Isso Ja Nao me Pertence mais

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Antigamente todos me tratavam mal, não sou mais um marginal. Mas se estar à margem for negar o que não me convém, então eu sou marginal.

Quando um tempo vier não mais empanado pela sombra da consciência da própria culpabilidade, a conservação de si mesmo criará a tranqüilidade íntima, a força exterior, brutal e sem considerações, para matar os maus rebentos da erva ruim.

(...) Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Melhor assim. Não quero mais depender de ninguém. Quero é o "Danúbio Azul". E não "Valsa Triste" de Sibellius, se é que é assim que se escreve o seu nome.

Clarice Lispector
A via crucis do corpo. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Dia após dia.

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Um aperto de mão comovido foi o nosso adeus no aeroporto. Sabíamos que não nos veríamos mais, senão por acaso. Mais que isso: que não queríamos nos rever. E sabíamos também que éramos amigos. Amigos sinceros.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Amizade sincera.

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Não consigo mais ficar sem você! Sem o seu abraço que conforta, sem os seus beijos que me enchem de alegria e amor, sem a sua companhia. Não consigo mais imaginar um futuro em que você não esteja, porque você sempre está lá! Sempre está aqui, comigo, até quando não está. Por isso, agradeço sempre a Deus por ter colocado você na minha vida.

Os melhores presentes não são os mais caros, nem aqueles que combinam com nossa preferência, mas aqueles que são dados com todo carinho e coração.

O dia mais perdido de todos é aquele em que você não riu ao menos uma vez.

Deixa de besteira, o ontem não vale mais. Larga de bobeira, o verdadeiro amor nunca se desfaz.

Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.

Não adianta mais olhar para trás. É ir em frente ou nada.

Às vezes tenho impressão que não vou poder mais aguentar nem mais 5 minutos sem te ver. E ainda faltam tantos 5 minutos, meu bem.

Faça as coisas o mais simples possível, mas não mais simples.

Afastarei você com o gesto mais duro que conseguir, e direi duramente que seu amor não me toca nem me comove, e que sua precisão de mim não passa de fome. Acho que é isso que você não é capaz de compreender, que as pessoas, um dia, passam a não querer mais o que têm. E a gente esquece sabendo que está esquecendo.

A pergunta que mais me faço é: por que não?
Eu tenho as armas de que necessito para me defender, e mesmo que eu perca, eu ganho, já perdi algumas vezes e sei como funciona a lei das compensações.

[...] Mas imperfeito é tudo, nem há poente tão belo que o não pudesse ser mais, ou brisa leve que nos dê sono que não pudesse dar-nos um sono mais calmo ainda. E assim, contempladores iguais das montanhas e das estátuas, gozando os dias como os livros, sonhando tudo, sobretudo, para o converter na nossa íntima substância, faremos também descrições e análises, que, uma vez feitas, passarão a ser coisas alheias, que podemos gozar como se viessem na tarde. Não é este o conceito dos pessimistas, como aquele de Vigny, para quem a vida é uma cadeia, onde ele tecia palha para se distrair. Ser pessimista é tomar qualquer coisa como trágico, e essa atitude é um exagero e um incómodo. Não temos, é certo, um conceito de valia que apliquemos à obra que produzimos. Produzimo-la, é certo, para nos distrair, porém não como o preso que tece a palha, para se distrair do Destino, senão da menina que borda almofadas, para se distrair, sem mais nada.
Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os
que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cômodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero.
Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.

Dias felizes

Não deixe de desejar um dia melhor.
Ainda que hoje seja o dia mais que perfeito.
Onde tudo se encaixou e você encantou.
Onde as pessoas foram amáveis e você faturou muito.
Ainda assim, tudo pode ser melhor.
Estamos nos acostumando com as coisas e notícias ruins.
E quando chega aquele dia gostoso, de paz, de coisas boas,
ficamos desconfiados.
Tipo: me belisca para ver se eu já acordei!
Pois é, mas o comum, não é ter somente dias de dores.
O que deveria ser comum é o dia feliz!
Um dia de muita risada, muita conversa. muitos beijos, muitos abraços,
“amassos”, comidinha quente e gostosa.
Ah! e é claro; muitos amigos.
Coisa boa não é?
Pois pense assim, pense como criança.
Lembra quando você era criança?
O grande barato era acordar para brincar mais um pouco.
Havia tanta coisa para fazer…
E se você teve o privilégio de crescer em um ambiente aberto,
com ruas largas, as vezes sem asfalto, campinhos, árvores,
ai então, era só alegria…
lembra?
Qual era o segredo desse tempo?
Pense…vou te dar mais uns segundos…
O grande segredo das crianças é não fazer planos.
É acordar para viver intensamente o dia que começa.
Criança não fica parada elaborando planos de vingança,
nem fica pensando como vai fazer para fazer uma maldade.
Tudo acontece espontaneamente…
Então, acredite que o dia pode ser melhor e será.
Deixe-se contagiar pela alegria da infância.
Despreocupe-s e um pouco.
Mesmo sendo médico cirurgião com uma grande cirurgia pela frente.
Deixe-se guiar pelo seu aprendizado, e depois do trabalho bem feito,
solte-se numa cadeira e se ela for giratória,
aproveite e brinque como se fosse um parque de diversões.
Talvez a vida não passe disso, um grande parque com muitos brinquedos.
Só que muita gente anda com medo de se soltar e se divertir.
O dia pode ser muito melhor!
Acredite, lute, sonhe e realize.

Os encontros temperados com um pouco de missa são os melhores. Não há nada mais mimoso do que uma olhadela que passa por cima de Deus.

Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, dá medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo.

Tudo o que mais valia exatamente ela não podia contar. Só falava tolices com as pessoas.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

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