Jesus Alivia nossos Problemas
Antes de colocarmos nossos corações demasiadamente sobre algo, examinemos quão felizes são aqueles que já o possuem.
Uma das maiores burlas dos nossos tempos terá sido o prestígio da imprensa. Atrás do jornal, não vemos os escritores, compondo a sós o seu artigo. Vemos as massas que o vão ler e que, por compartilhar dessa ilusão, o repetirão como se fosse o seu próprio oráculo.
É uma grande infelicidade perder por causa do nosso caráter os direitos que os nossos talentos nos concedem na sociedade.
Defender a ideia de que os nossos sucessos nos são concedidos pela Providência, e não pela astúcia, é uma astúcia a mais para aumentar aos nossos olhos a importância desses sucessos.
Este método estoico de prover as nossas necessidades suprimindo os nossos desejos é como cortar os pés quando necessitamos de sapatos.
Nós não conhecemos o verdadeiro valor de nossos momentos até que eles se submetam ao teste da memória.
Consolamo-nos facilmente das desgraças dos nossos amigos quando estas servem para manifestarmos a nossa ternura por eles.
Os nossos desejos confusos encontram expressão na questão confusa assim como na força da natureza e eletricidade. Mas a resposta que queremos não é a resposta para esta questão. Não é por encontrar mais relações e conexões que se alcança a resposta, mas sim através da remoção das contradições existentes entre as já conhecidas e talvez reduzindo o seu número. Quando estas contradições dolorosas são removidas, a resposta à força da natureza não foi respondida. Mas as nossas mentes deixam de ter vergonha e param de fazer perguntas ilegítimas.