Homem e Igual Lata uma Chuta a outra Cata

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A PEDRA QUE CHORA

Pedra de águas,
seixo da vida,
ainda gravita
as suas mágoas
e bem erigida
nos regorgita
risos e lágrimas
em terra viva.

Géia, diva mater,
pangeia in loco
na pira holocena,
seu dragão pater
no imo do orco,
verte a ira insana
e faz ver o mártir,
pó do samouco.

Gaia, mãe Terra,
a filha do Caos,
berço d’enganos,
em lúdica guerra
amortalhas aos
heróis e profanos,
e o resto soterra
com suas mãos.

Pietra de argila,
de sons guturais,
brama, vocifera,
traga e aniquila
os seres animais
e nesta litosfera
de ódios destila
em água teus ais.

Rocha no lagar,
calhaus de ferro,
nêutrons e íons,
a fissão nuclear,
míssil no aterro,
eclodem pítons
no flash estelar,
o aquífero berro.

Roca lacrimal
esturricada
nas penedias;
penha abissal
estratificada
pelas insídias,
chuva do mal,
deslumbrada.

Piatra lúcida,
voraz e maldita,
bate a sua boca
e nos trucida,
devora e excita;
a sua recíproca
efígie suicida,
chora, ri e grita.

Stone das trevas
com isca e anzol,
sobre seu manto
coberto de relvas
fulgura o arrebol
de luz e encanto,
imensas dádivas,
água crista e sol.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

Inserida por Garfield789

A MÁQUINA DE MOER PALAVRAS

Palavras, tiras trituradas por inatos
vocábulos, base de estruturas vitais;
fonemas, timbres das cordas vocais
vertidos pelas turbinas dos palatos.

Vozes, frases laceradas na faringe,
expressões dinâmicas, tons verbais
a esmagar no glote dicções guturais,
concepção da linguagem na laringe.

Mas, a força vital da palavra escrita,
ativa a ordenação do alfabeto pleno,
nos vocábulos e semântica explícita,
há o diálogo das letras no fenômeno.

Nas articulações da boca em lavras,
emana a voz que ri e chora fatalista,
essa é a máquina de moer palavras,
síntese da comunicação humanista.

Em prosa e verso elas se digladiam
num mundo infinito de comunicação,
inscrições e caracteres nos indicam
ação e reação grafados na elocução.

Tal ciência está anexa à expressão,
peripécia dos seres sapiens animais,
calígrafos e escritores de ocupação
fluem palavras e não se calam mais.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

Inserida por Garfield789

A FLOR DO TEMPO

Exultante mocidade! Fluxo de sonhos e emoções,
estampa-te no fulgor da vida à jubilada conquista,
e na candura da flor aromada, o teu ardor otimista
exalta-te ao lesto favônio em estames de paixões.

Extática juventude! Pistilo fecundo de aspirações,
emerge-te no vigor da seiva à tua audaz jornada,
medras e te esparramas nos alfobres da estrada,
arroja-te ao mundo risonha, êxtase das estações.

Gentil maturidade! Escol de aromas e gradações,
aflora-te fascinante ao sol da frenética primavera,
vagas a caçar volições como uma indomável fera,
cinge-te ao universo em anseios de imaginações.

Infausta sazonação! Cálice inerme por ambições,
arrima-te enlaçada à corola a desfolhar no vergel,
obténs notoriedade no auge da luta, faz teu papel,
definha-te ao experimentar toda lufada de ilusões.

Inopinada velhice! Sépala fanada por frustrações,
resta-se de ti, somente uma estampa desfigurada,
sem a magicatura ampla, és crassa e já enrugada,
influi-te no fim para ser a nova florada nos jarrões.

Estéril senectude! Flor estiolada por recordações,
murcha-te pela intempérie dos anos; e desfolhada,
feneces para ser a congérie do nada, e substituída,
torna-te saudade no canteiro dos nossos corações.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

Inserida por Garfield789

A CORTE DO AMOR

No reino dos sentimentos aristocráticos,
os leais súditos do real e soberano amor,
fazem reverência à graça dos estáticos,
apaixonados pela notável estirpe e valor.

Sedutores e incitados, apostam no jogo
dos desejos e querem somente ganhar;
na arena das paixões, brincar com fogo
é arriscar, e para vencer, é preciso lutar.

A inveja é capciosa, a cobiça é cortesã,
o orgulho mui forte, mas o ódio, vassalo
do reino, aspirou derrotar o audaz amor.

O ciúme, por ter sido o boçal contendor,
ficou sendo o bobo da corte e de malsã
consciência, só cantou a vitória de galo.

Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019

Inserida por Garfield789

NÃO DEIXE O CIRCO MORRER

Passando pela Fonte dos Desejos lá em Roma,
ali, na bela Fontana de Trevi eu fiz um pedido:
Óh! Hípio, deus do Circo, não o deixe morrer
no abandono da cruel decadência e no axioma
da paixão; possa ele reviver no amplo sentido
da razão com a beleza, alegria e muito prazer.

Que venha o circo sempre nos divertir na vida,
que haja muito espetáculos, a magia, o sorriso
na face de uma bailarina e um engraçado anão;
que se apresentem os malabares e a comitiva;
o mágico com cartola, acrobatas de improviso;
e um palhaço caricato que nos cative o coração.

Que perdure o circo eternamente na memória,
possa ele se elevar como um marco de cultura
a consagrar artistas na sua máxima expressão;
que divirta a toda gente e perpetue na história
dos povos a autêntica beleza igual sua pintura:
esteja exposto a todos para grande apreciação.

Não deixe o circo morrer e tudo ficar perdido
à sombra das futuras gerações; que ele floresça
para encher de fascinação as nossas crianças;
se o circo morrer o mundo ficará sem sentido;
não haverá mais emoção à plateia que mereça
um espetáculo que traga alegrias e esperanças.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

QUANDO O CIRCO SE VAI...

Quando o circo se vai,
tudo parece parar no tempo,
é como o pano que cai
no palco e por um momento
encerra tal espetáculo,
dissipando sonhos e ilusões:
esvazia o receptáculo
dos nossos álacres corações.

Quando o circo se vai,
deixa um rastro de saudade;
é o vácuo que não sai
da alma e aflige, na verdade,
saber que uma mágoa
chora no peito bem sentida:
é como a gota d’água
que não cicatriza uma ferida.

Quando o circo se vai,
deixa tristeza e tudo fica frio,
é a beleza que se esvai
dos olhos, tudo parece vazio,
a alegria já desaparece
como uma correnteza no rio:
varre a alma e esvaece
o riso ao naufragar do navio.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

AH! QUEM ME DESSE...

Ah! Quem me desse voltar no tempo
os anos indeléveis de menino e correr
para o circo, brincar um passatempo,
renascer como a criança feliz e viver
no palco com meus famosos artistas,
ídolos da arena, campeões de rodeio,
funâmbulos, domadores e trapezistas,
ginetes de raça a voltear no picadeiro.

Ah! Quem me desse comer da pipoca
branquinha e algodão doce no palito,
chupar picolé, saborear a boa paçoca
da vovó, aplaudir e achar tudo bonito,
vibrar com a orquestra e o seu orfeão
de cantores sobre o palco iluminado.
Ah! Quem me desse estar no passado,
de volta ao circo alegrando o coração.

Ah! Quem me desse retroceder a vida,
e olhar o mágico de Oz com a cartola
cheia de pombos e coelhos de corrida,
além do inigualável palhaço Sapatola.
Ah! Quem me desse voltar ao regaço
da minha mãe artista, e bem risonho
ver meu pai por dentro dum palhaço,
seria bem feliz embalado neste sonho.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

SOB AS LUZES DA RIBALTA

Sob as luzes da ribalta, nos afãs
dos espetáculos trágicos,
atores e artistas cênicos
aguardam para se exibir aos fãs.
A orquestra marca o compasso
bem atrás dos bastidores,
é aflição dos gladiadores
que se ataviam com embaraço.

Para não perderem a sua forma
eles se aquecem, relaxam
o plexo braquial e rezam
para não caírem da plataforma
elevada na gávea dos trapézios;
outros retraem os braços;
mascaram-se de palhaços
para se exibirem de gaudérios.

No entanto, as luzes da ribalta
que iluminaram o tablado,
ao terminar o seu reinado,
apagam-se no final e nada falta
para encerrar o triste panorama
que abruma o palco vazio.
Cessa então todo o desafio
que perfez o final de um drama.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

AS CALÇADAS DO DRAMA

Grandes astros do cinema, teatro, música, rádio e TV,
possuem seus nomes gravados nas calçadas da fama
de Hollywood. Em estrelas de mármore rosa, à mercê
dos olhos no passeio público, são como monogramas
pisoteados e idolatrados por admiradores num ateliê:
embora os contemplem, não sabem do seu amálgama.

As badaladas celebridades artísticas, no seu epigrama
crítico são julgadas e avaliadas dentro do seu clichê
carismático, mais pela promoção do que pela chama
inspiradora do talento, recebem o laurel dum comitê
que os propagam ao galardão deste trivial panorama,
assim ufanam-se pelo nome na calçada, o seu guichê.

Mas os astros do circo estão pelas calçadas do drama,
são estrelas anônimas, irreconhecíveis neste Panteão
de Glória, coexistem obscuras à memória, sem flama,
apagadas ao glamour da história, vagam na escuridão.
Porém, no meio dessa constelação que o piso aclama,
os astros elevados estão no céu e não fixados ao chão.

Desse modo, uma estrela ofusca-se em sua trajetória,
e o artista circense vive e subsiste mais pela vocação,
não deixa seu nome cravado pelas calçadas da glória,
nem se preocupa com o raro brilho visto na escuridão;
sabe que é melhor ser uma ínfima estrela na história,
do que um grande astro que não cintila na imensidão.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

CARROSSEL DE ESTRELAS

Em nossos sonhos de infância
onde jamais se apagam as chamas
rubras da charmosa inocência,
um carrossel de estrelas em flamas
girava com a dourada fantasia:
cavalinho à galope, alce que brama,
zebra pintada e girafa simpatia,
coloriam os traços desse panorama.


Tudo girava colorido, emoções
inesquecíveis e sorrisos galopantes,
no mundo de quantas diversões
tinha no parque de luzes brilhantes.
Ali havia paz e lindas canções,
guloseimas, brinquedos cintilantes,
incomparáveis às imaginações
das crianças em jogos fascinantes.


Eram sonhos reais, extasiantes,
a explosão de cores vivas, alegrias,
lazeres e músicas contagiantes.
Mas nesse mundo belo de euforias,
ainda não haviam degradantes
fantasmas que assombram os dias
no carrossel d’estrelas cadentes:
agora estão apagadas, tristes e frias.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O LEÃO, O DOMADOR E A ARENA

Na grande jaula em que o encerra,
um leão furioso, bem embriagado,
entre açoites e bramidos de guerra,
espera seu algoz para ser domado.

O domador se faz senhor da selva,
enquanto o animal urra e vocifera,
pois sabe que ali não existe a relva
a ocultá-lo de ser visto como a fera.

Mas numa arena a história se altera,
ao carrasco insensível que o espora,
o animal livre e pujante se arremete.

Devorá-lo ferozmente quem o dera?
Porém a fúria do leão não compete
contra o látego cortante que devora.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O CONTORCIONISTA SEM CORAÇÃO

Ei-lo, o jovem magro que se curva no tablado,
dobra-se todo, contrai suas juntas e cotovelos,
na juntura de seus ossos, o esqueleto arcado,
encolhe-se a se retrair dos pés até os cabelos.

Ei-lo, a se contorcer, entrar na caixa quadrada,
e dentro dela, a sua pessoa se tornar delgada.
Seria crível que ali coubesse toda sua arcada
constrita numa lata igual sardinha e achatada?

Ei-lo, que fui achá-lo assim todo comprimido
num ínfimo espaço, apenas um pequeno vão
a ser preenchido com algum membro de fora.

Ei-lo, que caberia nela ainda para ser contido?
Isso eu indaguei ao contorcionista nessa hora:
frisou que naquela fresta iria por seu coração.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O SUBLIME MÁGICO

Ao toque dos solenes clarins na alvorada celeste,
anjos e arcanjo se exibem num palco do Nirvana.
São exímios astros envoltos por luzentes plumas,
cingidos ao fantástico trapézio de aura soberana
evoluem com asas de diamantes que as reveste,
voando no espaço sideral sob nuvens d'espumas.

No picadeiro do além, pégasos de suave brancura
cavalgam em círculos levando no dorso querubins,
fazem acrobacias em rodeio, com tons de músicas,
baladas e canções de amor com sonoros cornetins.
Esses seres alados e os serafins bailam na doçura
do celeste espetáculo a se descortinar em súplicas.

Ato contínuo, no fúlgido tablado, um varão mágico
exibe uma cartola estrelada à plateia do outro lado,
dela surgem auríferos passarinhos e saem voando
para o excelso trono ornado de um fogo fantástico;
e ao retumbar a trombeta nesse paraíso iluminado,
sai da cartola em forma de pomba o Espírito Santo.

Perante o magnífico trono cravejado de brilhantes,
o sublime mágico se apresenta ao Todo Poderoso,
ali resplandece sua glória de ouro com imensa luz;
para sua assistência de anjos e seres exuberantes,
ele exibe no seu peito a relíquia de artista glorioso:
a cartola é seu divino coração e o mágico é Jesus!

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

A MÁGICA DO MÁGICO

Com a sua leal varinha hipnótica,
o ilusionista, de fraque e gravata
preta exibe a cartola magitrônica
polarizando a plateia, estupefata.

Faz os truques sem tirar bravata,
com lances surreais da dinâmica
teatral num só toque o nó desata
com sua habilidade, supersônica.

E a mais sutil e impossível lógica
ocorre: e rápido se desembaraça
de seu pescoço, tal gravata preta.

Serpeando-a com a vara mágica,
ela vai criando asas de borboleta
e se transmuta a voar com graça.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

MULHERES D’AÇO

São elas, belas e possantes, vibrantes,
ninfas galáticas, provocantes heroínas,
formosas mulheres d’aço de brilhantes
têmperas, suntuosas musas femininas.

São elas que detêm a força e genética
da vida, através das dores e vitupérios
voam suas vidas no talento da estética,
gentil magia na dinâmica dos trapézios.

São elas, as fabulosas mulheres d’aço,
maçãs d’amores, volúpia de conquista,
que aprisionam os homens no paraíso.

São elas que ocupam o nosso espaço
com a dança das bailarinas e o sorriso
no rosto do palhaço, cenário d'artistas.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

A QUEDA DO EQUILIBRISTA

Na corda esticada que sustem o equilibrista
é preciso muita perícia e habilidade,
na arte de andar sobre ela, assaz se arrisca
o funâmbulo que aprecia a atividade.

Mas quem se eleva na causa por aventura,
ignora que a desgraça de cair implica
em inépcia de manter o equilíbrio na altura,
e se despencar, na certa se complica.

Na vida isso também faz quem não é artista,
sem avaliar o risco que a arte explica,
alça-se na corda bamba para andar no alto.

Por lhe faltar a experiência em tal conquista,
descamba lá de cima e se estrumbica,
então saberá que só o gato é bom de salto.

Do seu livro: "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O esperto contrata um advogado para resolver seus problemas. O sábio, para evitar que os problemas ocorram.

Inserida por victor_helio

O fim da mancha

Dias disperdiçados em nada
Noites insones devido às preocupações
Um mês inteiro reduzido a lamentações

Vida que me é estranha
Rotina que deteriora meu ser
Que aflora meus demônios a ponto de ser ver


Caminhando com pés tortos
Guerreando contra meus próprios demônios
Abraço minha dor e caio em prantos


Morto no cemitério de livre vontade
Escondo-me atrás de um semblante natural
E executo minha funções de forma habital

Dos céus caem sobre mim
Raios de calafrios vindos do inferno psíquico
Logo tremo-me com a dor que sinto


Sentado sobre a ponta do abismo
Imagino-me caindo em direção ao chão
Livrando-me das correntes de submissão

O que vira depois eu não presumo
Joguei-me a esmo na superfície da morte
Sem esperar a boa vontade da sorte

Inserida por Rodrigoimns

"Aquele que não acredita em felicidade, não acredita em sua própria existência".

Inserida por adelsonjr007

"Nenhum caminho te levará à Felicidade se não souberes sorrir no presente. O futuro ainda é oportuno; o passado agora jaz; o presente é você quem o faz...".

Inserida por adelsonjr007