Livre pra poder Sorrir

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Os dias mais recuados de sua infância, o dia em que dissera: "Serei livre", o dia em que dissera: "Serei grande", apareciam-lhe, ainda agora, com seu futuro particular, como um pequenino céu pessoal e bem redondo em cima deles, e esse futuro era ele, ele tal e qual era agora, cansado e amadurecido. Tinham direitos sobre ele e através de todo aquele tempo decorrido mantinham suas exigências, e ele tinha amiúde remorsos abafantes, porque o seu presente negligente e cético era o velho futuro dos dias passados. Era a ele que eles tinham esperado vinte anos, era dele, desse homem cansado, que uma criança dura exigira a realização de suas esperanças; dependia dele que os juramentos infantis permanecessem infantis para sempre, ou se tornassem os primeiros sinais de um destino. Seu passado sofria sem cessar os retoques do presente; cada dia vivido destruía um pouco mais os velhos sonhos de grandeza, e cada novo dia tinha um novo futuro; de espera em espera, de futuro em futuro, a vida dele deslizava docemente... em direção a quê?

Jean-Paul Sartre
SARTRE, J., A Idade da Razão, 1945

Preciso ser livre - não aguento a escravidão do amor grande, o amor não me prende tanto.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Dizem que, quando a gente ama alguém, deve deixar livre. Então, realmente não sei amar. Não consigo dizer que amo e ficar longe. Não consigo gostar e não ter notícia. Não me dou bem com a distância. Não entendo relacionamentos abertos. Não admito traição. Não entendo quem gosta e não quer ficar junto. Não entendo quem diz que ama e não sabe se quer. Não entendo alguém que quer certezas sem apostar no relacionamento.

OFF PRICE

Que a sorte me livre do mercado
e que me deixe
continuar fazendo (sem o saber)
fora de esquema
meu poema
inesperado

e que eu possa
cada vez mais desaprender
de pensar o pensado
e assim poder
reinventar o certo pelo errado

"Quer pouco: terás tudo. Quer nada: serás livre"

A liberdade é a possibilidade do isolamento. És livre se podes afastar-te dos homens, sem que te obrigue a procurá-los a necessidade de dinheiro, ou a necessidade gregária, ou o amor, ou a glória, ou a curiosidade, que no silêncio e na solidão não podem ter alimento. Se te é impossível viver só, nasceste escravo. Podes ter todas as grandezas do espírito, todas da alma: és um escravo nobre, ou um servo inteligente: não és livre. E não está contigo a tragédia, porque a tragédia de nasceres assim não é contigo, mas do Destino para si somente. Ai de ti, porém, se a opressão da vida, ela própria, te força a seres escravo. Ai de ti se, tendo nascido liberto, capaz de te bastares e de te separares, a penúria te força a conviveres. Essa, sim, é a tua tragédia, e a que trazes contigo.
Nascer liberto é a maior grandeza do homem, o que faz o ermitão humilde superior aos reis, e aos deuses mesmo, que se bastam pela força, mas não pelo desprezo dela.
A morte é uma libertação porque morrer é não precisar de outrem. O pobre escravo vê-se livre à força dos seus prazeres, das suas mágoas, da sua vida desejada e contínua. Vê-se livre o rei dos seus domínios, que não queria deixar. As que espalharam amor vêem-se livres dos triunfos que adoram. Os que venceram vêem-se livres das vitórias para que a sua vida se fadou.
Por isso a morte enobrece, veste de galas desconhecidas o pobre corpo absurdo. É que ali está um liberto, embora o não quisesse ser. É que ali não está um escravo, embora ele chorando perdesse a servidão. Como um rei cuja maior pompa é o seu nome de rei, e que pode ser risível como homem, mas como rei é superior, assim o morto pode ser disforme, mas é superior, porque a morte o libertou.
Fecho, cansado, as portas das minhas janelas, excluo o mundo e um momento tenho a liberdade. Amanhã voltarei a ser escravo; porém agora, só, sem necessidade de ninguém, receoso apenas que alguma voz ou presença venha interromper-me, tenho a minha pequena liberdade, os meus momentos de excelsis.
Na cadeira, aonde me recosto, esqueço a vida que me oprime. Não me dói senão ter-me doído.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Livro do Desassossego, por Bernardo Soares. Vol. II. Mem Martins: Europa-América, 1986.
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Ser livre era seguir-se afinal.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se queres mesmo ser livre, levanta-te, erga a cabeça e brada aos quatro ventos: não me domina o medo, não me domina o mundo, não me dominam as demais pessoas! Sou livre, dono de mim, e só a mim me pertenço!

Aos meus amigos.

Para aquelas pessoas que fazem o meu coração sorrir.
Para a galera que sempre esteve junto, até mesmo quando eu não estava disposta. Para a pessoa que eu esperava que me chutasse quando caí, e que foi uma das primeiras que me ajudou a levantar. Para as pessoas que fizeram a diferença na minha vida. Para as pessoas que, quando olho para trás, sinto muitas saudades. Para as pessoas que me aconselharam quando me senti sozinha e me ajudaram a entender que não importa em quantos pedaços o meu coração tenha se partido, o mundo não irá parar para que eu o conserte. Para as pessoas que me deram uma força quando eu não estava muito animada. Para as pessoas que amei. Para as pessoas que abracei. Para as pessoas que encontro apenas nos meus sonhos. Para as pessoas que encontro todos os dias e não tenho a chance de dizer tudo o que sinto olhando nos olhos. O que importa não é o que eu tenho na vida, mas quem eu tenho na vida. Por isso, guardo todas as pessoas importantes da minha vida numa caixinha, dentro do meu coração.

A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração, sorrir para às pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam, calar-me para ouvir, aprender com meus erros, afinal, eu posso ser sempre melhor! Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar, a abrir minhas janelas para o amor. E não temer o futuro, a lutar contra as injustiças. Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade. Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar.

É difícil ir quando se quer ficar, sorrir quando se quer chorar, mas difícil mesmo é esquecer quando se quer amar!

A vida me ensinou a sorrir para as pessoas que não gostam de mim, para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam…

Quando penso em você, não posso deixar de sorrir, sabendo que você me completa. Eu te amo, não só agora, mas sempre.

Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência... sempre.

Amar é sorrir por nada e ficar triste sem motivos, é sentir-se só no meio da multidão, é o ciúme sem sentido, é ser feliz de verdade.

Ser forte é ouvir algo que te destrói por dentro e ainda assim sorrir.

Da vez primeira em que me assassinaram
perdi um jeito de sorrir que tinha...
Depois, de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

A pessoa que te faz sorrir quer o mal para você, quem te faz chorar faz seu bem.
Chorar nos fortalece pra enfrentar a loucura do mundo, enquanto estamos sóbrios.

De algum secreto lugar me vem a força para erguer a xícara, acender o cigarro, até sorrir quando alguém me diz: ‘Você hoje está com a cara ótima’, quando penso se não doeria menos jogar-me de um décimo primeiro andar.

Um cansaço de existir,
De ser.
Só de ser.
O ser triste brilhar ou sorrir...

Fernando Pessoa
Poesias. Lisboa: Ática, 1942.