Ha mil Razoes para Nao Amar uma Pessoa

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⁠Nunca conhecemos o outro em sua totalidade; percebemos apenas uma fração do que ele revela, entrelaçada ao que imaginamos e projetamos.

Inserida por I004145959

Presenciamos a erosão da singularidade e da personalidade em prol de uma identidade fabricada.

Inserida por I004145959

É uma loucura ter constatado que a contracultura, a juventude e a rebeldia se transformaram em produto de mercado.

Inserida por I004145959

Qual a intenção ao divulgar o bem nas redes sociais: 'marketing do bem' ou 'criar uma corrente do bem'?

Eis a questão!

Inserida por I004145959

⁠É imprescindível respeitar as convenções sociais, uma vez que elas moldam nossas interações e exigem adaptações em vestimentas e comportamentos de acordo com o ambiente.

Inserida por I004145959

⁠Um erro em uma prova pode decorrer tanto da falta de atenção quanto da falta de conteúdo; distinguir as causas é fundamental para corrigi-las.

Inserida por I004145959

⁠As estatísticas traduzem fenômenos em números, mas nem toda verdade se encaixa em uma equação; afinal, o que é relevante para entender nem sempre é importante para decidir.

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⁠Na contemporaneidade, a vaidade se torna uma virtude, com a exposição de detalhes triviais nas redes sociais sendo celebrada como símbolo de autoconfiança e relevância.

Inserida por I004145959

A objetificação do corpo feminino é o alicerce de uma sociedade que ainda confunde desejo com domínio.

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⁠O sentimento de culpa é uma prisão erguida no arrependimento, mas a saída está no pensamento.

Inserida por I004145959

Expectativas devem ser equilibradas, jamais descartadas; uma vida sem expectativas é uma vida estagnada.

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⁠A pressão para sermos sempre uma versão melhor de nós mesmos, como se fôssemos smartphones prontos para serem descartados por um modelo mais novo, contribui cada vez mais para o aumento de casos de ansiedade e depressão.

Inserida por I004145959

⁠Reduzir o neoliberalismo ao patriarcado é uma simplificação excessiva que ignora sua complexidade histórica, econômica e social.

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A inquietação feminina pesa sobre os homens dedicados, que travam uma batalha sem fim para satisfazê-las, enquanto os indiferentes seguem leves, alheios a esse fardo.

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⁠Uma boa literatura tende a ser atemporal e universal.

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Como distinguir uma política pública genuína de uma estratégia eleitoral?

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Existe, de fato, a outra metade da laranja, ou estamos, na realidade, buscando uma versão idealizada de nós mesmos?

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⁠A vida é uma breve suposição; cabe a nós aproveitá-la ao máximo enquanto está em nossas mãos.

Inserida por I004145959

⁠Ricos vivem a extravagância sem medo e sem censura; pobres sabem que uma semana de luxúria pode custar anos de amarguras.

Inserida por I004145959

⁠O Encantamento

A princípio, ele pensou que ela fosse Ariadne — uma ninfa perdida entre os mitos e as constelações. Pensou que sua mente fosse um milagre oculto dos deuses, uma peça rara entre os destroços do caos. Via nela o brilho do improvável, como se cada gesto carregasse um segredo antigo.

Mas com o passar dos dias, ela foi se revelando... comum.
Pessoa binária — presa na contemplação medíocre entre o sim e o não, entre o bem e o mal. Uma alma regida por manuais. Uma mulher como tantas.

E ainda assim, ele a desejava.

Não por aquilo que ela era, mas por aquilo que ele imaginava que poderia ser, se ela aceitasse se lançar com ele ao vazio. Ele queria a vertigem. Queria sair do chão com ela, voar — não sobre nuvens, mas sobre abismos. Queria perder-se e, no fundo da queda, encontrá-la.

Ele era um homem subterrâneo.
Habitava no silêncio, na contramão do tempo. Carregava na alma uma solidão antiga, quase mineral. Tinha feito do abismo seu ateliê, seu altar e sua casa. E nela enxergava a possibilidade de dança, de salvação, de ruína bela.

Queria levá-la para esse mundo, onde a arte não tem preço e os gestos não pedem permissão. Queria que ela ouvisse o som da vertigem, o canto obscuro que move os artistas quando amam.

Mas ela tinha sonhos —
Sonhos com raízes, não com asas.
Queria se casar, ter filhos, construir uma casa com varanda e cortinas. Queria um homem estável, domingos tranquilos e filhos com nomes decididos muito antes de nascerem.

— E se não houver futuro? — ele perguntou, numa madrugada em que ela falava de imóveis e certidões.
— Então a gente inventa um — ela disse, sorrindo como quem jamais compreendeu a pergunta.

Ela não o entendia.
Achava bonito o que ele dizia, como quem acha bonita a chuva ou a música triste — mas não desejava se molhar, nem chorar.

Ele queria que ela rasgasse o destino e ardessse com ele num fogo sem nome. Mas ela dizia:
— Você precisa crescer.
E ele sentia que era exatamente o oposto: precisava desaprender.

No fim, ela partiu.
E ele ficou — com a ausência dela, com a vertigem não vivida, e com a verdade que o tempo traz como um veneno lento:
não era ela quem havia sido pequena —
era ele quem havia sonhado grande demais.

Inserida por EvandoCarmo