Genuíno
...o que sucede é que tudo me cansa e aborrece, esta maldita rotina, esta repetição, este marcar passo. Distraia-se, homem, distrair-se sempre foi o melhor remédio. Dê-me licença que lhe diga que distrair-se é o remédio de quem não precisa dele... (O homem duplicado)
O Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um é somente a ausência do outro.
(O Evangelho Segundo Jesus Cristo)
Esse negócio de ir atrás para não ficar na saudade é algo que me tira do sério, a gente cansa de lutar para dar certo. É chato perceber, depois que já houve um grande apego emocional, que só você tá ligando, escrevendo, se importando. Me irrita querer desistir de alguém e perceber que eu preciso dela, mesmo ela não precisando de mim.
Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou uma jovem e ficou admirada com a flor.
Logo pensou em Deus.
Cortou a flor e a levou para a igreja.
Mas, após uma semana a flor tinha morrido.
Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou um homem, viu a flor, pensou em Deus, agradeceu
e a deixou ali; não quis cortá-la para não matá-la.
Mas, dias depois, veio uma tempestade e a flor morreu...
Era uma vez uma flor que nasceu no meio das pedras.
Quem sabe como, conseguiu crescer e ser um sinal de vida
no meio de tanta tristeza.
Passou uma criança e achou que aquela flor era parecida
com ela: bonita, mas sozinha.
Decidiu voltar todos os dias.
Um dia regou, outro dia trouxe terra, outro dia podou,
depois fez um canteiro, colocou adubo...
Um mês depois, lá onde tinha só pedras e uma flor,
havia um jardim ...
Assim se cultiva uma amizade.
“Por um instante a morte soltou-se a si mesma, expandindo-se até às paredes, encheu o quarto todo e alongou-se como um fluido até à sala contígua, aí uma parte de si deteve-se a olhar o caderno que estava aberto sobre uma cadeira, era a suite número seis opus mil e doze em ré maior de Johann Sebastian Bach composta em Cöthen e não precisou de ter aprendido música para saber que ela havia sido escrita, como a nona sinfonia de Beethoven, na tonalidade da alegria, da unidade entre os homens, da amizade e do amor. Então aconteceu algo nunca visto, algo não imaginável, a morte deixou-se cair de joelhos, era toda ela, agora, um corpo refeito, e por isso é que tinha joelhos, e pernas, e pés, e braços, e mãos, e uma cara que entre as mãos escondia, e uns ombros que tremiam não se sabe porquê, chorar não será, não se pode pedir tanto a quem sempre deixa um rasto de lágrimas por onde passa, mas nenhuma delas que seja sua. Assim como estava, nem visível nem invisível, em esqueleto nem mulher, levantou-se do chão como um sopro e entrou no quarto.”
(José Saramago, “As intermitências da morte”)
(...) de que adiantaria falar de motivos, às vezes basta um só, outras vezes nem juntando todos, se as vidas de cada um de vocês não vos ensinaram isto, coitados, e digo vidas, não vida, porque temos várias, felizmente vão-se matando umas às outras, senão não poderíamos viver.
Tenho esperança de que um dia a humanidade encontre definitivamente a paz; que os homens sejam menos egoístas e aprendam a dividir o dinheiro que ganham, com seus empregados.
Afinal, são os empregados que têm a missão de trabalhar a vida inteira para enriquecer seus empregadores.
O tempo anda passando em disparada por sob meu corpo. Pelos sucos gélidos de meu rosto, que morbido vive em um estado de profundo ponto morto, feito aqueles que resolveram 'morrer' para não abrir os olhos.
Num calor feroz que não consigo ver teus dedos, eu escolhi não vê teus dedos, no meio das faíscas imundas na qual eu resolvi viver.
A personificação do eu desabrochou agora, e em p&b, tudo isso mora dentro de minha retina, colocando o drama da vida na morte das cores por detrás de uma cortina negra.
Não sou mais nada. Não sou vida, muito menos progresso. Sou apenas um traço de existência e sanidade. Pouco espero de mim. Pouco esperem de mim, não valho nada.
Nascer de novo, é começar trilhando caminhos, superar espinhos e aceitar as indiferenças do percurso. Nenhum caminho se faz em retas, curvas e morros são os desafios a superar.
Doce segunda-feira
É um dia tão bom quanto sexta-feira
Pra quem tem dinheiro para gastar
E boa saúde para a vida poder desfrutar
O escritor baiano Jorge Amado disse um dia numa palestra que o escritor pare um livro, quanto o termina de escrever.
Naquele dia achei essa ideia um pouco estranha. Hoje, porém, tenho de admitir que concordo com ele.
Eu hoje pari um livro!
Quando as coisas não estão boas do seu lado, tudo o que você deve evitar de ouvir são conselhos de pessoas que têm medo de vencer na vida.
Tenha esperança de que tudo vai dar certo em sua vida.
Tenha fé em Deus de que tudo o que você pede será atendido.
Sinta a alegria de uma criança ao ganhar um brinquedo.
Sinta-se feliz e viva feliz.
Vida de empregado, vida de trabalhador, tanto trabalha e se cansa, pouco se vive para curtir a vida.
Lilás
Tem que ser espetacular para ser verdadeiro?
Tem que ser famoso para ser de Deus?
Tem que ser BONITO, ENGRAÇADO ou LILÁS?
Quando lembro daquela multidão indo até o deserto ouvir a pregação de João Batista, concluo: As necessidades das pessoas de hoje são as mesmas daquelas, mas a sede não.
Outro dia vi um rapaz passando na rua com um penteado que mais parecia ter sido inspirado nos estranhos personagens de Johnny Depp. Logo pensei: 'Que falta faz um amigo!'
Todos nós temos em nossas vidas pessoas que chamamos de amigos. Alguns, de fato, o são. Outros, não sabendo o que é ser um amigo, não passam de colegas ou conhecidos.
Quer saber o que caracteriza um amigo? O amor que ele tem por você; o cuidado que ele tem por você; a preocupação em te ver sempre bem; em te proteger. Um amigo do rapaz supracitado não o deixaria ser envergonhado. Ainda que fosse duro de ouvir ele diria: 'Seu cabelo, amigo, não está legal. As pessoas vão rir de você!'
Essa politicagem que vemos por aí, onde as pessoas, querendo estar bem com todos, não advertem uns aos outros, não abrem os olhos uns dos outros e são complacentes com os erros daqueles a quem chama de amigos, tem espalhado um novo conceito de amizade: basta elogiar, ter disponibilidade para sair ou frequentar os mesmos lugares ou sites. Daí pouco importa se o outro vai viver ou morrer, se vai pro Céu ou pro inferno, se vai subir ou descer.
Ver alguém 'se ferrando' e não avisá-lo ou apoiá-lo na prática errada faz de você, sim, um amigo, mas um 'amigo da onça!'