Leve como Passaro
Saudades é algo que não há como explicar...um desejo incontrolável de..."Ouvir,ver, amar",é sentimento de quem quer bem...muitos falam...poucos têm. Porque saudades mesmo é verdadeira quando a gente ama alguém. Autora Ada Fronzzi.
o pó e o amor
como o poema
são feitos
no dia a dia
o pão come-se
ou deita-se fora
embrulhado
(uma pomba
pode visitar o lixo)
o poema desentropia
o pó deposita-se no poema
o poema cantava o amor
graças ao amor
e ao poema
o puzzle que eu era
resolveu-se
mas é preciso agradecer o pó
o pó que torna o livro
ilegível como o tigre
o amor não se gasta
os livros sim
a mesa cai
à passagem do cão
e o puzzle fica por fazer
no chão
Era uma vez uma mulher que tão depressa era feia como era bonita.
Quando era bonita, as pessoas diziam-lhe:
- Eu amo-te.
E iam com ela para a cama e para a mesa.
Quando era feia, as mesmas pessoas diziam-lhe:
- Não gosto de ti.
ARTE POÉTICA
Escrever um poema
é como apanhar um peixe
com as mãos
nunca pesquei assim um peixe
mas posso falar assim
sei que nem tudo o que vem às mãos
é peixe
o peixe debate-se
tenta escapar-se
escapa-se
eu persisto
luto corpo a corpo
com o peixe
ou morremos os dois
ou nos salvamos os dois
tenho de estar atenta
tenho medo de não chegar ao fim
é uma questão de vida ou de morte
quando chego ao fim
descubro que precisei de apanhar o peixe
para me livrar do peixe
livro-me do peixe com o alívio
que não sei dizer
O que é noção de ridículo? Eu nunca soube. Quem define esse ridículo? Como os seres humanos todos podem ter a mesma noção do que é ridículo e do que não é?
O signo dela representa um belo tiro no escuro – nunca se sabe como, quem, muito menos quando você irá acertar. O símbolo do signo dela, já diz tudo: arco e flecha, ou, liberdade e ação. Quem sabe, dualidade, metade razão, e a outra emoção. A fera e o humano, juntos num duelo pacífico.
O signo dela pulsa vida, adrenalina. Calmaria? Só nas fotografias, estáticas lembranças. O signo dela quer hoje e amanhã nunca mais. O signo dela exige molejo e jogo de cintura. O signo dela não tira as rebarbas, não muda a cara, a alma, nem faz “bonito” – valoriza seus desastres naturais.
O signo dela é um imã de tempestade, o raio que cai inúmeras vezes no mesmo local – ou coração. O signo dela é contra a gravidade - quer flutuar o máximo possível.
A paz é um absurdo, como a realidade concreta é um absurdo que é preciso recriar para que se torne afecto do homem, obra sua.
Ainda lembro da nossa última vez...
Você estava distante e fria como a noite lá fora...
Sem uma palavra, me disse adeus...
Procurei por seus abraços
Mas seus braços já não estavam lá ...
Busquei encontrá-la em seus beijos...
Mas seus lábios já não eram meus...
Tentei te esquecer em outras camas...
De olhos fechados
Sonhava estar contigo...
E sofri...
E morri em mim...
Pois não existe mais
Eu e você...
É extraordinário como nos tornamos violentos quando queremos agradar ao mundo. Agradar ao mundo resume o comportamento da sociedade nos seus aspectos mais retóricos.
Como a chuva não cessasse de cair em caudais,
Tiras de tinta começaram a aparecer na fotografia
O tecto da chuva rompera o abrigo da sua alma
E o verde circulava a deriva rompendo as plantas.
Elvira deixara cair seus olhos de objectiva nas
Folhas verdes. Verificava que era sobre elas e como
Elas que sempre olhara a natureza. Ver o real
Em folhas era amá-lo ininterruptamente. Essa
Contiguidade acabara por compor uma rede
Que tinha tanto de próximo como de diferente,
E a chuva não era chuva, transparecia. Eis, pensou.
Por que chove na fotografia, por que chove
Em correntes sobre as folhas?
O poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.
A inveja é a incapacidade de não se ver como uma pessoa completa. Sempre querendo e desejando o que está distante e não perceber a própria riqueza.Ela é irmã do ciumes e filha de dona Descontentamento e do Sr. Dissimulado.
Amar alguém é como se mudar para uma outra casa. No começo a gente se apaixona por todas as coisas novas, a gente se pergunta toda manhã se aquilo é nosso de fato, como se tivesse medo de que alguém de repente entrasse correndo pela porta e reclamasse que tinha havido um grande engano, e que não era de jeito nenhum seu direito morar num lugar tão lindo. Mas com o passar dos anos a fachada da casa fica gasta, a madeira racha aqui e ali, e a gente começa a amar esse lugar não tanto porque ele nos parece perfeito, mas por todas as suas imperfeições. A gente fica conhecendo todos os detalhes dessa casa. Por exemplo, como evitar que a chave emperre na fechadura na época de frio. Quais placas do chão cedem um pouquinho quando se pisa nelas, e como se deve abrir as portas dos armários para elas não rangerem. E é isso, são exatamente todos os pequenos segredos que fazem desta a sua casa.
A morte é algo bastante notável. As pessoas vivem a vida inteira como se ela não existisse e, no entanto, ela é um dos maiores motivos para se viver a maior parte do tempo. Alguns de nós ficam já desde cedo tão cientes da sua existência que vivemos com mais intensidade, mais teimosia, mais fúria. Outros precisam da sua presença constante para ao menos se dar conta de como é a vida. Alguns ficam tão ocupados com ela que sentam na sala de espera muito antes de ela ter anunciado sua chegada. Nós a tememos, e mesmo assim a maioria de nós tem mais medo que ela atinja outra pessoa do que a nós mesmos. Porque o maior medo com relação à morte é sempre que ela vá passar batida por nós. E nos deixar sozinhos.
Eu tenho
uma teoria do
porque
nos sentimos
tristes,
quando mais
entendemos como
o mundo funciona,
como as pessoas
agem,
e como
as coisas
e as
relações
no final
não passam
de um nada,
mais nos
sentimos tristes
em relação a
tudo isso.
Nunca posso alimentar esses pensamentos. Classifiquei essas lembranças como se fossem um lugar particularmente perigoso: um lugar escuro.
“Algum dia você não vai mais precisar de amor.
Algum dia você não vai mais andar pelo mundo como se fosse trabalho seu suportar tudo.
O sol, a escuridão da noite, o momento secreto em que você acorda ao som de batidas se levanta pra abrir a porta mas ela não está lá porque os om vem de dentro de você e você não pode atender não importa o quanto se adentre. “ (Série: You)
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