Honra teus Pais

Sabe, minha classe de lealdade era uma lealdade a meu país, não a suas instituições ou seus governantes oficiais. O país é algo real, é o substancial, o eterno; é algo pelo que vigiar e preocupar-se e ao que ser leal. As instituições são estranhas, são meras roupas e as roupas podem ser mudadas, se tornar ásperas, deixar de ser confortáveis, deixar de proteger aos corpos do inverno, a enfermidade ou a morte. Ser leal aos trapos, disparar pelos trapos, venerar aos trapos, morrer pelos trapos, isso é lealdade ao irracional, é puramente animal. Isto pertence à monarquia, foi inventado pela monarquia. Deixa que a monarquia os conserve.

Há injúrias que temos de ignorar para não comprometermos a nossa honra.

A honra tem assim, as suas regras supremas, e a educação é obrigada a respeitá-las. Os princípios são que nos é sem dúvida permitido preocuparmo-nos com a fortuna, mas que nos é absolutamente proibido fazer o mesmo com a nossa vida.

Ao rei a vida e os bens
devem ser dados, mas a honra
é património da alma,
que pertence apenas a Deus.

A honra é como a neve, que, perdida a sua brancura, nunca mais se recupera.

O amor não passa de um prazer. A honra é um dever.

Amigo é uma palavra profanada pelo uso e barateada a cada hora, como a palavra de honra, que por aí anda desvirtualizando a honra.

A honra quer dizer o preconceito de cada pessoa e de cada condição.

Sem dinheiro, a honra é uma doença.

Há algo de tão magnífico com um grande homem: um homem de honra.

Conhecer aquilo que dele estava escondido é, para o homem, a embriaguez, a honra e a perda de si próprio.

A inveja honra os mortos para insultar os vivos.

A honra nacional é uma espingarda carregada.

Considera como maior infâmia preferir a vida à honra / e por amor àquela, perder a razão de viver.

A honra nunca se ofende impunemente: nunca existe por metade; inteira é forte, ferida está morta.

Tiremos das nossas miseráveis virtudes o que devemos ao temperamento, à honra, à opinião, ao orgulho, à impotência e às circunstâncias: que ficará? Pouquíssima coisa.

Estaria em crer que a glória de perdoar aos nossos inimigos valia bem a honra de os odiar para sempre.

As razões da honra não têm coerência. Mas os povos não podem prescindir da honra, pagaremos caro por termos acreditado em nós em vez de nela.

Quando o amor excede, não traz aos homens nem honra nem virtude.

A honra é a poesia do dever.