Homem e Igual Lata uma Chuta a outra Cata

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QUANDO O CIRCO SE VAI...

Quando o circo se vai,
tudo parece parar no tempo,
é como o pano que cai
no palco e por um momento
encerra tal espetáculo,
dissipando sonhos e ilusões:
esvazia o receptáculo
dos nossos álacres corações.

Quando o circo se vai,
deixa um rastro de saudade;
é o vácuo que não sai
da alma e aflige, na verdade,
saber que uma mágoa
chora no peito bem sentida:
é como a gota d’água
que não cicatriza uma ferida.

Quando o circo se vai,
deixa tristeza e tudo fica frio,
é a beleza que se esvai
dos olhos, tudo parece vazio,
a alegria já desaparece
como uma correnteza no rio:
varre a alma e esvaece
o riso ao naufragar do navio.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

AH! QUEM ME DESSE...

Ah! Quem me desse voltar no tempo
os anos indeléveis de menino e correr
para o circo, brincar um passatempo,
renascer como a criança feliz e viver
no palco com meus famosos artistas,
ídolos da arena, campeões de rodeio,
funâmbulos, domadores e trapezistas,
ginetes de raça a voltear no picadeiro.

Ah! Quem me desse comer da pipoca
branquinha e algodão doce no palito,
chupar picolé, saborear a boa paçoca
da vovó, aplaudir e achar tudo bonito,
vibrar com a orquestra e o seu orfeão
de cantores sobre o palco iluminado.
Ah! Quem me desse estar no passado,
de volta ao circo alegrando o coração.

Ah! Quem me desse retroceder a vida,
e olhar o mágico de Oz com a cartola
cheia de pombos e coelhos de corrida,
além do inigualável palhaço Sapatola.
Ah! Quem me desse voltar ao regaço
da minha mãe artista, e bem risonho
ver meu pai por dentro dum palhaço,
seria bem feliz embalado neste sonho.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

SOB AS LUZES DA RIBALTA

Sob as luzes da ribalta, nos afãs
dos espetáculos trágicos,
atores e artistas cênicos
aguardam para se exibir aos fãs.
A orquestra marca o compasso
bem atrás dos bastidores,
é aflição dos gladiadores
que se ataviam com embaraço.

Para não perderem a sua forma
eles se aquecem, relaxam
o plexo braquial e rezam
para não caírem da plataforma
elevada na gávea dos trapézios;
outros retraem os braços;
mascaram-se de palhaços
para se exibirem de gaudérios.

No entanto, as luzes da ribalta
que iluminaram o tablado,
ao terminar o seu reinado,
apagam-se no final e nada falta
para encerrar o triste panorama
que abruma o palco vazio.
Cessa então todo o desafio
que perfez o final de um drama.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

AS CALÇADAS DO DRAMA

Grandes astros do cinema, teatro, música, rádio e TV,
possuem seus nomes gravados nas calçadas da fama
de Hollywood. Em estrelas de mármore rosa, à mercê
dos olhos no passeio público, são como monogramas
pisoteados e idolatrados por admiradores num ateliê:
embora os contemplem, não sabem do seu amálgama.

As badaladas celebridades artísticas, no seu epigrama
crítico são julgadas e avaliadas dentro do seu clichê
carismático, mais pela promoção do que pela chama
inspiradora do talento, recebem o laurel dum comitê
que os propagam ao galardão deste trivial panorama,
assim ufanam-se pelo nome na calçada, o seu guichê.

Mas os astros do circo estão pelas calçadas do drama,
são estrelas anônimas, irreconhecíveis neste Panteão
de Glória, coexistem obscuras à memória, sem flama,
apagadas ao glamour da história, vagam na escuridão.
Porém, no meio dessa constelação que o piso aclama,
os astros elevados estão no céu e não fixados ao chão.

Desse modo, uma estrela ofusca-se em sua trajetória,
e o artista circense vive e subsiste mais pela vocação,
não deixa seu nome cravado pelas calçadas da glória,
nem se preocupa com o raro brilho visto na escuridão;
sabe que é melhor ser uma ínfima estrela na história,
do que um grande astro que não cintila na imensidão.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

CARROSSEL DE ESTRELAS

Em nossos sonhos de infância
onde jamais se apagam as chamas
rubras da charmosa inocência,
um carrossel de estrelas em flamas
girava com a dourada fantasia:
cavalinho à galope, alce que brama,
zebra pintada e girafa simpatia,
coloriam os traços desse panorama.


Tudo girava colorido, emoções
inesquecíveis e sorrisos galopantes,
no mundo de quantas diversões
tinha no parque de luzes brilhantes.
Ali havia paz e lindas canções,
guloseimas, brinquedos cintilantes,
incomparáveis às imaginações
das crianças em jogos fascinantes.


Eram sonhos reais, extasiantes,
a explosão de cores vivas, alegrias,
lazeres e músicas contagiantes.
Mas nesse mundo belo de euforias,
ainda não haviam degradantes
fantasmas que assombram os dias
no carrossel d’estrelas cadentes:
agora estão apagadas, tristes e frias.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O LEÃO, O DOMADOR E A ARENA

Na grande jaula em que o encerra,
um leão furioso, bem embriagado,
entre açoites e bramidos de guerra,
espera seu algoz para ser domado.

O domador se faz senhor da selva,
enquanto o animal urra e vocifera,
pois sabe que ali não existe a relva
a ocultá-lo de ser visto como a fera.

Mas numa arena a história se altera,
ao carrasco insensível que o espora,
o animal livre e pujante se arremete.

Devorá-lo ferozmente quem o dera?
Porém a fúria do leão não compete
contra o látego cortante que devora.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O CONTORCIONISTA SEM CORAÇÃO

Ei-lo, o jovem magro que se curva no tablado,
dobra-se todo, contrai suas juntas e cotovelos,
na juntura de seus ossos, o esqueleto arcado,
encolhe-se a se retrair dos pés até os cabelos.

Ei-lo, a se contorcer, entrar na caixa quadrada,
e dentro dela, a sua pessoa se tornar delgada.
Seria crível que ali coubesse toda sua arcada
constrita numa lata igual sardinha e achatada?

Ei-lo, que fui achá-lo assim todo comprimido
num ínfimo espaço, apenas um pequeno vão
a ser preenchido com algum membro de fora.

Ei-lo, que caberia nela ainda para ser contido?
Isso eu indaguei ao contorcionista nessa hora:
frisou que naquela fresta iria por seu coração.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O SUBLIME MÁGICO

Ao toque dos solenes clarins na alvorada celeste,
anjos e arcanjo se exibem num palco do Nirvana.
São exímios astros envoltos por luzentes plumas,
cingidos ao fantástico trapézio de aura soberana
evoluem com asas de diamantes que as reveste,
voando no espaço sideral sob nuvens d'espumas.

No picadeiro do além, pégasos de suave brancura
cavalgam em círculos levando no dorso querubins,
fazem acrobacias em rodeio, com tons de músicas,
baladas e canções de amor com sonoros cornetins.
Esses seres alados e os serafins bailam na doçura
do celeste espetáculo a se descortinar em súplicas.

Ato contínuo, no fúlgido tablado, um varão mágico
exibe uma cartola estrelada à plateia do outro lado,
dela surgem auríferos passarinhos e saem voando
para o excelso trono ornado de um fogo fantástico;
e ao retumbar a trombeta nesse paraíso iluminado,
sai da cartola em forma de pomba o Espírito Santo.

Perante o magnífico trono cravejado de brilhantes,
o sublime mágico se apresenta ao Todo Poderoso,
ali resplandece sua glória de ouro com imensa luz;
para sua assistência de anjos e seres exuberantes,
ele exibe no seu peito a relíquia de artista glorioso:
a cartola é seu divino coração e o mágico é Jesus!

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

A MÁGICA DO MÁGICO

Com a sua leal varinha hipnótica,
o ilusionista, de fraque e gravata
preta exibe a cartola magitrônica
polarizando a plateia, estupefata.

Faz os truques sem tirar bravata,
com lances surreais da dinâmica
teatral num só toque o nó desata
com sua habilidade, supersônica.

E a mais sutil e impossível lógica
ocorre: e rápido se desembaraça
de seu pescoço, tal gravata preta.

Serpeando-a com a vara mágica,
ela vai criando asas de borboleta
e se transmuta a voar com graça.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

MULHERES D’AÇO

São elas, belas e possantes, vibrantes,
ninfas galáticas, provocantes heroínas,
formosas mulheres d’aço de brilhantes
têmperas, suntuosas musas femininas.

São elas que detêm a força e genética
da vida, através das dores e vitupérios
voam suas vidas no talento da estética,
gentil magia na dinâmica dos trapézios.

São elas, as fabulosas mulheres d’aço,
maçãs d’amores, volúpia de conquista,
que aprisionam os homens no paraíso.

São elas que ocupam o nosso espaço
com a dança das bailarinas e o sorriso
no rosto do palhaço, cenário d'artistas.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

A QUEDA DO EQUILIBRISTA

Na corda esticada que sustem o equilibrista
é preciso muita perícia e habilidade,
na arte de andar sobre ela, assaz se arrisca
o funâmbulo que aprecia a atividade.

Mas quem se eleva na causa por aventura,
ignora que a desgraça de cair implica
em inépcia de manter o equilíbrio na altura,
e se despencar, na certa se complica.

Na vida isso também faz quem não é artista,
sem avaliar o risco que a arte explica,
alça-se na corda bamba para andar no alto.

Por lhe faltar a experiência em tal conquista,
descamba lá de cima e se estrumbica,
então saberá que só o gato é bom de salto.

Do seu livro: "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O esperto contrata um advogado para resolver seus problemas. O sábio, para evitar que os problemas ocorram.

Inserida por victor_helio

Mente delicada mente

Vivi do amor o seu ápice.
Fiz loucuras, me lambuzei dos prazeres da carne.
A mim, nunca importou reciprocidade.
Aprendi cedo que amar é doar.
E me doei.
Como uma cadela no cio,
Como a mais ardente e incandescente estrela que sabe da queda só depois de seu ciclo vencido.
Não caí...não. Ainda não caí.
Continuo.
Certa de que, enquanto corre na veia, a me aquecer inteira, o líquido vermelho como o coração que bate e pulsa e me estremece o corpo todo a cada vez que penso - somente penso - em ti - somente em ti - e lembro, do teu olhar a me engolir inteira,
Você virá.
Nem que seja só pra me cuspir
nova delicada mente.

Inserida por Waninharaujo

Pensando bem... que mal tem?
Bom, não existe mau. Mas, a sua ausência, que consiste no oposto. O que seria o oposto?
R.: Nem eu sei, e vossa mercê?

Um amor sem explicação tempo nenhum pode roubar.
Não ame por admiração, porque um dia pode se decepcionar. Não ame por posses, pois conquistam se e perde-se.
Ame mesmo por falta de explicação.

Inserida por Jaime-Machava

"A minha muralha está erigida em defesa daqueles que me são queridos."

Inserida por webnasty

Nunca errar, não era permitido errar. Sempre foi assim e sempre seria.

Inserida por pensador

Tudo em mim se encaixava nele de maneira perfeita, como se fôssemos peças soltas e sem sentido até nos encontrarmos. Era tão maravilhoso que eu queria ficar assim para todo o sempre, amém.

Inserida por pensador

Toda música tem pausas, mas os beijos dele não tinham, eram ainda mais intensos que a música.

Inserida por pensador

Entendo hoje que os sonhos não nos abandonam nunca, somos nós que desistimos deles. E fazemos isso porque na grande maioria das vezes as coisas não saem como esperamos, como planejamos.

Inserida por pensador