Libertação Humana

A substância de que é composta a espécie humana, não coincide com a aparência.

A mais elevada hipocrisia na espécie humana é: constantemente simular a sua própria natureza.

A paz quando se acende é uma luz maior que a do sol. A luminosidade humana é uma claridade de parafina.

Na descendência humana, a parte racional permanece, indubitavelmente nalgum animal irracional.

O Amor, gradualmente e de forma instintiva, vai desaprendendo a linguagem da espécie humana.

O paraíso terreste existe. Situa-se sob o céu aonde se movem as almas adornadas de matéria humana. Fica num poema suspenso, do outro lado da poesia, no meio da promessa que não se cumpre. Neste lugar as ausências começam devagar, as tardes, rodeadas de primaveras, soletram pedaços de pomares, as noites são versos fortes no vinco do luar. As tempestades suspiram a nudez da solidão. No contorno do dicionário despem-se as substâncias das palavras, cortadas no esmeril da madrugada. Aqui os sonhos apertam-se de pele e carne: vive-se comprometido com o momento e morre-se sem hora marcada. A cada minuto, nasce um dia contagioso de amor, as horas são o perplexo da vida que, tropeça sossegadamente pelos poros do mundo. Do lado de fora ficam os meus antecedentes infernos.

Devolve-me o meu corpo que está preso ao teu pensamento. Necessito dessa matéria humana para alcançar o teu sonho.

A insensibilidade humana é a partilha com mais produtividade no universo humano.

O maior desacerto na espécie humana é fazer uso do coração somente para viver.

Amar é uma teoria desastrosa na prática: humana.

A fábula reality shows faz a projeção da mixórdia ignorância humana: atraídos pelo famigerado queijo na armadilha.

Indecorosamente ainda permanece incurável a insensibilidade humana.

Existem animais irracionais que conseguem ser mais racionais que a consciente irracionalidade humana.

O poder despótico é um temporal, sedento por trovejar e desvalorizar a importância humana.

Na cor humana não existem cores: existem somente humanos.

Na esfera humana o amor é existencialmente imperceptível; e o ódio uma marcha que se desloca com a existência.

Meteorologia humana para amanhã: a sensibilidade da humanidade permanece nublada.

A forma mais real de se estar dentro da irrealidade humana é: a poesia.

A parte mais desnutritiva na espécie humana é: a indiferença existente dos com abrigo para com os sem-abrigo.

Vou ouvir lugares: onde é constante a ausência de interferência humana.