Ja Chorei de tanto Rir

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No ano passado...

Já repararam como é bom dizer "o ano passado"? É como quem já tivesse atravessado um rio, deixando tudo na outra margem...Tudo sim, tudo mesmo! Porque, embora nesse "tudo" se incluam algumas ilusões, a alma está leve, livre, numa extraodinária sensação de alívio, como só se poderiam sentir as almas desencarnadas. Mas no ano passado, como eu ia dizendo, ou mais precisamente, no último dia do ano passado deparei com um despacho da Associeted Press em que, depois de anunciado como se comemoraria nos diversos países da Europa a chegada do Ano Novo, informava-se o seguinte, que bem merece um parágrafo à parte:

"Na Itália, quando soarem os sinos à meia-noite, todo mundo atirará pelas janelas as panelas velhas e os vasos rachados".

Ótimo! O meu ímpeto, modesto mas sincero, foi atirar-me eu próprio pela janela, tendo apenas no bolso, à guisa de explicação para as autoridades, um recorte do referido despacho. Mas seria levar muito longe uma simples metáfora, aliás praticamente irrealizável, porque resido num andar térreo. E, por outro lado, metáforas a gente não faz para a Polícia, que só quer saber de coisas concretas. Metáforas são para aproveitar em versos...

Atirei-me, pois, metaforicamente, pela janela do tricentésimo-sexagésimo-quinto andar do ano passado.
Morri? Não. Ressuscitei. Que isto da passagem de um ano para outro é um corriqueiro fenômeno de morte e ressurreição - morte do ano velho e sua ressurreição como ano novo, morte da nossa vida velha para uma vida nova.

Mas, afinal, para que interpretar um poema? Um poema já é uma interpretação.

Mario Quintana
Intérpretes. In: A vaca e o hipogrifo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

A recordação da felicidade já não é felicidade;
A recordação da dor ainda é dor.

Lord Byron
BYRON, L., Marino Falieri

A fama é para os homens como os cabelos - cresce depois da morte, quando já lhe é de pouca serventia.

Aquele que já não consegue sentir espanto nem surpresa está, por assim dizer, morto; os seus olhos estão apagados.

A ausência só mata o amor quando ele já está doente na data da partida.

É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe.

Epicteto
Discursos de Epicteto (livro II, capítulo 17).

Não quero ser um gênio... Já tenho problemas suficientes ao tentar ser um homem.

Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde os outros já foram.

Alexander Graham Bell

Nota: Trecho adaptado de pensamento de Alexander Graham Bell.

Se você já construiu castelos no ar, não tenha vergonha deles. Estão onde devem estar. Agora, dê-lhes alicerces.

Henry David Thoreau
Walden ou A vida nos bosques (1854).

Sou velho e já passei por muitas dificuldades, mas a maioria delas nunca existiu.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuído a Mark Twain, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

Não prever, é já lamentar.

A gaveta da alegria
já está cheia
de ficar vazia

A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui.

Querer vencer significa já ter percorrido metade do caminho.

Minha mãe foi a mulher mais bonita que já vi. Tudo o que sou devo à minha mãe. Atribuo meu sucesso na vida à educação moral, intelectual e física que recebi dela.

Quando Vier a Primavera

Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.

Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma

Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.

Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.

(Poemas Inconjuntos, heterónimo de Fernando Pessoa)

O amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique.

Um ancião é uma grande árvore que, já não tendo nem frutos nem folhas, ainda está presa à terra.

As mulheres amam muito tempo antes de confessá-lo; os homens têm já deixado, há muito, de amar, quando continuam a confessá-lo ainda.