Indiretas de amor: demonstre interesse com sutileza 😉

Romantismo

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento
e pousĂĄ-lo no vento!...
Quem tivesse um amor - longe, certo e impossĂ­vel -
para se ver chorando, e gostar de chorar,
e adormecer de lĂĄgrimas e luar!
Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...
Quem tivesse um amor, sem dĂșvida nem mĂĄcula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria...
Ah! Quem tivesse... (Mas quem tem? Quem teria?)

O que me faz perder o sono nĂŁo Ă© a insĂŽnia propriamente dita, mas sim a falta de amor e respeito entre os seres humanos.

Tenho amigos que nĂŁo sabem o quanto sĂŁo meus amigos. NĂŁo percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade Ă© um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrĂ­nseco o ciĂșme, que nĂŁo admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora nĂŁo sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! AtĂ© mesmo aqueles que nĂŁo percebem o quanto sĂŁo meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existĂȘncias

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar. Muitos deles estão lendo esta crÎnica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas Ă© delicioso que eu saiba e sinta que os adimiro, adoro, os amo, embora nĂŁo declare.

Paulo Sant'Ana

Nota: Trecho de texto escrito pelo jornalista brasileiro Paulo Sant'Ana. Algumas fontes também o atribuem, de forma errÎnea, a Vinicius de Moraes.

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O amor pode te dar asas, mas sĂŁo as amizades que normalmente te seguram quando vocĂȘ estĂĄ prestes a cair.

Quando o medo nĂŁo evita, o amor acontece.

Até tento rir de tudo, mas as peças que o amor me prega não tem nenhuma graça

Amor Ă© enigma?

Optar Ă© renunciar. Entregar-se, por exemplo, a um amor Ă© abandonar outros. E, do que se renuncia e abandona, pode provir, depois arrependimento.

Afastar-se de um amor, ainda que, opção feita por lĂșcidas razĂ”es, pode gerar, adiante, a frustração pelo que se deixou de viver.

Os casos de amor vivem rondados por frustração ou arrependimento. Não o amor, que é íntegro, irrefutåvel, cristalino e indubitåvel: mas os amantes seus portadores. Quase sempre o tamanho do amor é maior que o dos amantes.

O que cerca as pessoas que se amam é sempre uma teia de limitaçÔes que o leva à disjuntiva: frustração ou arrependimento. Ou quem ama se entrega ao sentimento e se atira nos braços do outro para, depois, se arrepender do que abandonou para entregar-se ao amor, ou se afasta, cheio de lucidez, para, adiante, sentir frustração pelo que deixou de viver.

Estes estĂŁo na categoria assim definida de modo cruel mas lĂșcido por Goethe: "no amor, ganha quem foge...Ou como disse o grande Orizon Carneiro Muniz: "no amor, Ă© mais forte quem cede".

Na juventude tudo isso fica confuso porque esta é uma etapa da vida envolta em uma névoa amorosa que a torna radical na busca da felicidade.

O jovem ainda não se defrontou com as terríveis e dilacerantes divisÔes internas de que é feita a tarefa de viver e amar, aceitando as próprias limitaçÔes, confusÔes, os caminhos paralelos e contraditórios das escolhas, dentro de um todo que, para se harmonizar, precisa viver as divisÔes, os sofrimentos e os açoites das mentiras e enganos que conduzem as nossas verdades mais profundas.

Séculos de repressão do corpo e de identificação do prazer com o pecado ou o proibido fizeram uma espécie de cårie na alma.

É um buraco, um vazio, uma impossibilidade viver o que se quer, uma certeza antecipada de que o amor verdadeiro gera ou arrependimento ou frustração.

Viver implica, pois, aceitar essa dolorosa e desafiante tarefa: a de enfrentar o amor como a maior das maravilhas e que se nos apresenta sob a forma de enigma.

Tudo o que se move dentro do amor estĂĄ carregado de enigmas. E com o enigma dĂĄ-se o seguinte: enfrentĂĄ-lo nĂŁo Ă© resolvĂȘ-lo. Mas quando nĂŁo se o enfrenta, ele (enigma) nos devora.

Enfrentar o enigma mesmo sem o deslindar, Ă© aquecer e encantar a vida, Ă© aprender a viver; Ă© amadurecer. Exige trabalho interior penoso, grandeza, equilĂ­brio e auto-conhecimento.

O contrĂĄrio nĂŁo Ă© viver: Ă© durar.

Lucas: “William Shakespeare escreveu: ‘Amor nĂŁo Ă© amor que se altera quando encontra alteração. Ou uma marca rĂ­gida, que aparece numa tempestade e nunca se abala. Amor nĂŁo se transforma de hora em hora mas surge mesmo Ă  beira da morte

Deus criou a amizade porque sabia que, quando o amor machucasse, ela seria a cura.

Meus irmĂŁos, eu nĂŁo vos aconselho o amor ao prĂłximo; aconselho-vos o amor ao mais afastado.

Não temos nada além do amor.
NĂŁo temos antes, princĂ­pio nem fim.
A alma grita e geme dentro de nĂłs:
- Louco, Ă© assim o amor.
Colhe-me, colhe-me, colhe-me!

NĂŁo confie no amor industrial, cheio de padrĂ”es e patrĂ”es. Cada amor Ă© Ășnico, cada amor Ă© um artesanato do coração.

Essa sua parede pode afastå-la da dor, mas também pode afastå-la do amor.

Carta de Amor

Quando vejo como era minha vida sem vocĂȘ, nĂŁo acredito que vivia.
Respirava, dormia, acordava, me nutria.
Hoje vejo que era sĂł a parte fĂ­sica que era alimentada.
Eu estava morrendo e nĂŁo sabia.
VocĂȘ chegou como uma brisa fresca numa tarde quente de verĂŁo!
Entrou como quem não quer nada e tomou conta do meu coração.
Hoje faz parte da minha vida como se sempre lĂĄ estivesse.
Como era mesmo que eu vivia?
SĂł consigo me lembrar do agora. Do antes, nĂŁo me lembro, nĂŁo vivia!
E, pior, eu nĂŁo sabia.
Hoje vocĂȘ existe dentro de mim.
Faz parte de minha pele, do meu cheiro, do meu coração.
E nĂŁo hĂĄ o que eu nĂŁo pense que nĂŁo venha impregnado de vocĂȘ.
VocĂȘ existe e me espera.
Eu espero que a vida, um dia, nos dĂȘ a carta de alforria
e nos deixe viver esse grande amor!

VocĂȘ me ensinou o que Ă© o amor.
NĂŁo choro, porque vocĂȘ me ensinou a sorrir.
NĂŁo sofro, porque vocĂȘ me ensinou a amar.
NĂŁo morro, porque vocĂȘ me ensinou a viver.
Mas se algum dia vocĂȘ deixar de existir,
eu choro, sofro e até morro.
porque a Ășnica coisa que vocĂȘ nĂŁo me
ensinou, foi viver sem vocĂȘ.

Quando me desespero, lembro-me de que em toda a HistĂłria a verdade e o amor sempre venceram. Houve tiranos e assassinos e, por um tempo, pareciam invencĂ­veis mas, no final, sempre caĂ­ram. Pense nisso! Sempre.

Amor Ă© como um tijolo. VocĂȘ pode construir uma casa, ou vocĂȘ pode enterrar um corpo morto.

Te esquecer Ă© uma questĂŁo de costume. Associei o meu amor ĂĄ sua voz me pedindo pra nĂŁo ligar mais. E agora quando sinto vontade de te ver, a vontade de fugir Ă© maior. E quando bate aquela carĂȘncia de mulherzinha abandonada me olho no espelho e percebo que sou muito gostosinha pra fazer esse papel. E desde aquele dia eu resolvi destruir todas as pontes que me levavam atĂ© vocĂȘ. E hoje quando penso na gente, parece tudo tĂŁo distante que eu mal consigo lembrar que cor eram os teus olhos, embora ainda lembre da sensação de olhar pra eles. Esquecer Ă© uma questĂŁo de aprender a desgostar. E vocĂȘ tem me ensinado a fazer isso do pior jeito possĂ­vel. Do jeito eficiente. E isso dĂłi ao mesmo tempo que alivia. É como se eu estivesse apanhando tanto que minha alma começa a ficar dormente atĂ© nĂŁo sentir mais nada. É o meu jeito de me curar. Me destruir pra destruir o que tem de seu aqui. Depois eu me refaço sĂł com coisas minhas. Porque no fim, a Ășnica coisa que vai apanhar atĂ© morrer nessa histĂłria Ă© a minha paixĂŁo por vocĂȘ. E eu vou sair inteira, mesmo que com alguns pedaços a menos. Pedaços que nunca foram meus mas que carreguei por algum longo tempo. Pedaços seus. Pedaços nossos. Agora, lixo.

"Que todo mundo tenha um amor quentinho.
Descanso pro complicado do mundo.
Surpresa pra rotina dos dias.
A quem esperar.
De quem sentir saudades.
Um nome entre todos.
O verso mais bonito.
A mĂșsica que nĂŁo se esquece.
O par pra toda dança.
Por quem acordar.
Com quem sonhar antes de dormir.
Uma mão pra segurar, um ombro pra deitar, um abraço pra morar.
Um tema pra toda histĂłria.
Uma certeza pra toda dĂșvida.
Janela acesa em noite escura.
Cais onde aportar.
Bonança, depois da tempestade.
Uma vida costurar na sua, com o fio compriiiiido do tempo."

O que fazer das sobras do amor?
O que fazer das lembranças do cheiro, da voz, do toque, dos olhos, das cócegas, dos risos, das viagens, das imagens?
O que fazer das lembranças do abraço, das mãos, do carinho sutil, do carinho voraz, do banho, do café à mesa, dos filmes vistos, criticados, admirados, inacabados?
O que fazer da mĂșsica escolhida, do beijo prolongado, roubado, do amor no carro, na sala, no quarto?
O que fazer quando o telefone toca e do outro lado nĂŁo se ouve mais a mesma voz?
O que fazer das mensagens gravadas, das cartas escritas, dos sentimentos impressos, dos presentes guardados?
Mas o que fazer também das ofensas do amor?
O que fazer das lembranças dos gritos, das afrontas, dos olhos marejados, decepcionados, das palavras cortantes, do filme repetido, dos sonhos ruídos, da sensação do desconhecido?
O que fazer com a sensação de culpa, fracasso, impotĂȘncia, incoerĂȘncia?
O que fazer dos sentimentos revirados, transformados, do ódio repentino, do amor estilhaçado, quebrado, tantas vezes remendado?
O que fazer da ausĂȘncia que se sente? AusĂȘncia de paz, ausĂȘncia da ausĂȘncia, ausĂȘncia de si mesmo?
O que fazer?
Talvez o tempo se encarregue de apagar as lembranças, de mudar o cenårio, de reinventar o passado...Por hoje, não sei o que fazer com tudo isso...

✹ Às vezes, tudo que precisamos Ă© de uma frase certa, no momento certo.

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