Livro

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É uma coisa extraordinária conhecer alguém com quem podes partilhar a tua alma e que te aceita pelo que és.

Se o sol é para todos, porque os humanos se esforçam em marcar diferenças? A chuva nos molha a todos e a lua ilumina a noite todos os dias. Será que a natureza não tem malícia, não compete, não tem nada a perder ou ganhar? Simplismente compartilha sua beleza e sua magia com quem é capaz de lhe dar valor e apreciar as coisas simples da vida, que são sempre as mais importantes.

Ah! o amor é um demoninho que não pede pra entra no coração e da gente, e hóspede quase sempre importuno, por pior trato que lhe dÊ, não desconfia, não se despede, vai-se colocando e deixando ficar sem vergonha nenhuma.

''Lágrimas brotavam naturalmente de meus olhos, e, a súplica.. Atenuava as minhas dores, levando-me a um estado de balsamizante e inexcedível ventura e paz, onde interessante fenômeno operou-se em minha mente: como se fora um filme cinematográfico, todas as cenas de minha vida, desde a infância até aquele presente momento, foram projetadas em espantosas velocidade na tela de meu consciente, trazendo-me recordações as mais variadas, desde os mais felizes acontecimentos até as mais funestas reminiscências, tudo na mais fidedigna reprodução. Mas o que causo-me maior sensação de bem-aventurança foi a seqüência de fotogramas vivos e muito iluminados dos rostos de todas aquelas pessoas a quem auxiliei, todas sorrindo para mim, profundamente agradecidas, fazendo com que me esquecesse daqueles minutos tenebrosos e vivesse somente aquele mágico instante.
(...)''

Na incerteza de como deva proceder com o seu semelhante, em dada circunstância, trate o homem de saber como quereria que com que ele procedessem, em ciscunstância idêntica. Guia mais seguro que a própria consciência nâo lhe podia Deus haver dado.

Achei tudo muito infantil
Porém em um mundo onde os dados são jogados as escuras
O ato pôde ser tolerável§

Isso não é só uma palavra,
não é só um poema,
é um universo.§

Mau é o homem de olhar invejoso, que vira o rosto e despreza a vida dos outros. / O avarento não se satisfaz com uma parte apenas, pois a avidez insana resseca-lhe a alma. / O avarento é cioso do seu pão e mesquinho em sua própria mesa.

(14, 8-10)

"Preguiçoso, observa bem as formigas e aprenda uma profunda lição com elas. Elas não têm reis ou governadores para dar ordens e, no entanto, trabalham durante o verão, ajuntando comida para o inverno" (Provérbios 6.6-8).

⁠Vivi muito e tenho a impressão de que achei o necessário para a felicidade. Uma vida quieta, solitária, em nosso rincão distante, com a possibilidade de fazer o bem às pessoas, o bem tão fácil de fazer por elas, que não estão acostumadas com isso; depois, o trabalho, um trabalho que aparentemente traz proveito; e ainda o repouso, a natureza, os livros, a música, o amor a alguém próximo – eis a minha felicidade, acima da qual nada sonhei.

Vou em busca de um grande talvez.

(Quem é você, Alasca?)

John Green
Quem é você, Alasca?

Nota: A frase é usada no livro de John Green como citação de François Rabelais

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Você me pergunta se já li “As horas” e me manda um trecho do livro. Não acho o trecho nada demais. A última vez que nos falamos faltavam dois dias para o Natal. Hoje é sexta-feira da paixão. Você sempre lembra de mim dois dias antes de datas religiosas. Sua loucura é burocrática.

Você quer me contar que sente angústia e não sabe amar. Você sempre quer me contar que sente angústia e não sabe amar como se isso fizesse de você mais misterioso e complicado e “escolhido pelo capeta” do que os outros mortais. Ninguém sabe amar, todo mundo tenta amar porque é preciso pra não se matar, todo mundo ama entre essa de não saber e tentar e não se matar. Ter um estômago enjoado é o que nos diferencia de bonobos. Buhuhu pra você. Mimimi pra você.

Lembro de quando eu não sabia dirigir carro automático mas te vi dormindo tão bonito e quis tirar o seu carro da rua perigosa e colocar na minha vaga. Eu demorei trinta minutos pra conseguir fazer isso. Eu voltei pro quarto e você me olhou com dó e disse que não conseguia ficar e foi embora. Eu também não consigo ficar. Eu também não consigo pensar que estou estacionada na vaga de uma pessoa.

Eu só quis tanto que você ficasse porque é mais fácil querer quando a pessoa já é mais um vulto de desculpas se esvaindo do que uma carne entregue e densa numa cama. Você foi embora esse dia e nunca mais voltou. A gente dançou Bluebird abraçadinho no show, a gente voltou com as janelas do carro bem abertas porque estava calor e o calor tinha cara de uma felicidade que corava e aquecia o sangue. Eu te abracei tomando cuidado pra não te sufocar quando você teve uma crise de ansiedade. Eu estava tendo uma crise de ansiedade mas a enxerguei melhor em você.

Eu amava você. E suas janelas emperradas e seus bonequinhos no banheiro e a voz mansa e doce de mal elemento e o cinismo genial me afastando de você enquanto eu queria amarrar meu cabelo no seu pé e seguir do seu lado mesmo sendo desconfortável. E de como seus olhos ficam assustadoramente psicóticos quando você bebe. Você foi embora nessa noite e nunca mais voltou.

Sua camiseta colorida eu dei pro meu porteiro. Sua meia puída eu joguei fora. Seu chinelo sujo com o nome dos noivos de um casamento em Angra eu guardei um tempo, pra lembrar que seus pés eram pequenos e gordinhos. Depois dei pro faxineiro do prédio. Nesse dia do chinelo eu chorei. Chorei muito. Era sua última coisa comigo e ela foi pro meu faxineiro e isso me pareceu tão injusto e triste e sujo de se fazer.

Você já faz um ano e cinco meses. Ficamos juntos três semanas e dois dias há um ano e cinco meses. Um milhão de pessoas de um milhão de galáxias ficaram três semanas e dois dias comigo. Mas você eu já desisti de esquecer. Pra sempre eu vou sentir um elevador de gelo seco em todos os meus andares quando você aparece de alguma maneira. Quando tem foto sua, quando tem recado seu, quando tem você atravessando a avenida.

Esse texto nem ficou bom, porque agora amo outra pessoa e então eu nem consigo te dizer nada incrivelmente bonito. Mas queria vomitar a última micrograma de sal viciante no fundo de um saquinho de salgadinhos que fazem mal mas que, na pressa, às vezes usamos como refeição.

Lembro de você, antes de atender o entregador de pizza no interfone, me dizendo que não aguentava mais fazer o personagem “homem perfeito pra mim”.

Eu nunca te preferi por causa dos seus trechos de livros, músicas, mãos dadas, dedicações corporais, gostos para poesias, diálogos inteligentes e comidas entregues em casa. Eu nunca te preferi por causa das suas histórias de aventuras ou do seu sucesso enquanto jovem talentoso e gato com carrão a apartamento no metro quadrado mais caro de São Paulo.

Eu nunca te preferi como uma menina que te prefere porque você é um personagem muito trabalhado para ser preferível. Tudo isso era só uma boa música e uma boa fotografia e uma boa direção e um bom roteiro. Mas eu amava o negativo preto e branco e de ponta-cabeça. A fagulha de ideia da sua existência. O seu nariz aristocrático e a sua boca corada mesmo quando você empalidecia no começo da noite.

Eu amava você dormindo, de barriga pra baixo, os cachos espalhados no meu nariz, o suor na nuca secando ao longo da noite, sua barriga enchendo de ar de forma errada porque você respira mal. Eu amava você chamando seu bruxismo de vampirismo e depois dizendo que eu te deixava nervoso. Eu amava o medo que você tinha de eu te amar em tão pouco tempo e do sentimento ser grande o suficiente para eu perceber, colorir e decorar suas minuciosidades desimportantes.

Amava sem você fazer nada, só respirando pesado, só lutando com seu peito angustiado, só perdido, só tentando ficar mesmo não sabendo como.

Me encantei pela capa do livro e quando o abri, as páginas estavam brancas.

Difícil é tentar me recompor, peça por peça, sem livro de instruções e nenhuma pista de onde todos os pedaços importantes devem ser colocados.

Apertou o livro entre dedos subitamente frios, depois colocou-o no colo para ajoelhar-se e estender as mãos em direção ao fogo. Eu parado na porta às quatro da manhã. Você indo embora. Eu me perdendo então desamparado entre cinzeiros cheios e garrafas vazias. Você indo embora. Eu indeciso entre beber um pouco mais ou procurar uma beata em plena devastação ou lavar copos bater sofás guardar discos mastigar algum verso adoçando o inevitável amargo despertar para depois deitar partir morrer dormir sonhar quem sabe. Você indo embora. Acordar na manhã seguinte com gosto de corrimão de escada na boca: mais frustração que ressaca, desgosto generalizado que aspirina alguma cura. Tocaria, o telefone? Você indo embora, fotograma repetido. Na montagem, intercalar. Você indo embora você indo embora.

Há um livro em cada um de nós.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Mesmo a circunstância de eu ir publicar um livro vem alterar a minha vida. Perco uma coisa - o ser inédito.

Inserida por adetunedradio

Não feche o livro, vire a página.

Inserida por alines2

VOCÊ E DEUS

Muitas pessoas, assoberbadas com as amarguras do caminho, não desejam mais pensar em Deus.
Asseguram que se Deus existisse não permitiria tanto sofrimento na face da terra.
Outras admitem a existência de Deus, mas estão certas de que ele não interfere na vida dos homens, deixando-os por conta do acaso.
Há, ainda, pessoas que se decepcionaram com os religiosos e por essa razão não querem mais saber de Deus.
São tantos os argumentos e tão distantes da realidade, que o Criador nem leva em conta nossas infantilidades e continua regendo o universo com justiça, amor e misericórdia.
No entanto, se você não acredita em Deus, isso não importa. O importante mesmo é que Deus possa acreditar em você.
Em verdade, você sempre está bem próximo de Deus, fazendo a sua parte para a manutenção da harmonia do universo, mesmo sem se dar conta disso.
E ainda que não queira admitir, existe um vínculo muito estreito entre você e Deus.
Deus é o Criador.
Você, porém, pode colaborar na obra divina, na condição de co-criador.
Deus é o Pai.
Você, todavia, pode tornar-se genitor triunfante, contribuindo para o progresso do espírito em prol de todos.
Deus é o infinito.
Você, sem embargo, pode, na sua finita posição, colaborar em prol da glória da vida nos corações que transitam na dor.
Deus é amor.
Você, entretanto, pode desdobrar os sentimentos e repartir as fortunas da bondade que carrega, entre os necessitados que o cercam.
Deus é a perfeição.
Você, querendo, pode crescer, mediante o serviço nobre, lapidando suas arestas, a fim de refletir-Lhe a grandeza no espelho da sua purificação.
Deus é a verdade.
Você, também, pode disseminar as lições da divina sabedoria, que refulgem no Evangelho de Jesus.
Deus é o poder.
Você, desejando, conseguirá edificar a felicidade em toda parte, quando queira.
Deus é a harmonia.
Você possui, igualmente, as melodias da excelsa beleza na pauta do coração, podendo, também, cantar baladas de esperança e paz em seu nome.
Deus é vida.
Você não pode conceder a vida a ninguém, é certo, no entanto, poderá salvar muitas vidas que perecem por falta de amparo e socorro.
Deus é a causa primeira.
Você o traz dentro do coração. Desate-o e permita que em você a sua presença gere felicidade em derredor.
Pense nisso!

Jesus disse: "vós sois deuses".

Conduzindo o Pai Criador ao cerne da sua vida, você pode fazer tudo em prol de você mesmo, modificando as paisagens ermas do mundo, a fim de que mais rapidamente se estabeleça
o reino dos céus entre os homens.
Pense nisso e faça a sua parte. Porque o Criador, sem dúvida, está fazendo a dele.

Oh, o que brilha mais que a luz?
O que é mais escuro que a noite?
O que é mais afiado que um machado?
O que é mais suave que cera derretida?

A verdade brilha mais que a luz,
A falsidade é mais escura que a noite.
A vingança é mais afiada que um machado,
E o amor, mais suave que a cera derretida.