Nem sempre é pelo valor e pela castidade que os homens são valorosos e as mulheres castas.
Os defeitos do espírito aumentam com a idade, tal como os do rosto.
Atormentamo-nos menos para ser felizes do que para mostrarmos que o somos.
Nunca se é feliz como se acredita, nem feliz como se espera ser.
Todos nós temos a força suficiente para suportar os males dos outros.
Consolamo-nos facilmente das desgraças dos nossos amigos quando estas servem para manifestarmos a nossa ternura por eles.
Se não tivéssemos orgulho, não nos queixaríamos dos outros.
Há quem prefira falar mal de si mesmo a não falar.
A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.
A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos.
A virtude não iria tão longe se a vaidade lhe não fizesse companhia.
Poucas pessoas sabem envelhecer.
Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.
Os amantes apenas vêem os defeitos das amadas quando o seu encantamento acaba.
As virtudes perdem-se no interesse, tal como os rios no mar.
Tememos tudo como mortais, mas desejamos tudo como se fossemos imortais.
Há bons casamentos, mas deliciosos não.
Não há quem apresse mais os outros do que os preguiçosos depois de haverem satisfeito a sua preguiça, a fim de parecerem diligentes.
Fala-se pouco quando a vaidade não faz falar.
Raramente conhecemos alguém de bom senso, além daqueles que concordam conosco.
