Gosto do Perigo

Cerca de 30009 frases e pensamentos: Gosto do Perigo

⁠quarentena

eu, quando sofro
não sofre eu.
sofre o que pena
da pena que se tem
dá dó essa cena
da lágrima que vem...
fazendo da dor quarentena

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
18/09/2021, 15’27” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO DO SILÊNCIO

Ah soneto! Porque do silêncio és um desvario
distendendo as noites cá pros lados do cerrado
dando ao poema o poder dum suspiro sombrio
quieto, maniatado, num ostracismo perturbado

Se a ausência e inação me provocam arrepio
o vento um chiado frio, impassível e agitado
se nada do que inspiro a efeito vale, é vazio
então, que eu não fale, sinta, e fique calado!

E, assim, nestes meus sentimentos impuros
sem perfeição, e no coração tão inseguros
tal uma prece, que oferece, pra atingir-te-á

Faço súplica, compadecido de fé e de fervor
ó solidão, vai-te, assim, de partida com a dor
e a paz voltará e sobre mim de novo descerá... (o amor!)

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 de setembro, 2021 – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O MEU PROVEITO

Tenho desejo de tudo quanto for sensação
No sentimento, de tudo quanto for agrado
De uma emoção, daquele estar apaixonado
Do que pela vida tem sentido e útil afeição

Do carinho dado, a poética e poesia, razão
Frente a frente com a felicidade e apeado
Do não, pois, toda a gente tem o seu lado
Cândido, são, de pés descalços pelo chão

Então, piedade, piedade do nosso fender
Pois, cada qual tem a sua ilusão em curso
Sonhos e realização, e um amor para ter

E, por não ser apenas um mais um, tendo
Tento ser mais que apenas aquele a haver
Aprendiz por ter sido, proveito crescendo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/09/2021, 15’28” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A MINHA MORTE

Eu quero, quando me for, ser enterrado
ao pé da saudade de tempos de outrora
que tinha poética de verso apaixonado
aí, então, possa ter uma festiva aurora

Há de cantar galardão a um cavalheiro
de quem o amor cantou no seu existir
valei um amador de um amor inteiro
imutável sensação, o coração a sentir

E a dor não há de lá ir, só sentimento
e que serena melodia venha me velar
sem aperto, choro, suspiro e lamento

E, assim, então, com a poesia minha
está, o adeus possa a casta encontrar
e lá a prosa não mais perecer sozinha....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/09/2021, 09’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A ESTE POEMA

A este poema padece a ternura
A este poema ranzinza a chorar
Tão triste, e aflitiva desventura
Suspira na prosa infeliz a poetar

Rima árdua, fria e a murmurar
Olhar em vão, amarga doçura
Que arde n’alma a despedaçar
Numa trova lastimosa e escura

Diz-me a onde estará este amor
Que tenho saudade e faz sofrer
Distante dos beijos, e teu fulgor

Esse vazio me faz solidão sentir
Diz-me onde está! Pra lhe falar
Do meu amor pro seu amor vir!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/09/2021, 16’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠PASSANDO 2

Escrevo diante do cerrado pálido
É setembro, há pó nas venezianas
No pensamento, rubras filigranas
Orlando o sol no horizonte cálido

Na sensação, uma dor doidivanas
De melancolia, que tem hora certa
Misturando tons, emoção e oferta
Desenhando as ilusões cotidianas

Desponta ao longe aquela saudade
Que me faz esquecer do que fazer
Do que pensar. Da minha vontade

Vago inquieto, e vou devaneando
A poesia vazia, sem sabor, prazer
E nos minutos o destino passando

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 setembro, 2021 - 09’00” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Dizer Adeus

Existem momentos em que sabemos
Que não temos palavras para dizer
Tudo cala, emudece o que tivemos
Silencia o olhar e nos faz sofrer
Buscamos em reduzir no até breve
Nas justificativas de sobreviver
Onde o espírito só queria estar leve
Mas o peso das lembranças faz doer
Uma música, palavras soltas no papel
Tudo motiva lágrimas n’alma a verter
É a sombra da vida no seu carrossel
Nos enigmas que tentamos esquecer
Nestes retalhos nada é definitivo
Questão de tempo, vontade de Deus
Nosso alento, razão, nosso lenitivo
Quando a emoção tem que dizer adeus...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
14 de mai. de 2015 – Cerrado Goiano

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Primavera

Florescem os lírios com o branco da paz
Brotam gardênias com o seu colorido fugaz
Em cada rosa transfigura o perfume do beijo
No movimento das margaridas o aceno do desejo

É o romantismo brindado na tulipa vermelha do amor
São os caminhos tapetado com violetas, delicada flor
As camélias perfumando com seu aroma inebriador
Raro como a papoula a vida se faz com poético teor

É a natureza oferecendo sorrisos com boca de leão
São as horas marcadas pelos girassóis em posição
Com copos de leite branco, a pureza, doce perfeição
Um azul hortência que tinge a primaveril estação

É época primeira anunciada pelas trombetas de anjo
São sacadas e floreiras vestidas das cores do gerânio
Aveludada como as begônias amanhece cada aurora
A solitária vitória régia desfaz a nostalgia de outrora

Sempre vivas bradando a temporada em anunciação
De manacá em manacá se orna a serra em floração
Em cada pingo de ouro a densa natureza persevera
Assim, bela como a orquídea é toda a primavera...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/09/2008, domingo, 07’00” – Rio de Janeiro, RJ

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CERTEZA

Este – o soneto da felicidade completa
Em que, poetando as horas de emoção
Sorri nas delineies, desfastio do poeta
Em um coração fiel e cheio de paixão

Este – o conteúdo de sensação, direta
Festeja, alucina, traz ventura na razão
Pondo a alma na completude, quieta
Cheios de harmonia e boa adoração

Este – o soneto da exaltação maior
Em que a frase terá aquele melhor
De tudo, pois é desprovido de dor

Este – poema dos poemas nascente
Que nos faz enamorados realmente
Este – é o verídico soneto de amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase a João de Barros
8

Inserida por LucianoSpagnol

⁠[...]uma rosa

ser como a rosa
viver em quimera
bela, toda a primavera
da fragrância prosa
de pétala formosa
de ser especial
afinal,
uma rosa é uma rosa...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DO MEDO

Aqui me tens, medo, em confissão
Eu suspirei... disfarcei. E acovardei
Mas nem sempre, assim, eu ansiei
O pavor, vem do fundo da tensão

Não recusei a bravura ter ilusão
Aventuras, certas vezes, neguei
Mas, também, outras eu errei
E no errado busquei o perdão

De repente, o temor da gente
Argui a “mea culpa” inocente
E o que era acaso vira pânico

Simples, não a um mal efetivo
O amor vem com um positivo
Disparo, que tira o satânico...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
dia da Imaculada Conceição

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO TÍBIO

Esqueça, te esquecerei. Qual a serventia?
Duma palavra, um oi, o silêncio e pranto
Te amei, gostava tanto, mas o encanto
Na sua ausência tornou-se sensação fria

Sabíamos que tudo acabaria, certo dia
Ou não, no entanto, pra que o espanto
Dum não, se não mais importa quanto
Se já na estranheza está a companhia

Então, neste soneto tíbio, um desejo
Se não vendo você, nada mais vejo
Ou sinto, bom, é não mais nos ver!

Assim, cada qual anda por sua vida
Se já teve a despedida, comovida
Não tem como perder no não ter....

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
10/12/ 2020, 09’03” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠RENOVA

Caliandra, chuveirinho, pequi, lobeira
Florindo no cerrado pós a chuvarada
Maravilhando a renova por inteira
Do sertão pro verão tão camarada

E as águas cantam pela cumeeira
E as flores encantam na alvorada
Embalando a primavera Brasileira
Numa variação mística e encantada

Ao ritmo do rebento faz belo agora
Onde a sequidão vai nos longes fora
Longe da aridez, do vigor ausente

Os tons de esverdeado forte e pleno
Cobrindo o planalto, agora sereno
No ciclo vital de vida contundente

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
11/12/ 2020, 10’13” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Natal nosso de cada ano

Se longe de nossos familiares
não se fica solitário no Natal
as lembranças lançam os seus olhares
de quão a família é fundamental...

Enfeito a árvore com afeição e alegria
trazendo ao coração natalina poesia
o Menino Jesus, José e Maria
as bençãos da Sagrada família!
em vigília
ofertando reluzentes guirlandas de amenidade
e assim, neste cenário a felicidade
Gratidão, ó Divina Bondade...

Entrelaçando toda a alma nesta generosidade
de união, amor e coloridas luzes de esperança
nem sempre almejar toda a bonança
e sim harmonia e fraternal paz
que convém aos que estão e aos que jaz...

Na lista de presente
o nome nunca se é ausente
de cada um... com:
ternura
meiguice
exemplo e bravura...

No cartão da vida assim escrever:
doces palavras ao ser humano
fazendo acontecer...
- O Natal nosso de cada ano!


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
dezembro - cerrado goinao

Inserida por LucianoSpagnol

⁠APENAS UM SUSPIRO

Na hora melancólica da luz poente
No cerrado, no ocaso do fim do dia
A voz de um desalento impaciente
Na sensação, um engano repetia

Na lembrança o lembrar ausente
Na dor, uma agonia que asfixia
O aperto em um tom crescente
Avivando o sentimento que jazia

E no entardecer o olhar morria
Nos perdemos de nós dois, fria
A saudade, no silêncio a cicatriz

Depois, sei lá depois, tudo calado
Vazio, sem vontade de ser amado
Pois, era apenas um suspiro, infeliz!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/12/ 2020, 08’59” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ÁVIDO

Guardo alegria n’alma e na vida poesia
Uma sempiterna empolgação no amor
Cheio de sonho, e de contente fantasia
Que enlouquece, me traçando pecador

Perpasso junto ao destino sem profecia
No jeito de tê-lo, vou e ofereço uma flor
Na romagem da sorte quero companhia
Assim, no sentir estar em um tom maior

E nessa mais furiosa sensação peregrina
No trilho do sentimento nem se imagina
O bem, o bom, sangrando afetos imortais

Então, sempre digo com doçura e calma
Estes versos que vibram de minh’alma
Com paixão, emoção, no querer mais...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/12/ 2020, 09’28” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Lembro como se fosse ontem os peixes nos céus a aves no mar

Inserida por victormikael

⁠Rosa, cor-de-rosa

O dia com poesia para acordar
Arranco um olhar fácil da vida
E mais outro, como vale amar.

Na mesa o café, em acolhida
O pão com manteiga, a prosa
É ela ali tão erguida...
No jardim, a rosa cor-de-rosa

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O JATOBÁ DA PRAÇA

Rasgando o azul do cerrado
Copa densa, beleza colossal
Reina entre todas, encantado
O jatobá, é sombra, é casual

Afinal, o seu porte escultural
É vida, cor, sabor imaculado
Gosto exótico, fruto espiritual
Tem dinamismo, e é arrojado

Há mistério na sua ramagem
Juras de amantes, tatuagem
Entalhadas no tronco, ao léu

Ó jatobá! donairoso, de valia
Mergulha o sol por sua ramaria
Em pique esconde com o céu.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/12/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠urucum...


alva é a flor
oráculo, ouriçado encantado
da culinária: - exótico sabor!
No cerrado comum
purpuro, rubente, vermelho na cor
no cacho mais de um...
esplendor
o URUCUM.


© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
12/ 2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol