma mulher limita-se a amar só um.
Se Versálio não tivesse tido coragem, talvez até hoje não soubéssemos anatomia, porque ele roubava cadáveres para dissecá-los. É necessário coragem, como teve, por exemplo, o primeiro homem que pôs um cateter na veia e foi até à sala de raios X para ver o cateter no coração. (…) É fundamental ter esmero, dedicação e obstinação — sem isso não se anda —, em qualquer atividade.
Eu sou o tipo de amigo que te ajuda até a esconder um cadáver, mas se pisar na bola, não se esqueça que eu sei como esconder um cadáver.
Você nunca pode dizer o que está incomodando um homem. Até coisas mais triviais podem se tornar terríveis quando você entra num certo estado mental. E o pior de todas as fadigas e tormentos produzidos pelo medo e pela agonia é aquele que você não consegue explicar ou compreender ou até mesmo pensar. Apenas se lança sobre você como uma chapa de metal e não tem como sair dela. Nem mesmo por $ 25 a hora. Suicídio? O suicídio parece incompreensível, a não ser que você mesmo esteja pensando nele.
Bem-vindo ao clube dos que ficam até tarde com o olhar perdido e as borboletas no estômago, pensamentos a mil, cúmplices das músicas que dizem o que a gente não tem coragem...
Ouvi tanto silêncio que não sei qual som,
soa,
o verbo solto, até mudar de tom,
à toa,
o tempo passa leve,
leva,
a impressão do que já foi,
ela,
queria tanto ver, o invisível,
queria tanto ouvir, o inaudível,
queria tanto sentir, o insensível.
Agora,
me deixa só saber do impossível.
Quem caminha sozinho, pode até chegar mais rápido. Mas aquele que vai acompanhado, com certeza, chegará mais longe, e terá a indescritível alegria de compartilhar alegria… alegria esta, que a solidão nega a todos que a possuem.
O homem que não sabe amar nunca chegou a raciocinar, porque até os animais que não raciocinam sabem amar.
Toda noite você chora até dormir, pensando “por que isso acontece comigo? Por que todo momento tem que ser tão difícil?” Difícil acreditar nisso.”
Me deixem.
As pessoas acham que ando deprimido. Não vou desmentir, prefiro deixar assim, é até bom. Os deprimidos podem agir de modo esquisito e não precisam justificar suas bobagens o tempo todo. Ele é um deprimido, quem se importa? Recebam meu recado: eu até que estou indo bem. Somente descobri que, no momento agora, só consigo ir com as caras que nunca mais verei, só consigo me apaixonar pelo que assumidamente é feito de pó. Não faça como o resto da cidade, não ultrapasse meu semáforo depois que já fechou. A pressa é inimiga da direção. E a gente se vê, ainda. Promessa.
A má notícia é que, a julgar pelo meu entusiasmo nos últimos dias, morri. Até já decidi minha lápide - "Viveu lutando pelo amor e as sensações que valem a pena ser vividas. Fracassou miseravelmente." - O que você acha? Nem tô, na verdade. Me deixem.
A boa notícia é que não perdi o telefone de ninguém, apenas minhas falas teatrais dentro do grupo não fazem muito sentido nesta temporada. Ando menos polissilábico, menos colorido, menos espalhafatoso, menos vaidoso, menos inventado. E não consigo ver onde está meu erro.
Falando sério, tenho andado bastante sozinho, sobretudo ultimamente. É um tempo de agitações, de ímpetos de impaciência, ansiedade e mau humor. Contando com a resolução das coisas, que chegue logo um futuro que sei que virá, sabendo que nada mais depende de alguma ação minha. Só da minha habilidade em esperar. E isso me lembra que não há mais com quem contar, além do tempo. Que ando meio sozinho e assim eu quis, de certa forma.
Será tão errado assim brincar de perder tudo, algumas vezes por ano? Quase tudo, você ainda tem seu chá de capim-cidreira e todas aquelas canções em MP3 da Joni Mitchell para catalogar, os dois novos livros do John Fante para deglutir.
Pode não ser uma parte boa da minha vida, assistindo de fora. Mas não consigo sentir isso justamente porque não é tempo de sentir muita coisa. São apenas experiências com o estoicismo, fora isso, como eu disse, estou legal. Não perca tempo com preocupações ou sentindo saudades. Saudade é um amor que chegou atrasado após dormir demais.
E eu tenho tentado dormir demais, querendo me congelar para o futuro melhor. Um futuro bom, assim como foi bom esse nosso passado. É o presente que não estou sabendo como viver. Acredite, hoje, estamos melhores separados. Ou, ao menos, mais verdadeiros.
“A gente não tem nada. Pode até parecer que tem, mas não tem. Brigamos, discutimos e nos tratamos como se houvesse algo, mas não há. Passamos horas no telefone, a madrugada juntos, a maior parte do tempo grudados, mas não gruda pra valer. Ela diz “vem ficar aqui comigo”, e eu vou. Eu digo “fica mais um pouco”, e ela fica. Quando um se afasta do outro, ambos dizem “por favor, volta”, e nós voltamos. O mundo diz para admitirmos que existe algo entre nós, mas não admitimos. Nem para nós mesmos. Porque a gente não tem nada, e não tendo nada, não há o que admitir. E por mais absurdo que possa parecer: A gente não é um do outro, mas nos pertencemos mesmo assim.”
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