Introspecção
As mãos calejadas evidenciam o árduo labor
Deveras o caminhar cansado, fadigado, mesmo em dor
Os espantos do mundo não existem, porque do meu maior medo vesti-me
Se até o fogo que aquece inflama, por que então os sentimentos são semelhantes a hologramas?
Dor, amor, desejo, todos eles só me levam a um caminho
Aquele do qual sempre se acaba sozinho
Olhaste a erva verde, contemplaste o brilho do sol
No final, das flores mais belas temos o girassol.
Em um mundo onde a atração pela distração e a dispersão prevalecem, é preciso ter a coragem de se desligar e se conectar com a introspecção do verdadeiro "eu sou" para liberar a criatividade adormecida.
Aquela inquietação interna que você tem sentido nas noites, muitas vezes, não é um problema, mas um sintoma da busca por significado na vida. Isso não se trata com remédios, mas sim com introspecção e ação. Ouça essa inquietação como um chamado para explorar novos caminhos e descobrir o que realmente importa.
Tudo muda, tudo se transforma. Quem hoje rasteja, amanhã pode voar.
Não menospreze ninguém, a vida é como uma roda gigante!
Não podemos vencer as trevas que existem dentro e fora de nós, o que nos cabe é resistir por opção própria, tomando partido.
Se às suas vistas, suas atitudes são irrepreensíveis, onde está o erro, continue, mas aceite o ônus, ele também é seu.
Acreditamos em influenciadores como a Lua, o signo, o odú e o meio, mas ainda nos incomoda ver o sucesso do outro. Não compreendemos que, mesmo se o mundo fosse, em atitudes, mais humano, e se todos tivessem as mesmas oportunidades, ainda assim, teríamos vidas e comportamentos diferentes. Ame-se e controle sua inveja!
"A reflexão é a pausa que fazemos no caminho da vida para olhar para dentro de nós mesmos e encontrar respostas que não encontramos em nenhum outro lugar."
(...) Não se engane com a benevolencia da vida, ela é o ápice... desde quando você não tenha interesses em conhecer ou entender as pessoas que você as ama: FAMÍLHIA, AMIGOS E AMORES...
(...) Se é "triste a tristeza mendigar um sorriso" é desolador o que é notório se esconder da realidade...
Nada é completamente tudo, quando tudo não é completamente nada. Nada é complicado quando tudo é completamente.
Muitas vezes pego-me a observar-me, como se fora um outro, um terceiro, até mesmo um fantasma assombrando a si próprio. É um sentimento estranho, outro dia, enquanto conversava com uma amiga sobre nossas experiências sexuais, eu não parava de me perguntar internamente o porquê de estar fazendo aquelas escolhas de palavras, não seria as palavras que eu falaria se eu fosse realmente eu. Não é estranho esses momentos em que percebemos que deixamos de ser.
Ali, de repente, fui tomado por um outro, a quem fui observando de longe, um outro que eu não conhecia, mas que ainda acho ser eu em algum espectro, alguma nuance. Um eu reprimido.
Outras vezes que percebo esse fenômeno é quando me apaixono por alguém, abandono-me fácil de mais. Meu espirito sóbrio foge do meu corpo, como em uma espécie de projeção astral. Mas meu corpo não fica oco, logo trata de si preencher e penso, falo e ajo de um jeito absurdo, clamando pela atenção de estranhos. Por isso não gosto muito de mim quando me apaixono e isso tem acontecido com certa frequência, digo que conheci um menino na segunda e na sexta não paro de pensar na nuca de um outro. É repugnante me assistir agindo dessa maneira, se apaixonando por puro tédio e se convencendo de que esses sentimentos são reais. E chega a ser patético me ver me humilhando assim.
Quem sabe esse não seja um problema a ser resolvido, tenho que aprender a conviver com essas versões espaçosas de mim.
O pôr do sol é sem resquício de dúvidas a parte mais mágica do dia, permito receber as bençãos da aurora, me agarrando a esperança de dias melhores, que assim como sol, que tem hora para partir, sempre me dirá um "até logo", pois breve voltará a nascer, igualmente será a minha esperança. Esse é um milagre da criação ofuscado pela cegueira da vida banal, entretanto, me alegra saber que tenho bons olhos. Chega a ser curioso, não é tarde, e nem tampouco, ainda, se fez noite! Mas é aquele pequeno e fantástico espaço entre ambos, suas cores únicas sem exagero de um clarão intenso, luz que não chega a ser ausente e nem permite que, tão cedo, presente se faça a escuridão. As suas cores são tons alegres de amarelo e laranja em todas as suas nuances existentes. O fim da tarde é a mais bela das despedidas, um adeus em aquarela cobrindo o azul convencional do céu, é aquele alivio de fim de jornada, é lavar a alma cansada com água fria, é beleza diária, que se faz rotineira e infelizmente é um espetáculo pouco admirado.
Suspiro profundo e olho pro céu e aí observo o pássaro que parece ser cúmplice dessa minha introspecção e parece dizer-me que as vezes no silêncio também se vive...
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