Hoje a Felicidade Bate em minha Porta
“” No auge da minha dor, olhei para o céu
E vi Deus me abençoando antes mesmo de lhe pedir
Nesse momento entendi o que é ser seu filho...””
Meu pai
Minha mãe me ensinou o que é o amor
Meu pai a forma como eu mereço ser tratada
Hoje em dia tenho minhas paixões
Que insistem em me tratar mal
Na real...
Não me tratam mal
Papai me ensinou
Que mesmo batendo em minha cara
Não é para haver dor
Ele não para de me bater
Mas é tudo amor
Sorrio para ele
Queria realmente que fosse amor
Mas desde quando o amor
É demonstrado pela dor?
Obrigada papai
O MEU REFLEXO 13-06-2017
Marquei a minha infância
como todas em comum,
com brincadeiras, brigas e danças
num lugar perto de sitio nenhum.
O meu reflexo, era toda esta vida
lado a lado, ao mesmo andar,
desta existência espamparada,
claramente vir aval ao amanhecer.
O meu reflexo, é esta amizade doentia
ferros, peculiar, e mirabolante compartia,
O meu reflexo é esta história, que vida!
de lutas, esforços, conquistas e vitórias.
O meu reflexo és tu meu amigo
companheiro das guerras sanguinárias,
o irmão inesquecível deste reino, o antigo
da hera do Edjelson Whaity, o ILUSTRE.
Ator: Ezequiel Barros
Indo, vido e vivendo.
" É, na tua nascente que eu preciso
Poder afogar a minha tristeza
E matar a minha saudade,
É, nós teus olhos coloridos
Que eu me visto em Picasso,
E pinto com as cores da realidade
Os meus dias imaginários,
É, do teu inspirar que eu respiro
É, de te sonhar que hoje eu vivo,
Háaa! mãe minha, Maria meu viveiro
Os meus dias longe de te perdem a luz."
" A minha alforria está na calçada do meu sonho desacordado, eu mi sinto livre quando mi liberto deste mundo e ando descalço sobre o pó da terra da minha vida imaginária."
"Morreste?
Não! Tu eternizastes,
Pois,
A morte é apenas um manto
Transparente na minha mente,
E tu, cubriste o no barro."
Ezequiel Barros
Lágrimas secas b/e1, em memória de Genenciano Filipe Batista, saudades de te Pai.
Aproveito ao máximo as fases da lua da minha vida para retribuir aos que me fazem bem.
Aos demais, ignoro-os, esqueço-os tão fácil, pura e simplesmente.
ESCURO
Minha alma só tranquiliza
No negro da noite dos vendavais.
É aí que ela encontra refrigério
No sossego do mistério
Daquela brisa
Que batiza
Hipnotiza,
Acalma
E exorciza
Os espíritos malignos
Nos malfadados signos
Dos mortais.
(Carlos De Castro, in Terra onde não se faz Censura, 04-07-2022)
A MINHA CARTA A GARCIA
Neste corpo a quebrar, há sinais
De várias cores a assinalar
As etapas de uma vida de ais
E de outras mais coloridas de pintar
As telas rudes do meu mar.
De estrelas belas a brilhar
Sobre as negras ondas
Das marés longas
Deste viver sem ainda saber
Do vir, do estar e do que sou
Entre esferas de milhões por ter
Vergonha de ser
Incrédulo, sem primeiro ver.
Então, quero antes desaparecer
Entre as brumas
De espumas
Sem ler
O epitáfio já reservado:
"Aqui jaz um inconformado
Que da vida só leva um fado,
A sua carta a Garcia,
Na escura noite da luz do dia."
(Carlos De Castro, in Poesia Só e Chega, em 16-07-2022)
O FLAMENCO DA POVEIRA
Como ela dançava e cantava o flamenco
Nas praças da minha infância,
À compita com Juvenço
Moço tropa de bota alta
Tipo peralta,
Mas homem sem substância.
Rodopiava louca
E batia em sincronia
O tacão
Dos sapatos da ilusão
E cantava com voz rouca,
Já com energia pouca,
Nos tempos de servidão.
Emília, a ti Poveira,
Mulher de raça
Sem trapaça
E dos copos
Só, sem tremoços,
Que a esmola não dava trocos
Para mais que o copito
Absorvido
Engolido
De súpeto
Feito ímpeto
Na garganta ressequida,
Ferida,
Naquela tarde de esfolar o pito.
(Carlos De Castro, in Poesia Num País Sem Censura, em 30-07-2022)
DOU-VOS
A minha tonta cabeça.
Fazei dela bola de futebóis
Nas vossas disputas de álcoois.
Dou-vos os olhos quase mortos
Tristes e absortos.
Dou-vos o peito magoado
Sem jeito de construção
De um novo estrado
Para tapete de chão.
Dou-vos barriga e vísceras
Algumas com úlceras.
Dou-vos os braços e pernas
Já de ossos com cavernas.
Só não vos dou o meu coração
Esse órgão de eleição -
Já o dei a alguém
Que Deus tem -
Desde que nasci até então,
Àquela que me deu a vida
Sofrida,
À minha querida
Mãe!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 26-09-2022)
NA TERRA DOS ESTARRECIDOS
Lá, na minha terra, gostam de mim,
Mas muito ao de longe,
Porque ao longe,
Assim
Feito num monge,
Não lhes calco os calcanhares
Nem lhes corto os discursos,
Iguais aos dos ursos
Arraçados de muares.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-11-2022)
VINTE ANOS E
Contei os natais com ela
Maria, minha mãe.
Vinte e tantos no presépio
Comigo, José filho,
Em nome de meu pai, Manuel.
Era a Gruta de Belém,
Porém,
Quase parecendo a outra,
Era o meu Natal puro,
Que os meus de agora esconjuro,
Neste destino cruel!
Foi-se a mãe;
Meu pai, seguiu-a além,
Fiquei eu, menino patético!
Que natal tão estépico,
Mais senil que poético,
Este de agora meu
Pobre que sou pigmeu,
Desde que minha mãe morreu
Há distância de esperanças mil,
Depois das águas de Abril.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 22-12-2022)
A ANDORINHA
Poisou uma andorinha
Tão mansinha
No parapeito,
Mesmo a jeito,
Da minha janela.
Era um sinal de vida
E eu pela minha sofrida,
Meti conversa com ela
Por gestos de simpatia
Em plena sinfonia,
Pintando com alegria,
A mesma paisagem da tela.
A amizade pura,
Cura
E supera
A mais dolorosa ferida,
Quando ela me disse ao
ouvido
Num silêncio estabelecido,
Sempre que haja primavera:
É sinal que renasce a vida!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 21-03-2023)
POESIA FRIA
Que fria,
A minha poesia…
Até parece que no meu inverno
Interno,
Ela deveria
Hibernar
E ficar
Sempre naquele letargo,
Sem me dar o amargo
De continuar
A enregelar
Corações
Quentes,
Amantes
Diferentes,
De outras poesias
Menos frias
De emoções,
Porque a minha,
Coitadinha,
Tão mesquinha,
Vive só de ilusões.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-02-2023)
MARIA DA FEIRA SANTA
Meu longe à beira, paraíso,
Minha Feira amada,
Pelo rio Cáster banhada,
Que revives em pleno juízo
Os tempos antes de nós.
És mais velha que as árvores
Que te dão cor e refrigério,
Mesmo à sombra do castelo
De tantos louvores
E amores
Tão sós,
Na tua casa, meu eremitério.
Quando choras, eu choro também
No pranto de quando falta alguém
Nos torreões do castelo
Velho,
Magicamente tão belo.
Quando ris com rosto que encanta,
Eu rio também
Como ninguém,
Maria da Feira Santa.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 20-02-2023)
TARDES DA NOITE DA MANHÃ
A tarde, caía
Quase semifria,
Com cor morna
À maneira da minha sorna,
E sempre que ela vinha assim,
Eu ficava sem forma
Ou jeito
Sem preceito,
Nem respondia por mim.
Previ coisa ruim,
Porque em meu peito,
Em frenesim,
Coisa molesta subia
E sentia então que crescia
Uma tristeza tíbia
Como se fosse coisa anfíbia
Que vive lá
E cá mora por despeito.
E quando as lágrimas
Ázimas
A brotar
Destes olhos quase a fechar,
Enchiam o globo a rebentar
Como prenhe mulher
Pela última vez a dar
Ao mundo, sem prazer,
O último filho por fazer,
Eu acordei
E olhei
O relógio
Quase meu necrológio
E vi as primeiras horas da manhã,
E no já,
Imaginei que a tarde
Já era então na manhã da noite
Sem ser preciso
O hoje ou o amanhã.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 27-02-2023)
