Gostar de quem Mora longe

Os conselhos dos moços derivam das suas ilusões, os dos velhos, dos seus desenganos.

Quando se corre atrás do espírito, apanha-se a tolice.

O homem não é apenas um ser que sabe, mas é também um ser que sabe que sabe.

Torna-se indispensável manter o vigor do corpo, para conservar o do espírito.

As pessoas vaidosas não podem ser astutas; elas são incapazes de se calar.

O gosto de contentar um amigo é um demónio tentador.

Pensar só em si e no presente é uma fonte de erro em política.

A força dos governos é inversamente proporcional ao peso dos impostos.

Os homens são sempre mais verbosos e fecundos em queixar-se das injúrias do que em agradecer os benefícios.

A estirpe herda-se e a virtude conquista-se; e a virtude vale por si só o que a estirpe não vale.

A verdade literária nunca poderá ser a verdade da natureza.

O verdadeiro amor só conhece a igualdade.

A sabedoria é geralmente reputada como pobre, porque não se podem ver os seus tesouros.

O homem que despreza a opinião pública é muito tolo ou muito sábio.

Ninguém se pode gabar de nunca haver sido desprezado.

Quando a consciência nos acusa, o interesse ordinariamente nos defende.

As obras de caridade que se praticam com tibieza e como que a medo, nenhum mérito, nem valor têm.

Por que estás assim,
violeta? Que borboleta
morreu no jardim?

Asa quebrada
da triste gaivota
sonho de voar!

Mors Amor

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"