Gosto do Perigo

Cerca de 29773 frases e pensamentos: Gosto do Perigo

Estar enamorado faz poetar aos amores
Em cada trova ramos de flores
Besuntando a poesia com odores
E sustento ao coração e beija flores

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poesia e poeta
mago e profeta...
Poeta e poesia
axioma e fantasia...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
dia da poesia

Inserida por LucianoSpagnol

EU (soneto)

Existem vários eus no meu eu
E de tão perdido, anda sozinho
No sonho joga sorte, coitadinho
E assim, sem ter norte, é plebeu

Se sou mal interpretado, fulaninho
É do fado este fardo triste e forte
Tal ímã do azar que rêdea a morte
Bulha quem sou na fé e no caminho

E que destino este agre e de recorte
Da alma esfarrapada e sem colarinho
Que chora os porquês, sem ter porte

Porém, sou o que sou, além do mocinho
Alguém de coração que com amor importe
E que nesta tal vida, andeja de mansinho

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
05'55", cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

"ESTEPES" GOIANAS (soneto)

Mergulhei nas "estepes" goianas, por acaso
Foi um pulo no meu destino nunca imaginado
Cá vim, então, em missão para o cerrado
E aqui as quimeras ficaram fora do prazo

Um infinito onde o céu é bonito, fui abandonado
A poesia virou companhia, e o luar, com prazo
Pulsações e confusões no meu fado, um arraso
Onde amar e perdoar tornou-se hábito silenciado

A paisagem esfumou-se e confundiu-se no olhar gazo
De uma poeira fina, varrida do coração embaçado
Deixado de lado, sonhei, e com os sonhos desenhei parnaso

Assim, perdi-me nos atalhos do devaneio inquietado
Nas braçadas da saudade o ribeirão tornou-se raso
E nas "estepes" do Goiás, o meu lírico plangor foi dissipado

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DESCRENTE

Dor que amarga o ser contente
Ilusão tanta aos de expertise
Tanto, nada ou um só deslize
Para se desenhar o descrente

O legado é bom, infiel é a crise
Se no coração há brecha vertente
Que inflama a fé na crença poente
E aos sonhos leva pra uma eclise

A sós não se está sozinho, se crente
Pense com emoção, não só analise
A razão está em ser integralmente

Então, suporte, e o melhor avalize
Não se fica pior, a vida é discente
Num sobe e desce, ato e reprise

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PEDAÇOS (soneto)

Em ti, ó saudade, acho parte de mim
São fragmentos craquelado e partido
Do meu eu que tenho então em ti sido
Eternizado numa dor que vive sem fim

O senso que faz em ti alarido saído
Em mim é silêncio, é solidão, enfim,
Vive da ilusão de lembranças carmim
Do comover sovado e não esquecido

Agora, o que faço para ouvir o clarim
Dos sons da quimera no porvir contido
Dando-me sonhos afora deste folhetim

Serei pouco, nada, de desejo desprovido
Se insistires em ficar tão presente assim
Aí, de pedaços o meu poetar será revestido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março, 05'55"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SEDE

Tenho sede de viver
Quero o afeto beber

Saciar a infiel odisseia
Da ganância da fé ateia

Terçando o ressecado saber
Clamo o doce prazer

Olhar que nos fala
Sem o desprezo que cala

Que rasga e maltrata
Quero gratidão sem ser ingrata

Sensação, quero amor
Paixão com valor

Dignidade sem preconceito
Irmandade com preceito

Abraço com empenho
Palavras com avenho

Respeito semelhante
E a retidão de ir avante...

Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO IMAGINÁRIO

Imagino um soneto do imaginário
Que escorra da doce imaginação
Com o seu ilusório jamais solitário
E cheios de quimeras e de emoção

Que tenha na sua existência itinerário
Não só formas, nem aparência, ação
Onde os sonhos são seu mobiliário
Aduzidos dos cômodos do coração

Quero com que seja o meu amuleto
Guardado no peito tal qual a oração
Em mantra, não como simples objeto

E se, assim, brotar do tal poço secreto
Dos poetas, que venha com inspiração
Imaginando satisfação por completo

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE LUZ PÁLIDA

Pálida à luz da ofensiva tão sombria
Sobre a desfeita no peito reclinada
Como malícia na falta embalsamada
Grita lágrimas secas, ardidas e fria

No horizonte a luz poente desmaiada
Refletia o amor que na ilusão dormia
Era tal a ventura que ali se obstringia
Aflita, que pela afronta era embalada

Um desprezo que dia após outro dia
Me despia a alma, tão ferida e calada
Na dor se banhava e que nada alivia

Não gargalhe, ó cerrado, desta lufada
Se vim pela devoção, outras eu faria
Afeto, não tem distinção nem morada

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO AMOR AFETO

O afeto amor, nos faz revestido
Da jura mais atraente do fervor
Enche os dias de colorida cor
E o coração de olhar conhecido

Se dele se é um querer fingido
Aos seus apelos nenhum dispor
Culposos encantos no propor
E dor nos sonhos então parido

Pra não ter ilusão e ter sabor
Tenha poesia no doce sentido
E nas mãos uma ofertada flor

Mas, se não quiser ser querido
Jamais será dele um coautor
E de ti então, o amor, terá partido

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, março
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SAUDADES SECAS (soneto)

Saudades secas, no cerrado, banham
De lágrimas as lembranças já findas
E assim choram, tristonhas, e choram
Enxugando o soluço em sujas nerindas

Quando entardece as noites revindas
É hora de preces que os céus imploram
Oram de mãos postas, e ali tão pindas
Que tristuras secas, molhadas choram

Ao juntar estas secas dores na oração
Em vão as rezas murcham na emoção
E as saudades bebem fel na cacimba

São nostalgias que vivem de ilusão
Choram, oram, imploram recordação
Se quando no peito esquecer catimba

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

FIAR POÉTICO

E então, ó poema?
A inspiração indaga:
qual trilha, que dilema
se a intenção vaga...

Reage a página vazia
siga a tua saga
de vida
tristura e alegria
desprezo e amor

Pois, só assim
verso e reverso
o poema há de compor

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Aliceando, Alice Ruiz

Inserida por LucianoSpagnol

SECURA SEQUIOSA

Sequiosa a secura, como é frágua
o chão ressequido árido secou
Posso ter sede de mais água
mas do craquelado, o cerrado eu sou

E na cremação dos meus versos
saudades, magia e seca maresia
Rimando no cerrado, diversos:
O abrandar da noite, a azia do dia...

Fria está sequidão, ardida e fria!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A ALMA DO CERRADO

De alma pacata
De sol encarnado
O plural desata
A vida do cerrado

Suspiro e gemido
Folha aveludada
Horizonte comprido
A alma ressecada

Buriti ofegante
Olhar empanado
O céu delirante
O cerrado sagrado

Sertão e berrante
Estrada cascalhada
Marcha o caminhante
Na alma talhada

Emas no pasto
Ipês em cascata
No cerrado vasto
O fascínio dilata

Silêncio e mistério
O cerrado diverso
Vento em puerpério
Que poetam no verso

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

POEMINHA PARA AS MÃES

Tens três letras a pronunciar
MÃE: meiga, simples e singela
Nada nem ninguém pode anelar
Dentre a criação és a mais bela
Deus a fez pra que soubéssemos
o que é amar...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MADRUGADA

Do fundo do meu quarto no cerrado
Ouço a madrugada, de tão silenciosa
Que faz do vento trautear desentoado
E do canto do galo... prece religiosa!

Ouço a noite cochichar ao meu lado
Fuxico escusado da hora vagarosa
Sem dó nem piedade, nem agrado
Despetalando a solidão tal uma rosa...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

TEM DOR...

Tem dor que dói pra valer
Tem dor que passa rapidamente
As que te fazem outro querer
E as que ficam n'alma da gente

Sempre com marcas no viver
E nunca para o âmago mente
Tem vario tipo de dor há ter
Nunca as que duram eternamente...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

APENAS POETA

O silêncio cai solitário neste coração amante
São ruídos que aram a alma profundamente
Dos sonhos que terminaram secretamente
Derrubando castelos e até mesmo o instante

Não há remissão e tão pouco dor clemente
Somente o vazio em um rodopiar constante
Soluçaste por estar tão só, e tão arrogante
Sentado à beira do caminho, ali pendente

As quimeras terminaram, não mais sonante
Não há sentinelas, nem armas, só vertente
Da realidade eu não soube ser um vigilante

A sensibilidade alanceou, agora no poente
Sou apenas poeta, na poesia um imigrante
Já amor! Ah, este, meu eterno confidente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

E quando não houver saída,
cave uma nova brecha
com as mãos na lida...
E a superação como uma flecha.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

INTERROGAÇÃO (soneto)

Indago se a loucura é traça
Aqui pergunto sem saber
Se sou são ou uma farsa
Quem pode me responder?

Que tenho alguma graça
Lá isto é do meu querer
Finjo fingindo chalaça
No fingimento sem ter

Aqui pergunto aos senhores
Quais são os tais louvores
Do poeta mineiro do cerrado?

Sou Luciano Spagnol, alguém
Trago no olhar: - paz e bem...
Porém, quer só ser amado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Parodiando Ana Cristina Cesar

Inserida por LucianoSpagnol

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