Identidade
Eu queria, sim, conhecer a Ayla – e como! Mas esse sonho era uma realidade tão distante que só conseguia enxergá-lo num universo paralelo.
Um em que eu não tivesse medo de ser quem eu sou.
Um em que o mundo me aceitasse.
Um em que a Ayla gostasse da Raíssa, não do Leo.
Considerando toda a confusão em minha vida, os problemas financeiros e o relacionamento complicado dos meus pais, além do turbilhão de sentimentos dentro de mim, entrar num jogo em que eu podia ser quem eu quisesse, num mundo de fantasia, sem nenhuma dessas questões para me atormentar, era um enorme alívio.
Deixei
O tempo me mostrar quem sou
Perdi
O medo de encontrar o amor
Mudei
O meu olhar diante a flor que me apontou
Beleza onde eu só via dor
Eu achava que os humanos eram ou não eram, não sabia que alguém podia ser humano só um pedaço. Então, os outros pedaços dele são o quê?
Às vezes tenho a sensação de que quanto mais conhecemos as pessoas mais elas se tornam estranhas, até mais do que os estranhos propriamente ditos.
Belo caminho, serás tu a resposta?
Ou trágico, serás tu a causa?
És a dualidade do destino,
Que sob um manto, esconde a hipocrisia do porquê.
Mas o caminho é mais que dúvida,
É jornada, lutas, amizades forjadas.
A verdadeira causa do que nos tornamos.
E antes que me questione,
És o caminho que se abre,
E eu, a chave que o percorre.
"Quem sou eu nesta batalha eterna entre o bem e o mal, uma luta que transcende a humanidade e remonta ao cosmos, atravessando gerações que precederam a formação do mundo? Qual é o meu lugar diante da magnificência da criação, da formação dos céus e das estrelas, dos montes e das colinas que se erguem sobre as águas? Como posso me posicionar em relação à vastidão dos mares, dos rios e das águas subterrâneas que erodem rochas, jorrando incessantemente, dia e noite, enquanto o rio nunca seca? Quem sou eu diante do intrigado sistema que rege este planeta há milênios? O que significo nesta guerra ideológica e política que oprime nações? Sou apenas um grão de areia, uma efêmera faísca na imensidão do universo."
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É preciso um intercambio interior para ampliar as linguagens e sentidos.
Sair das ondas das aparências e velejar nos mares profundos da identidade.
Acreditar no que pensam de ti, te tornará assim.
Acreditar no que pensam você, te fará como eles querem ver.
Se importar com o que pensam de você, te impedirá do que quer ser.
A última palavra vem de Deus não deixe ninguém mudar seu geito, a maneira que do seu falar, ou do geito que você sorrir, ou geito que você se veste, isso é matar sua identidade. Talvez seja por isso que você esteja tão mal, se sentindo tão apagado, é isso que opiniões alheia faz com a gente mata nossa identidade!
Quem sou eu? E surge o medo de que você não seja nada! Talvez
você não seja senão uma associação de todas as opiniões da multidão.
"Trecho do livro "O livro das virtudes para geração Z e Alpha"
“O rio deve inverter sua corrente para chegar à nascente, o mar deve espelhar-se para se tornar um com o céu. O homem deve voltar-se para si mesmo para encontrar sua verdadeira identidade.”