Incompreensão Dói
Mesmo que seja por um tempo, dói agora. Mesmo que seja tudo da mesma forma, me sinto sozinha. Sinto falta do cheiro, do toque , do abraço, do beijo. Me dói longe dos seus olhos, me dói não te ter à vista, me dói não te ter aqui. Acontece que com você eu sorria, hoje não posso fazer isso sozinha sem sentir dor. Antes, eu sonhava acordada, hoje, mal posso dormir. Quando isso vai passar? Quando as coisas vão se ajeitar? Não quero me acostumar sem você, por mais que digam que isso é o certo. Não quero, não quero mesmo, te olhar nos olhos e ter que esconder quem eu sou, não quero ter que fingir, fingir me machuca mais. Prefiro chorar quando eu tenho vontade, rir quando eu tenho vontade e ter você, não quero ter que fingir que tudo está normal, não quero segurar o choro porque estão me olhando, não quero sorrir porque eu devo, levantar a cabeça e seguir pra que você sinta... eu te amo, não é difícil saber, eu te amo, do meu jeito e eu aceito o teu jeito de amar, eu aceito você, eu quero você. Eu te amo, não tem jeito!
Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem.
Quando te dói olhar para atrás e te dá medo olhar adiante, mira para a esquerda ou a direita e ali estarei, a teu lado.
Você não quis saber de tudo o que eu tinha a dizer, por isso não pode entender que não queria me afastar e que continuo a te amar...
Sou forçada a lhe respeitar e esperar, nutrindo a esperança, e tentando suavizar o sofrimento que sua ausência trás.
Enquanto isso peço aos anjos que te façam feliz da forma que sempre quis.
As redes sociais teoricamente foram criadas para aproximar as pessoas. Mas acabaram transformadas em batalhas campais de egos que buscam impor-se sobre os demais, ou num canal de disseminação de intolerância, escudados no anonimato e no preconceito para atacar tudo o que não têm alcance para entender.
Depois da tempestade e da chuva, vem o brilho do sol, nós seguimos nosso caminho com inabalável esperança, vencer é o que torna a pessoa grandiosa.
Bansui Doi(poeta japonês)
Entendi que consciência não é peso, nem ansiedade, nem remorso.
Consciência nos traz leveza, somente isso.
Dançar é como uma folha que cai num bailar com o vento. A folha somente segue a sua natureza em busca do chão. Dançar é isso, ouvir a voz interna e seguir adiante.
A dor do trauma não é anulada, é preciso criar novas sensações, sinestesias e afetos junto a ela. No fluir delas, acalenta-se a ferida, gerando novo estado e memória corporal. Então, ao acessar o trauma, podemos vibrar nessa recordação sensorial e emotiva, atualizando a nossa relação existencial.
DANÇA EFÊMERA
Uma vida é pouco para tamanha dor
Muito pouco para tantas paixões
Para tantas danças, mudanças e sonhos
A vida foi demais para tanta dor
Demasiada para tantas aflições
Para tantas danças, mudanças e sonhos
Você decidiu não ter o amanhã
Renunciar o infinito e o finito,
A dualidade da existência
Adentrar-se no mistério
Eu decidi estar no hoje
Buscar o infinito no finito,
A dualidade da insistência
Encantar-se no mistério
Vida suicida em paixões
Com instinto de sobrevivência
A vida foi demais para tanta dor
Vida kamikaze por paixões
Sem instinto de sobrevivência
Uma vida é pouco para tamanha dor
REINVENTAR-SE PELA DOR
Há dores que aprendemos a conviver com elas. Pois, só nos restou a coragem de superar a si mesmo - concebendo novas existências. Creio que esse processo pode materializar a alegria adjunto da tristeza. Afinal, reinventar-se pela dor é um processo elaborativo e criativo, o qual é imbuído de amor, alegria e coletividade. Então, aceito que haja dores eternas dentro de mim. Acolho-as e busco atualizar a minha sensação, sentimento e sentido diante da vida que me atravessa.
MEMÓRIAS
As memórias realmente são recriadas e com isto os afetos e as emoções. Algo que nos fez chorar ontem pode nos fazer sorrir hoje. Ou algo que foi indiferente ontem pode nos fazer chorar hoje, pois somente agora posso compreender a complexidade daquele fato. Há marcas que carregamos e o processo de ressignificar a memória e a sensação corporal é um desafio. Mas, isso é possível com escuta, acolhimento e alteridade. A atualização da memória e a conscientização dos fatos são processos corporais mediados por novas sensações e emoções.
Pertencer é responsabilizar pela transformação do lugar que vivemos. Por isso, mais do que os estereótipos sobre curitibano, paulistano e japonês, o bonito é o pertencimento advindo da vida em comum - o exercício da cidadania.
Somos filhos da terra e da água, elus são nossos ancestrais. Como lidamos com a nossa ancestralidade muda o nosso presentee o futuro.
