Jean Cocteau

Um belo livro é aquele que semeia em redor os pontos de interrogação.

Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez.

A moda morre nova. É isso que torna grave a sua leviandade.

Confusa época em que os museus se transformam em igrejas e igrejas em museus.

O que o público reprova em ti, cultiva-o: é o que és.

As leis morais são as regras de um jogo no qual todos fazem batota, e isto desde que o mundo é mundo.

O virtuoso não serve a música. Serve-se dela.

Os críticos julgam as obras e não sabem que são julgados por elas.

A poesia é uma religião sem esperança.

Quando uma obra parece avançada para a sua época, é simplesmente porque a sua época está atrasada em relação a ela.

O corpo é um parasita da alma.

Escrever é batermo-nos com tinta para nos fazermos compreender.

Cuidado, este não é revolucionário. É um conservador de antigas anarquias.

O futuro não pertence a ninguém. Não existem precursores, apenas existem retardatários.

Uma vez que estes mistérios nos ultrapassam, finjamos ser os seus organizadores.

O tato na audácia é sabermos até onde podemos ir.

A arte existe no instante em que o artista se afasta da natureza.

O tato consiste em saber até onde podemos ir.

Um artista não pode esperar qualquer ajuda dos seus pares.

A verdade é muito nua, não excita os homens.