Lili Inventa o Mundo - Mario Quintana

Cerca de 91990 frases e pensamentos: Lili Inventa o Mundo - Mario Quintana

Tua orelha num frêmito desnuda-se:
O que seria
O que seria que te disse o vento?

Inserida por chico_andrade

Não gosto de estar dormindo nem de estar morto perto de ninguém.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por Rodrigo2761

O que eles chamam de nossos defeitos é o que nós temos de diferente deles. Cultivemo-los pois, com o maior carinho – esses nossos benditos defeitos.

Mario Quintana
Caderno H. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
Inserida por cynthiamontenegro

Segunda canção de muito longe⁠

Havia um corredor que fazia cotovelo:
Um mistério encanando com outro mistério, no escuro…

Mas vamos fechar os olhos
E pensar numa outra cousa…

Vamos ouvir o ruído cantado, o ruído arrastado das correntes no algibe,
Puxando a água fresca e profunda.
Havia no arco do algibe trepadeiras trêmulas.
Nós nos debruçávamos à borda, gritando os nomes uns dos outros,
E lá dentro as palavras ressoavam fortes, cavernosas como vozes de leões.
Nós éramos quatro, uma prima, dois negrinhos e eu.
Havia os azulejos, o muro do quintal, que limitava o mundo,
Uma paineira enorme e, sempre e cada vez mais, os grilos e as estrelas…
Havia todos os ruídos, todas as vozes daqueles tempos…
As lindas e absurdas cantigas, tia Tula ralhando os cachorros,
O chiar das chaleiras…
Onde andará agora o pince-nez da tia Tula
Que ela não achava nunca?
A pobre não chegou a terminar o Toutinegra do Moinho,
Que saía em folhetim no Correio do Povo!…
A última vez que a vi, ela ia dobrando aquele corredor escuro.
Ia encolhida, pequenininha, humilde. Seus passos não faziam ruído.
E ela nem se voltou para trás!

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2005.
Inserida por alex_jr021

⁠Para mim o poeta não é essa espécie saltitante que chamam de Relações Públicas. O poeta é Relações íntimas. Dele com o leitor.

Mario Quintana
Steen, Edla van. Viver e escrever. v. 1. Porto Alegre: L&PM, 2008.
Inserida por pensador

⁠Os verdadeiros poetas não leem os outros poetas. Os verdadeiros poetas leem os pequenos anúncios dos jornais.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠E eis que, tendo Deus descansado no sétimo dia, os poetas continuaram a obra da Criação.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠O poeta é uma criatura essencialmente dramática, isto é, contraditória, isto é, verdadeira.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠Tudo já está nas enciclopédias e todas dizem as mesmas coisas. Nenhuma delas nos pode dar uma visão inédita do mundo. Por isso é que leio os poetas. Só com os poetas se pode aprender algo novo.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠A magia das palavras num poeta deve ser tão sutil que a gente esqueça que ele está usando palavras.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠A função do poeta não é explicar-se. A função do poeta é expressar-se.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠Um poeta deve escrever como se fosse o último vivente sobre a face da Terra.

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.
Inserida por pensador

⁠Eles passarão
Eu passarinho

Inserida por mi_v_t_

É preciso a saudade para eu te sentir
como sinto – em mim – a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!

Mario Quintana
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2006.

Nota: Trecho do poema Presença.

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Inserida por MarcioAAC

Eles ergueram a Torre de Babel para escalar o Céu. Mas Deus não estava lá! Estava ali mesmo, entre eles, ajudando a construir a torre.

Mario Quintana
A construção. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por jorge_henrique_elias

O homem é um bicho que arreganha os dentes sem necessidade, isto é, quando nos sorri.

Mario Quintana
História natural. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Delícia de olhar, no céu, os v v v dos voos distanciando-se…

Mario Quintana
Caligrafias. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Se alguém acha que estás escrevendo muito bem, desconfia… O crime perfeito não deixa vestígios.

Mario Quintana
Do estilo. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Hoje o que mais se precisa é de silêncios que interrompam o ruído.

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador

Parece que só na vida é que há ficção.

Mario Quintana
A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
Inserida por pensador