Jardim das Borboletas Vinicius de Moraes
Não preciso seguir o caminho
de ninguém. Pois sempre segui
sozinho e hoje continuo sozinho
na fé com Deus.
A cura para à tristeza transmitida pela sociedade: é o fim do individualismo através do amor ao próximo.
Tem gente que se sente obrigado à estar em um relacionamento pelo fato de temer o que os outros irão pensar -às vezes vivendo uma vida monótona e sem graça, aprisionado em uma regra imposta ou trocando de cônjuge sem entender que este raciocínio pode estar errado e não o companheiro. Claro que existem relacionamentos felizes ou que pelo menos aparentam. Qual a regra que determina que um ser nasceu para o outro? Será que existe traição para a natureza ou é só uma atitude antiética, o descumprimento de um acordo? O quê é certo: ficar a vida inteira com a mesma pessoa ou ser livre?
- “Está falando comigo?”. - Não. Ele não estava falando com o primo. Tão pouco falava sozinho. O garoto falava com o celular, ainda aberto na mensagem mais recente de sua paixão. Aquela que ele nem ao menos conhecia, senão dos poucos momentos em que acordado sonhava. Mas que ama e tem mais próxima do que qualquer outra pessoa que lhe possa dar bom dia e vê-lo sorrir. Dissipava suas horas e mais horas. Relia as mesmas mensagens que chegava até decorá-las. Se alguém se aproximasse curioso, ele inventava uma desculpa qualquer. - “Mensagem de operadora”. - Como se fosse fácil acreditar que créditos expirados pudessem causar tanta alegria. Um sorriso timidamente falso que sempre escondeu no canto dos lábios um único segredo. Ele jamais falou de amor, de paixão, de romantismo. Nem ousaria. Mas sempre falou “dela”. Mas ela ainda está longe. Não importa o quão perto venham as certezas, tudo é muito inalcançável. É como se uma dor, cruel e ao mesmo tempo gentil, se mesclasse a um sentimento tão bonito. - “Isto é amor?”
Me perguntaram,porque teatro?
Hum..a minha resposta?
Porque é incrível a idéia de trazer a nossa realidade ,um personagem ,que existe somente na forma de letras.De deixar transparecer uma personalidade moldada, e representar essa mesma personalidade através do nosso corpo ,em meio a dezenas e dezenas de olhos que recaem sobre nós.
Porque teatro é a repetição em busca de perfeição,é tentar refazer,repetir,parar e tentar de novo. É o medo de errar e o desespero de improvisar.é o frio na barriga e as mãos trêmulas antes de subir no palco.Porque o teatro faz-nos sentirmos vivos em meio a um mundo sem emoções.É estar conectado de corpo e alma,dando lugar a imaginação. onde experimentamos ser outro, para nos encontrarmos.Mas ,ao final, tudo compensa ao ouvir a chuva enquanto as cortinas se fecham.
ORGULHO NEGRO
Trago em mim o orgulho de ser negro, pois os represento.
Brasileiro ! Esse é meu sangue, em parte oriundo de Nação Africana.
Reverencio os Afro Sagrados Orixás, no mais sincero agradecimento,
por honradamente significar o berço original de toda história humana.
Aqui estou, a vos convidar para melhor conhecer nossa cultura,
espero poder demonstrar parte de sua importância em nossa Sociedade.
O Afro em Nós me traz, além da sagacidade, da superação e da bravura,
o incontroverso, maravilhoso e real testemunho da afro genialidade.
Foi filho do solo africano o primeiro homem criado no mundo !
Precursor então, de toda uma gama de conhecimentos diversos.
A ganância e o preconceito escravizaram-no em sofrimento profundo,
e na cor de sua pele, o pretexto da violência, de brancos perversos.
Manifestações populares, com a discriminação, acabaram por se fortalecer.
Nossas lutas e cultos foram disfarçados em danças, de extrema destreza.
Outrora considerada maldita, a Arte Afro perpetuou-se, nada pôde lhe deter.
A tentativa de calar sua voz apenas nos lapidou a alma, a cultura e a beleza.
Nós do Morro & Afro em Nós agradecem a dádiva de vossas ilustres presenças.
Esperamos, saiam daqui satisfeitos, com nosso trabalho de expressão cultural.
O orgulho do Negro é celebrado através de sua história, ritmos e crenças,
e por sua importância impar, na criação de nossa rica identidade nacional.
RESPOSTA TUA
Prepare-se para ler meu sentimento passional.
Será que conseguirei seduzir-te através do papel ?
Longe de mim ousar querer parecer-te intelectual,
todavia, cada vez mais apaixonado por teus olhos cor de mel…
Procurei unir criatividade, amor e transpiração,
para declarar-te no momento tudo o que sinto.
Com papel e caneta te expresso minha paixão,
visto almejar neste instante, ver-te sorrindo.
Ao te encontrar, meu coração bate demasiadamente forte.
Para por mim enamorar-te, farei tudo aquilo que for preciso.
Minha hora chegará, pois sou de fato um homem de sorte,
a flertar com uma linda mulher, capaz de tirar-me o juízo.
A tua boca de fartos lábios, cobiço me entregar,
assim como teu desejo e bem querer possuir.
Não há dúvida alguma, tudo que quero é te amar,
desde quando vieste na minha vida surgir.
Espero não confundires minha franqueza com fraqueza,
porque nesse nosso mundo nada acontece por acaso.
Quando noutro dia me deparei com toda tua beleza,
foi o obrar do destino, aspirar fazer-me teu amado.
No breve aguardo de uma tão desejada resposta tua,
a replicar-me com amor este apaixonado questionar.
Não desejo desde já apressar tua decisão futura,
mas sonho contigo a dizer-me: ” - Também quero te amar… “
O seu medo, suas dúvidas e insegurança não são capazes de me abalar. Já a sua indiferença me mata por dentro da pior maneira possível...
Seu olhar é como um labirinto, onde sei que se cair posso nunca mais voltar, mas mesmo assim vale a pena arriscar.
Não sei se seu olhar está me levando a um caminho de sombras ou de luz, mas para onde ele me levar estarei feliz se tiver você ao meu lado.
Nem nos meus sonhos mais insanos, nos meus pensamentos mais profundos ou nos meus pesadelos mais tenebrosos eu consegui imaginar alguém tão linda como você.
Seu olhar é instigante, seu sorriso encantador...
E o seu valor pra mim muito excede ao de rubis.
No amor, a valentia vira medo
A convicção vira dúvida
O egoismo compreensão
O orgulho sentimento
A certeza insegurança
O sentimento a dor
A dor o sofrimento
E o sofrimento a decepção
Quando nos damos conta
o mundo ja desabou
e só resta seguir a vida
com aquilo que restou
Hoje faço minha homenagem para aquelas que detém o amor
que incentivam em nós a coragem e às vezes não damos valor
Do seu ventre ganhamos a vida, seus conselhos nos dão direção
Detentora de nossa guarida que não cabe num só coração
Impossível descrever em palavras seu amor incondicional
não há nenhuma ressalva que pondere o amor desigual
Por isso feche seus olhos e agradeça sempre a Deus
pela sua bondade infinita e pela mãe que Ele lhe deu...
Somos Brevidades
Vivemos apenas uma vez.
E nesse único sopro de existência,
resta-nos provar da vida
a sutileza dos instantes mais nobres —
aqueles que, embora raros,
carregam em si uma eternidade condensada.
Mas tais instantes são breves.
E quando falo em brevidade,
é porque o ser humano nada mais é
do que um viajante de passagem.
Como um compasso invisível,
nosso coração marca o ritmo,
nossa alma vibra,
até que, um dia, a música silencie.
E de nossa curta travessia
sobre esta esfera que chamamos Terra,
não herdaremos riquezas,
não guardaremos posses.
Restarão apenas lembranças —
essas frágeis centelhas de eternidade.
Porém, quantas vezes as ignoramos?
Quantas vezes as deixamos adormecer,
cegos pela pressa,
surdos pelo ruído do mundo?
E, assim, distraídos,
nos perdemos no caos,
renunciando, ironicamente,
à face mais bela da existência.
Só então, diante do tarde demais,
lembramos daquilo que esquecemos.
Pois somos brevidades —
fagulhas efêmeras
em meio ao infinito universo.
O Grito da Existência
Minha loucura não condiz com minha sensatez.
Caminho na contramão do mundo,
sozinho, desafiando a ordem das coisas.
Sou louco? Talvez.
Pois poucos ainda derramam sentimentos em papéis,
acreditando que palavras frágeis
tenham o poder de abalar a imensidão da realidade.
Minha sensatez, porém, não aceita a lucidez —
essa tirana impiedosa que me sussurra,
sem compaixão:
o mundo é podre, e sempre será.
E, ainda assim, é a loucura que me sustenta.
É ela quem me obriga a crer
que, mesmo nos detalhes mais insignificantes,
residem fragmentos de bondade, amor, caridade.
Mas a tensão me consome:
quando a sensatez domina,
ela caminha de mãos dadas com a lucidez,
vasculhando as entranhas da sociedade
e só encontrando escuridão.
E, ainda assim, a loucura resiste.
Teima. Insiste.
Se recusa a ceder à desesperança.
Mesmo sob a máscara da decadência,
acredita que ainda há,
por algum fio tênue do universo,
um sopro de bondade.
