Lacombe

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Quero acordar do seu lado num domingo de manhã. Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhar o caderno de cultura. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do seu apartamento. Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. Quero deitar do seu lado na rede, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele. Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija o rosto. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Quero que você nunca mais deixe de pensar em mim.

Milly Lacombe

Nota: Trecho da crônica "O que eu quero de você", cuja autoria tem vindo a ser erroneamente atribuída a Tati Bernardi.

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Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos.

O que eu quero de você

Quero acordar do seu lado num domingo de manhã e saber que não temos hora para sair da cama. E, depois, ir tomar café na padaria e ler o jornal com você. Quero ouvir você me contar sobre o trabalho e falar detalhadamente de pessoas que eu não conheço, e nem vou conhecer, como se fossem meus velhos amigos. Quero ver você me olhar entre um gole de café e outro, sem nada para dizer, e apenas sorrir antes de voltar a folhear o caderno de cultura. Quero a sua mão no meu cabelo, dentro do carro, no caminho do seu apartamento. Quero deitar no sofá e ver você cuidar das plantas, escolher a playlist no ipod e dobrar, daquele seu jeito metódico e perfeccionista, as roupas esquecidas em cima da cama. E que, sem mais nem menos, você desista da arrumação, me jogue sobre a bagunça, me beije e me abrace como nunca fez antes com outra pessoa. E que pergunte se eu quero ver um DVD mais tarde. Quero tomar uma taça de vinho no fim do dia e deitar do seu lado na rede, olhando a lua e ouvindo você me contar histórias do passado. Quero escutar você falar do futuro e sonhar com minha imagem nele, mesmo sabendo que eu provavelmente não estarei lá. Quero que você ignore a improbabilidade da nossa jornada e fale da casa que teremos no campo. Quero que você a descreva em detalhes, que fale do jardim que construiremos, e dos cachorros que compraremos. E que faça tudo isso enquanto passa a mão nas minhas costas e me beija o rosto. Quero que você nunca perca de vista a música da sua existência, e que me prometa ter entendido que a felicidade não é um destino, mas a viagem. E que, por isso, teremos sido felizes pelos vários domingos na cama e pelos sonhos que compartilhamos enquanto olhávamos a lua. Que você acredite que não me deve nada simplesmente porque os amores mais puros não entendem dívida, nem mágoa, nem arrependimento. Então, que não se arrependa. Da gente. Do que fomos. De tudo o que vivemos. Que você me guarde na memória, mais do que nas fotos. Que termine com a sensação de ter me degustado por completo, mas como quem sai da mesa antes da sobremesa: com a impressão que poderia ter se fartado um pouco mais. E que, até o último dia da sua vida, você espalhe delicadamente a nossa história, para poucos ouvintes, como se ela tivesse sido a mais bela história de amor da sua vida. E que uma parte de você acredite que ela foi, de fato, a mais bela história de amor da sua vida. Que você nunca mais deixe de pensar em mim quando for a Londres, escutar Dream' Bout Me ou ler Nick Hornby. E, por fim, que você continue a dançar na sala. Para sempre. Mesmo quando eu não estiver mais olhando.

Milly Lacombe

Nota: A autoria da crônica, publicada em Agosto de 2006, tem vindo a ser erroneamente atribuída a Tati Bernardi.

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Eu gostava quando você era só um sonho. Quando eu fechava os olhos e te via na minha frente. Pensava no que dizer, no que fazer. O que poderia te impressionar, te conquistar. No fundo, era usina de ideias para te trazer pra perto. Eu gostava. Curtia aquela coisa de te encontrar pelos corredores da vida e sentir o coração bater mais rápido, mais forte, como um soco no esterno que me forçava a aceitar: era paixão. Com o passar do tempo e as trocas de olhar com mais frequencia, algo mudou. A gente passou a se falar mais, eu passei a te mostrar tudo aquilo que guardava pra mim em pensamento. Você foi se deixando levar. Eu fui me deixado revelar. Quando os corpos pareciam ímãs e um beijo aconteceu, mais uma vez, algo mudou. Quando você era só um sonho, era diferente. Você lá, distante, longe, linda, impossível. Eu aqui, platônico, bobo, admirador. Agora, perto, tangível, palpável. Mudou. Eu gostava. Juro, gostava. Só que a vida me ensinou que tudo vindo antes de um “mas” pode ser cortado fora.

Então, deixa eu te dizer:

Eu gostava quando você era só um sonho, mas prefiro agora que é realidade na minha vida.

Nada evolui engaiolado. Abra um livro e sua cabeça. Liberte suas ideias. Deixe o mundo entrar.

Desde que você me veio, não sei por qual obra da vida, é inegável que tudo ao redor de mim mudou.

"Olhava pra ela morrendo de medo de me apaixonar, mas sem vontade nenhuma de fazer aquilo parar."

Restos e sobras só interessam para aqueles que nunca provaram o gosto de algo por inteiro.

Um sorriso incomoda muita gente. Um casal sorrindo incomoda muito mais.

O bom é que, para se apaixonar, não precisa ser sábado, não precisa estar sol, não precisa ser o melhor momento, não precisa ser o dia em que nos sentimos bem, não precisa querer, não precisa conhecer a outra pessoa tão bem, não precisa de contrato, não precisa de pré-aprovação de crédito, não precisa estar com o coração desocupado, não precisa de que os planeta se alinhem com a Terra. Aliás, não é preciso quase nada, nem ao menos saber o que é estar apaixonado. Mais, nem ao menos é necessário estar prestando atenção. A gente se apaixona, às vezes, sem nem ao menos perceber como isso aconteceu. Quando vê, já foi.

Para se apaixonar, basta estar vivo.

Uma pessoa não precisa passar muito tempo em sua vida para fazer diferença. Um dia apenas pode ser o bastante. Se vierem mais, lucro. Na maioria das vezes, ninguém pede para ser importante para alguém. Torna-se e pronto.

É quando um bom dia não salta na tela ou uma ligação não fecha a noite. É quando, sem se dar conta, três dias se passaram e não se ouviu notícias. É quando a saudade não incomoda mais, apenas existe e vai diminuindo - mesmo que seja mentira. Essa é a hora em que os caminhos descruzam e cada um vai viver sua vida, antes uma, agora aberta em duas.

- Você demorou! - disse, já querendo responder outra coisa.
- Muito?
- Estou a minha vida inteira esperando alguém como você. - pronto.
E sorriram. Bobos.

É quando um bom dia não salta na tela ou uma ligação não fecha a noite. É quando, sem se dar conta, três dias se passaram e não se ouviu notícias. É quando a saudade não incomoda mais, apenas existe e vai diminuindo - mesmo que seja mentira. Essa é a hora em que os caminhos descruzam e cada um vai viver sua vida, antes uma, agora aberta em duas.

Uma pessoa não precisa passar muito tempo em sua vida para fazer diferença. Um dia apenas pode ser o bastante. Se vierem mais, lucro. Na maioria das vezes, ninguém pede para ser importante para alguém. Torna-se e pronto.

Nem sempre eu acordo com o melhor dos humores. Normal, não? Essa coisa de levantar dando bom dia aos passarinhos, às plantinhas, ao Sol. Aliás, hoje amanheceu nublado. Tenho os meus dias para abrir os olhos e pôr dois pés esquerdos pra fora da cama. Todo mundo tem, só não tem o direito de descontar a própria irritação em alguém.

Eu preciso de você.
Preciso de você no meu dia, falando comigo o dia inteiro, trocando mensagem. Preciso daquele sinal de vida que uma carinha feita de pontos e parentêses faz arrancar um sorriso. Uma ligação surpresa dizendo que tá por perto. Preciso te ver. Preciso te ter na saudade, só pra matar depois. Dos meus dedos marcando suas costas, passando pelos segundos que a gente fica se olhando, preciso da tua respiração no meu ouvido perdendo o ar. Soltando um gemido. Preciso do teu corpo pesando no meu. Preciso de você dentro do meu abraço. E eu preciso dizer algumas coisas e ouvir outras. Digo que te adoro, que te quero. Preciso verbalizar minhas vontades. O seu também é preciso. No ponto. Isso quando não é o seu olhar me gritando que "sim".

- Como você prefere meu cabelo? Longo ou curto?
- Prefiro ele na minha mão, punho fechado e eu te puxando pra bem perto antes de te deixar um beijo. Gosto de você de qualquer jeito.

Toda pessoa que já amou sabe o que é se sentir sem uma parte, levada embora pelo chegar da saudade.

Eu deveria te proibir de entrar até nos detalhes do meu dia só pra me fazer te lembrar.

Amor, entre outras inseguranças bobas, é perguntar coisas à tôa se preocupando com a resposta da outra pessoa, que pode não ser tão boa, e ver que era apenas mais uma pessoa que não consegue nem ao menos suportar a idéia de perder por quem a alma voa.

Quando a gente não quer, um corte no dedo vira uma ferida mortal, uma unha encravada é o resumo de todo mal e as desculpas brotam em profusão. Seria tão mais fácil chegar e, simplesmente, ser sincero dizendo um "não".

Não me chama de "linda", por favor. Não me joga no mesmo saco que as suas amiguinhas. Se quiser me elogiar, tudo bem, mas como vocativo, não. Soa falso, soa pobre, sem criatividade, genérico demais pro meu gosto. Você não sabe meu nome? Então, inventa um apelido carinhoso, usa um diminutivo, mesmo que todo mundo me chame assim. Só não me vem com esse "linda". Você perde pontos cada vez que fala isso.

Não ligo para quem não me liga. Isso vale pra qualquer relação que mantenho. Ninguém é amigo sozinho, ninguém ama sozinho, ninguém merece dar atenção a alguém que simplesmente não a quer. Procurar é até válido, mas o interesse tem que ser recíproco.

Eu quero ser a melhor coisa que já aconteceu na sua vida. Antes dos nossos filhos, claro.

É sorte do meu sorriso ter você como motivo.

Restos e sobras só interessam para aqueles que nunca provaram o gosto de algo por inteiro.

O problema de alguns homens é achar que, depois que uma mulher abre as pernas, ele não precisa mais abrir as portas.

Nunca quis nada fácil na vida. Mas se algo me vier por um acaso, destino ou sorte, eu não vou me incomodar.

O mal dos amores que terminam sem uma briga é que ainda se ama mesmo já tendo cicatrizado o que não há de ferida.

Amar não é caridade. Não fique com ninguém por pena.

Eu quero ser a melhor coisa que já aconteceu na sua vida. Antes dos nossos filhos, claro.

A pior distância que pode existir entre duas pessoas é aquela que a dúvida traz.

Um sorriso incomoda muita gente. Um casal sorrindo incomoda muito mais.

Você não é tudo isso
É mais que isso
E só você não percebe
Isso



Eu não mudaria uma vírgula em você, então nem se preocupa. Quando eu te conheci, com a personalidade tão forte quanto o perfume que nunca mais saiu da minha memória, eu sabia que era preciso se ajeitar, nunca forçar. O encaixe aqui é natural. É a adaptação de quem quer saber tudo sobre alguém e, naturalmente, também se entregar na mesma proporção. Ninguém tem o direito de mudar outra pessoa. Ainda mais em nome do amor.
(trecho de “Não Precisa Mudar”)



Que delícia seria a vida se todos soubessem a diferença que um apelido carinhoso na boca da pessoa certa faz no dia de alguém.



E pode ser que entre as linhas das coisas que eu escrevo você encontre, além de você descrita, nós dois em versos que camuflei pra poder dizer tudo que eu não tenho coragem.



Ela detesta rosas. Prefere um lírio laranja ou branco. Eu acho. É, eu acho. Não consigo lembrar de todos os detalhes assim, mas pelo menos sei que ela detesta rosas. Já imaginou eu chegar com um buquê e ela me olhar com aquela cara de “você esqueceu que eu não suporto essas flores”? Seria pior, né. Apesar da crença popular de que toda mulher ama recebê-las, ela se torna exceção à regra. Ainda bem que é a minha exceção.
(trecho de “Ela”)



A gente vai ficando mais forte nos dias ruins. Quando nada dá certo. Sabe aqueles em que era melhor ter ficado na cama? Então. Acredito que os outros, guardados na memória como “perfeitos”, são tão importantes quanto. Lógico que são. Mas é na conseqüência de um erro, de um desacerto, de um tropeço pelo caminho que, de repente, a gente se pega caindo e tem um ao outro para aparar. Eu te escolhi no sorriso, mas foi no superar das dificuldades que tive certeza do quanto isso pode ir longe. Fica combinado assim, o tanto que eu cuidar de você, você cuida de mim.



Fui deixando de ser
Somente eu
Hoje, sou mais
Sou seu



Sou admirador daqueles amores que, ainda que cheios de “até logos”, não se despedem de fato. Guardam-se na saudade e aguardam na vontade de dizer “volta logo”.



Quero acertar contigo. Sei que, sim, vou acabar errando algumas vezes. Pode ser por insegurança, pode ser por afobamento, pode ser por negligenciar, em algum aspecto, um aviso. Sei lá. Pode ser tanta coisa, mas sei que quero acertar. Acertar seus gostos, acertar a hora certa de te beijar, acertar a hora de dar espaço, pedir desculpas, acertar quando ser necessário e até a hora de sair um pouco de cena. Quero fazer tudo certo o suficiente para que, se um dia a gente não se acertar mais, você lembre o quão certo eu fui. Quero ser o certo, o correto, e o amante incorrigível que tem aquela mão que te acende e o olhar que te acalenta. É apenas o início da jornada, já tão certa de que pode ir longe. Resta ter paciência. Eu quero acertar muita coisa. Já acertei que é você a certa pra mim.



Só quero que você saiba que, antes de querer ser um bom homem, quero ser um bom amigo pra você. Se der, isso cresce. Se não der, o carinho vai continuar o mesmo. Expectativa é sempre pro próximo encontro e pro próximo abraço, mas não vai mais pro próximo beijo. Vejo, hoje, que gostar de você é muito mais que querer isso. Tem abraço que parece beijo, mas o seu é amor. E interprete isso como quiser.



Ela é o tipo da garota “enfim”. Enfim você pode colocar a cabeça no travesseiro e ter certeza de que encontrou alguém. Enfim pode descansar já que não existe mais a busca por um par. Enfim o mundo te dá alguém para sonhar ao dormir e ligar ao acordar, ou ligar antes de dormir e sonhar de olhos abertos ao acordar. Enfim a palavra amor ganha corpo, forma e voz. Enfim, o resumo de tudo que se quis – com defeitos e tudo. Enfim alguém por quem vale o pacote completo que pede o gostar.



Há um mistério no teu abraço. É sentir teu corpo colado no meu para que o mundo mude. Cinco segundos, que seja. No corredor apressado ou num melhor, com minutos alongados enquanto me conforto e ajeito no espaço que me cabe. Não sei o que fazer. Sei que aperto, cravo as pontas dos dedos nas tuas costas, cintura e percorro toda a extensão do teu dorso. Que força é essa. Me leva o mau humor, me traz a paz. Me tira o sossego e, ao mesmo tempo, acalma.
(trecho de “Mistério”)



Todas as noites que você me deseja “boa noite” são boas.



A palavra certa nem ao menos é aceitar. Se é que exista palavra certa. Compreensão, talvez. Em qualquer sentido pode ser que haja um lado abrindo mão de algo para que o que passou fique morto e enterrado e a vida possa seguir. Não é bem assim. A história que passou importa muito pouco perto do que ainda se pretende construir. É nisso que uma verdadeira relação deve se basear. Há sonhos que apenas um novo casal pode realizar. O velho não realiza mais nada.
(trecho de “Me Lixando”)



Vou te complicar. No próximo abraço, pequena, vou te apertar mais que o costume e vou fazer tua boca encostar meu pescoço. Ali, duvido que teus lábios resistam à tentação que a eles se oferece. Do beijo premeditado, vou dizer alguma coisa no seu ouvido que vai ecoar pela sua cabeça e descer, lentamente, como uma mão atrevida passeando pela barriga até o pé. E depois eu troco de lado, sussurro outro segredo pra compensar o peso. Cada orelha leva uma mordida, uma confidência e um arrepio.
(trecho de “Vou te Complicar”)



Meus olhos são fãs incondicionais dos seus sorrisos.

Às vezes, eu penso que uma música diz tudo que eu queria dizer pra alguém. Então, sem conseguir reunir coragem ou palavras minhas para ir até ela e me abrir, eu guardo. Guardo as coisas que queria falar, as poucas letras que se formaram na minha cabeça e qualquer sentimento que por um segundo tenha me enchido e me motivado. E isso não acontece poucas vezes. Até porque, não sei que dom é esse que as canções tem de traduzir o que sinto.

Já fiz uma playlist inteira só com formas de dizer “Eu te amo”.

Poderia até ficar nas músicas. Ou nas músicas de amor. Só que, em várias outras ocasiões, já me peguei lendo livros, vendo fotos, decifrando obras de arte e muitas delas, de alguma maneira, traduziam alguma coisa dentro de mim. Estranho isso. Um professor de português, certa vez, disse que eu não sabia me expressar muito bem, mas que meus olhos gritavam o que eu queria. Então, o segredo para deixar algo fluir nas minhas redações era apenas fazer com que os olhos “transbordassem para o papel” tudo o que queriam dizer.

Nunca consegui ser assim. Aliás, dar vazão aos meus quereres, desejos e vontades sempre foi algo complicado. Primeiro, porque eu não gostava de impor nada a ninguém. Segundo, porque tinha medo que a opinião dos outros em relação a algo que eu sentia poderia ser ruim. O que eu aprendi nisso tudo? Bom, que perdi várias oportunidades de falar algo e me posicionar. E, também, que a opinião dos outros não deveria ser tão importante assim. Mas eu preferi continuar colecionando palavras ao invés de distribuí-las.

Queria arrumar alguém para trocá-las, como figurinhas. Alguém pra conversar mesmo.

Assim, bem mais do que perder chances de me fazer ouvir ou declarar o que sentia, fui me guardando. Da vida, do amor, do mundo, de tudo. Aquilo que não se sabe dizer, agora sei, não será dito. Entretanto, o que pode ser colocado pra fora e que ajuda a levar uma vida melhor, precisa parar de travar a garganta e se afogar em covardia. Como toda teoria, eu ainda não tenho ideia de como fazer isso na prática.

Tão mais fácil colecionar palavras que não tenho coragem de usar.
Às vezes é tão mais fácil calar.

Só entendi o que é a liberdade de amar alguém quando te conheci. Quando, pelo fato de estar ligado a você, não me sentia preso a necessidade de ter alguém. A gente nunca tem alguém de verdade, mas vive um estado de transição na vida de uma pessoa. Acaba colocando o verbo ter por uma necessidade humana de possuir as coisas. Besteira. Foi com o teu rosto me dizendo que sentia o mesmo que eu pude, enfim, equilibrar a vontade que o corpo tem de um abraço com o bem-estar que uma presença me faz. E culminou tudo em nós dois. Livres no sentimento, só prendemos a responsabilidade de aturar os mau humores matinais, que terminam com um beijo, um bom dia ou com o tempo dado para cada um refletir. Um casal, duas cabeças pensantes e dois corações pulsantes. Liberdade amante de ter todo dia.

Junto em mim os mais variados sentimentos e sacudo. Vez ou outra algo ruim aparece, mas até nessas horas a gente cresce. Vê se algum mal vai se criar aqui na gente!? Não há espaço suficiente. Qualquer problema o amor, a compreensão e a amizade sufocam. Só fica o que é bom. "Eu te" tanta coisa, sabia... Antes ainda do sentimento, eu te admiro. Sentindo, te adoro. No fim, longe de terminar, te amo. E, no duro trabalho diário de aparar arestas de um relacionamento tão cobrador, dois mundos muito diferentes se misturam reagindo química, física, lógica e surpreendentemente. Eu sinto muito. Muito do melhor, muito do amor, da paixão e do querer. Tudo isso, você. Eu te sinto.
Eu te tudo.

Às vezes, eu fico me perguntando por que é que eu te amo tanto e nunca acho explicação. Sem motivo, sem razão. Só sei que você desperta o que de melhor há em mim e me sinto grato por ter alguém que me faça sentir assim. Não tem preço. Aliás, tem momentos que eu até me pergunto se eu mereço ser tão feliz assim. Será possível? Devia ser proibido, sei lá. Já imaginou? Condenado por sorrir de orelha a orelha, de gostar sem medida ou perdão? Réu confesso, me entrego ao que é capaz de fazer comigo. Me fazer melhor. Transformar em arte final o que antes era só rabisco.

Bom mesmo é quando você consegue se desconectar. Do mundo, de tudo a sua volta e, principalmente, da internet. Não adianta, o melhor da vida acontece offline. É quando não importa se você precisa postar o que comeu, o quanto sorriu ou quem encontrou. É quando se esquece de quantas notificações se tem, quantos pseudo-amigos estão na sua conta ou quantos te seguem. É quando não importa o dia o tanto de tempo que passou ou o tanto que resta. Sem nenhum toque ou vibração pra interromper.

Nunca vi uma estrela cadente, mas já cansei de fazer pedidos olhando pra imensidão do céu à noite.
E olha você aqui agora na minha frente.

Por mais que seja arriscado, burro ou perigoso. Por mais que seja uma estrada de mão única, esburacada e sem saída. Por mais que esteja escuro, frio e a solidão te abrace bem antes da pessoa em questão. Não se prive de viver e e entregar. Por mais que não cure uma ferida passada, não te dê perspectiva de futuro e só encha teu presente de um tipo estranho de preocupação. Por mais que o coração se divida, o pensamento se triplique e o corpo se feche para uma única pessoa. Não mate o que pode ser bom. Por mais que venha de não sei de onde, sabe-se lá porquê e sem motivo nenhum pra ficar. Por mais que esteja fora de moda, seus amigos digam que não vale à pena e os conselhos não sejam dos mais animadores. Você só vai saber se tentar e meter a cara. Por mais que seja por alguém desconhecido, quem ressurgiu do passado ou pela mesma pessoa todos os dias.
Se apaixone.

Você não sabe quanto tempo eu esperei esse sorriso.

Quanto tempo eu fiquei olhando pros outros casais imaginando quando chegaria a minha hora. Noite, manhã, tarde. Fiquei pensando no que faria, no que falaria. No final das contas, sobrava solidão. Me frustrei, sabia? Porque colocava muita pressão em pessoas que não podiam me dar o que eu queria. E eu queria construir. Não sei se um castelo, um palácio ou só uma palafita. Um barraco, talvez, mas queria. Nem que minha casa fosse os braços do outro e a gente se beijasse na chuva, considerando ser uma goteira. Tudo bem.

Só queria onde descansar. E estou falando de colo, não de colchão.

Pense bem. Pense bem mesmo. Porque ninguém espera pra sempre e, apesar de tudo que ainda sente, ela vai seguir. Ela vai continuar com a vida dela e um dia você vai ficar se perguntando “por que não deu certo, meu Deus?”. E você vai saber a resposta.

Porque você não quis.

Torço pelo amor impossível. Para que o coração quebrado encontre um novo amor. Torço para que a razão seja derrotada e se cometa aquela loucura. Torço para que a carta chegue, o e-mail seja lido, a ligação seja atendida, a mensagem respondida. Torço para que não se espere em vão. Pelo coração que ama e não sabe como dizer. Para que a timidez se desfaça. Para que a amizade se manque e dê lugar ao amor. Para que seja eterno. Que caiba no pra sempre que der. Torço para que se aprenda a amar 'pra ontem' e que amanhã não se esqueça. Para que o amor possa fazer suas transformações. Torço para que os encontros aconteçam, os destinos se façam, o acaso ajude e a sorte também. Torço para o amor.

Ah, e torço pela gente.