Genuíno
"Me dei conta que sou poeta do tipo cheio de palavras que não tocam, não sentem, não amam, mesmo cheio de tanto amor."
Se um dia tivermos tecnologias como as 'máquinas do tempo' e os 'visores do tempo', os historiadores terão outras possibilidades de visitar o passado das diversas sociedades que lhes interessam, ou talvez a oportunidade de vislumbrar em telas de computador ou de TV imagens pertinentes aos vários processos históricos que atravessaram o tempo da vida humana sobre a Terra, e mesmo antes. à semelhança de um astrônomo que olha no céu noturno as estrelas, e nesta operação captura com seus telescópios o brilho de astros que já desapareceram há milhões de anos, não acho impossível que se desenvolvam no futuro tecnologias capazes de apreender as luzes do nosso próprio passado planetário e humano. [...] Neste momento, no entanto, os historiadores não possuem outro visor do tempo que não sejam as próprias fontes históricas com as quais já estão tão acostumados a lidar desde os primórdios da historiografia. Para olhar o passado e apreendê-lo de alguma forma - mas, sobretudo, para compreendê-lo por dentro, permitindo-nos fazer interpretações adequadas sobre as relações humanas e sociais -, precisamos analisar atentamente os vestígios e tudo o mais que tal passado nos deixou. Estes vestígios, evidências, textos escritos e objetos materiais - capazes de registrar tanto rupturas do passado em relação ao presente como de manifestar continuidades entre as duas temporalidades sob formas as mais diversas - são as chamadas 'fontes históricas'.
'Fonte histórica' é tudo aquilo que - por ter sido produzido pelos seres humanos ou por trazer vestígios de suas ações e interferência - pode nos proporcionar um acesso significativo à compreensão do passado humano e de seus desdobramentos no Presente. As fontes históricas são as marcas da história. Quando um indivíduo escreve um texto, ou retorce os galhos de uma árvore de modo a que este sirva de sinalização aos caminhantes em certa trilha; quando um povo constrói seus instrumentos e utensílios, mas também nos momentos em que modifica a paisagem e o meio ambiente à sua volta - em todas essas situações, e em muitas outras, homens e mulheres deixam vestígios, resíduos ou registros de suas ações no mundo social e natural. Esse imenso conjunto de vestígios - dos mais simples aos mais complexos - constitui o universo de possibilidades de onde os historiadores irão constituir suas fontes históricas
A linguagem humana, e os discursos por ela produzidos, são necessariamente polifônicos - mesmo naqueles momentos em que pensamos que estamos emitindo uma ideia única e unidirecional, a uma só voz. Podemos compreender isto a partir de um exemplo simples. Suponhamos que historiadores e antropólogos de um outro planeta - no qual já tivessem sido abolidas todas as formas de desigualdade social - aportassem na Terra e se deparassem com uma inscrição com os seguintes dizeres: 'todos os seres humanos são iguais, independente de cor, gênero ou convicção religiosa'. Para eles, pertencentes a uma sociedade na qual tal frase não precisa ou não pode ser dita, dada a sua obviedade, a inscrição revelaria luminosamente uma outra voz e uma mensagem oculta: a de que temos, neste mundo, desigualdades de todos os tipos; e de que, por isso mesmo, há uma luta constante contra elas
[trecho extraído do livro 'Fontes Históricas - uma introdução aos seus usos historiográficos'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.289]
Qualquer fonte histórica está em uma relação circular com a história: 'produz História' [ao participar da História escrita pelos historiadores] e é 'produto da história'.
[trecho do livro 'Fontes Históricas - introdução aos seus usos historiográficos'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.258]
Sem Amor, o verdadeiro Trabalho não é possível. Mas apenas a Escravidão – mesmo que disfarçada, dissimulada e por vezes atenuada sob formas aparentemente mais brandas de exploração
Todo aquele que adentra um campo de saber - do seu mais prestigiado nome ao seu mais humilde praticante - já passa imediatamente a interferir nele, mesmo que de forma indelével ou imperceptível. O mais iniciante estudante de graduação, os leitores externos das realizações produzidas no campo - e não apenas os renomados pesquisadores, cientistas e autores - todos produzem coletivamente o campo ao integrar a sua rede humana. Não há posição ou contribuição, por singela que seja, não repercuta de alguma maneira no campo. Podemos não nos dar conta de cada contribuição atomizada, mas certamente a influência de cada um e de todos pode ser entrevista nas lentas ou súbitas mudanças de temáticas, de preferências teóricas, de escolhas metodológicas; Um campo de saber, enfim, não se faz apenas das suas obras magistrais, mas também das contribuições que se estabelecem na média ou que se deixam ficar nos recantos mais obscuros, das tendências que se afirmam ou se revertem em vista das ações da massa de pesquisadores que constituem o campo disciplinar e da recepção dos leitores que completam o processo de circulação de saber.
[texto extraído de 'Interdisciplinaridade - na História e em outros campos de saber'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.71],
A interdisciplinaridade entre um campo de saber e os demais que o cercam, que com ele se interpenetram ou interagem, pode se dar através de certas instâncias que podemos entender como 'pontes interdisciplinares'. Uma disciplina pode dialogar com outra através dos seus aportes teóricos e dos conceitos em comum [a ponte interdisciplinar da 'Teoria']. Pode incorporar, integrar ou partilhar procedimentos metodológicos que já estão bem desenvolvidos em uma disciplina irmã, ou mesmo em uma vizinha distante [ponde interdisciplinar do 'Método']. Pode assimilar padrões e fórmulas expressivas que também constituem o discurso da outra. Diversos campos de saber, além disso, encontram consistentes caminhos interdisciplinares através das suas temáticas de estudo - ou seja, através de certas coincidências entre seus campos de interesse // As redes profissionais que se referem a cada campo de saber, por outro lado, podem se interpenetrar de muitas maneiras, e cooperações diversas podem ser estabelecidas... [...] Cada um destes âmbitos - Teoria, Metodologia, Discurso, campos de interesses temáticos, rede humana, espaços intradisciplinares - pode se apresentar aos pesquisadores de um campo como importantes 'pontes interdisciplinares' capazes de estabelecer diálogos entre os diversos saberes
[extraído de 'Interdisciplinaridade - na História e nos demais campos de saber'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.77]
O Cinema é interdisciplinar - e interartístico - por excelência. Dificilmente poderia ser de outra maneira. Ainda que excepcionalmente tenha contado com cineastas interdisciplinares - como o multiartista britânico Charles Chaplin, que foi diretor, roteirista, ator, músico e produtor de suas realizações - o modelo essencial do Cinema é certamente o da equipe interdisciplinar. Enquanto um laboratório de Microbiologia costuma contar com uma equipe formada exclusivamente por microbiologistas, já o set cinematográfico congrega necessariamente uma grande equipe formada por artistas, profissionais e técnicos ligados às mais diversas especialidades, sem contar o trabalho prévio realizado pelo roteirista e o trabalho posterior do montador e de outros profissionais que trabalham na edição da obra fílmica. No set, teremos também a presença de certos campos artísticos e técnicos criados ou aperfeiçoados especialmente para o Cinema, como a Fotografia. A isso tudo se junta a Cenografia, a Música, e outros campos artísticos já tradicionais, quando não a Literatura, nos casos em que o roteiro é extraído de alguma obra literária. Se o filme é histórico ou biográfico, também incluirá o trabalho de pesquisadores. Por fim, os atores e atrizes! - e toda a equipe de diferentes profissionais que se responsabilizam pelas suas imagens, indumentária, maquiagem, e tantas outras coisa mais.
[extraído de 'Interdisciplinaridade - na História e nos demais campos de saber'. Petrópolis: Editora Vozes, 2019, p.98]
A História é a ciência dos seres humanos no espaço-tempo. Nela, tanto são estudados homens e mulheres bem situados em um momento e em um lugar social muito bem definidos [e não necessariamente um só espaço-tempo, pois no caso da História Comparada podemos analisar simultaneamente diversos lugares-tempo], como também devemos considerar que os próprios historiadores que realizam esta ciência estão eles mesmos situados no seu próprio espaço-tempo. O espaço-tempo dos homens e mulheres define a História nas suas duas pontas
Meus segredos. Sou fascinado por você. E por te desejar. A sua suavidade não consigo a descrever. Te imagino o seu corpo com o sabor de mel. Quando te vejo fico confuso. Não consigo diferenciar o que é mais bonito em você. Se é sua voz quando a ouço. Ou seus olhos. Ou teus seus sentimentos que me cativa. Tento ler os seus olhos. E neles tentar de ti roubar os teus sonhos. Sei que os meus segredos é estranho. Mais estranho mesmo é o que sinto por ti.
O QUE É ABSTRAÇÃO?
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"Quando estamos diante de um objeto concreto ou de uma cena, temos perante nossos sentidos e possibilidades de percepção um fragmento da realidade que reúne uma miríade de características e especificidades. Abstrair, no entanto, é a capacidade de desconsiderar este emaranhado de aspectos que constituem a totalidade concreta do objeto abordado e considerar só aqueles aspectos que nos interessam.
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O homem paleolítico começou a se distinguir de outros animais quando passou a olhar para os galhos caídos ao chão de uma nova maneira, deixando de enxergá-los como o que são concretamente – isto é, abstraindo uma série de elementos que fazem de cada galho um objeto único – para passar a enxergar este ou aquele galho como um “apanhador de frutas”. Visto desta nova maneira – com a abstração de todas as características desnecessárias e a preservação, na mente, apenas das propriedades de solidez e forma alongada do galho – este objeto pôde assumir a função de cutucar uma árvore para precipitar a queda de um fruto. A abstração, enfim, transformou o galho seco em um “apanhador de frutas” – um instrumento capaz de interferir e modificar a realidade, no caso expandindo a capacidade manual de se disponibilizar de alimentos.
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Com a capacidade de abstração, os seres humanos começaram a transformar pedras pontiagudas em armas, troncos flutuantes em pequenas embarcações improvisadas. Ainda no período paleolítico, passariam a juntar diferentes objetos para construir ferramentas sofisticadas: lanças de ponta de sílex, machados de pedra, agulhas. Com a capacidade de abstração, logo desenvolveriam a linguagem simbólica, e também aprenderiam a contar.
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Por fim, os seres humanos aprenderiam a conceituar. O conceito é o produto mais refinado da capacidade de abstrair, já que, para conceituar, precisamos nos abstrair de alguns aspectos concretos para passar a enxergar mentalmente apenas aquilo que nos interessa. Abstrair é o ato de abandonar momentaneamente a realidade concreta – ou deslocá-la, por instantes, para um contracanto – de modo a recriar uma outra realidade: operacional, funcional, referencial, audaciosa, liberta de amarras"
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[trecho extraído de BARROS, José D'Assunção, O Uso dos Conceitos: uma abordagem interdisciplinar. Petrópolis: Editora Vozes, 2021, p.38-39]
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A mãe que se dedicou aos filhos e os fez adultos tem a sua missão cumprida. Os filhos devem ter nessa hora, um olhar de agradecimento.
O silêncio não é ausência ou negação
como ensinam os antigos
é privação
"Deus maravilhoso em sua infinita sabedoria, conecta e reconecta as pessoas no tempo certo, tudo pela construção de um mundo melhor"
Quando olho para o mundo percebo que não tenho nada, porém, quando olho para Jesus entendo que tenho tudo.
Na sua vida você terá sempre que escolher entre duas opcoes:
Sim ou Não, independente da ação ou caminho.
Escolha a correta e segue em frente.
Eu prefiro as possibilidades do que o provável, me causa tédio àquilo que é apenas óbvio, amo deixa a imaginação fluir enchendo o coração até transborda as mais belas inspirações.
